Loja multimarcas mais amada do mundo, a parisiense Colette vai fechar as portas no fim de 2017: “Todas as coisas boas chegam ao fim”, diz comunicado


A Colette, que é tocada por Colette Roussaux, e nos últimos anos de forma mais efetiva por sua filha, Sarah Andelman, completou 20 anos de atividade e fez história no universo fashion

Fachada da Colette, em Paris

Notícia triste para os fashionistas: a Colette, uma das lojas mais revolucionárias de Paris – e do mundo – anunciou na manhã dessa quarta-feira que vai fechar as portas no dia 20 de dezembro de 2017. Revolucionária, por quê? Pois desde a sua fundação, em 1997, sua criadora, Colette Roussaux, vem fazendo uma alquimia rara no universo fashion com a sua curadoria. Por lá, no endereço da Rua Saint-Honoré, ela mistura marcas de luxo do mundo inteiro com as mais frescas novidades de streetwear, bar de degustação de águas, livros, discos, gadgets e souvenirs descolados que você nunca imaginou que fosse precisar até entrar na loja e conhecer. Para todos os bolsos, por lá você consegue comprar um casaco de milhares de euros e um chaveiro de poucas dezenas de moedas. Isso sem falar, claro,  nas colaborações e lançamentos exclusivos de coleções de grandes marcas, como aconteceu com Proenza Schouler, Mary Katrantzou, Rodarte, Balenciaga e, mais recentemente, com a H&M, parceria que chega às lojas da rede departamentos sueca – e também à Colette – em agosto.

Colette Roussaux e Saraha, mae e filha, Sarah Andelmanos nomes por trás da loja mais cool do mundo

Em anúncio oficial em sua página no Facebook – e replicado no Instagram – a Colette, que é tocada por Roussaux, e nos últimos anos de forma mais efetiva por sua filha, Sarah Andelman, a marca explica a decisão. “Todas as coisas boas chegam ao fim. Depois de 20 anos maravilhosos, a Colette vai fechar as portas no dia 20 de dezembro. Colette Roussaux chegou a um momento em que precisa de um tempo só dela; e a Colette não pode existir sem Colette. Negociações estão sendo feitas com a Saint Laurent, e nós ficaríamos orgulhosos de ter uma marca com tanta história, que colaborou tanto conosco, no endereço. Estamos muito felizes com o interesse deles e vai ser uma boa oportunidade para nossos funcionários”, dizia o comunicado. O mundo da moda, que gira como sempre, prega certas peças. Um dos casos polêmicos mais recentes da loja diz respeito exatamente à Saint Laurent, que tirou o Yves de seu nome e, em forma de protesto, a Colette vendeu uma camiseta onde se lia: Ain’t Laurent Without Yves (Não é Saint Laurent sem Yves). A maison torceu o nariz, pediu para que fossem retirada as peças da vitrine, mas a loja vendeu todas, dando de costas para os apelos da tradicional marca francesa.

Para se medir a importância da loja para a moda, Karl Lagerfeld, conhecido por sua criteriosa relação com o mundo fora da sua bolha, se declarou apaixonado por tudo o que é vendido no espaço. “É a única loja onde eu vou por ter coisas que nenhuma outra tem. Compro lá relógios, telefones, joias – tudo, mesmo! Elas inventaram uma fórmula que não se copia facilmente, porque só há uma Colette, e tanto ela como a Sarah estão envolvidas 200%”, afirmou o designer Karl Lagerfeld ao site Business of Fashion, no ano passado.

Os brasileiros também já marcaram presença na loja, as Havaianas, por exemplo, ganharam um vitrine inteira uma vez, Melissa, Cris Barros, Papelaria e Isabela Capeto são algumas das que também já tiveram peças vendidas sob a curadoria da loja que mais vai deixar saudade nos amantes da moda.