Casa de Cultura Laura Alvim reinaugura no Rio com novos projetos, incluindo um estúdio gratuito para os jovens artistas da música


Além do teto grafitado por RafaMon, Renata Monteiro de Souza, diretora da nova Laura Alvim, deu um gostinho do que vem por aí. “Teremos peça com Elisa Lucinda, espetáculo de Amir Haddad no porão, galeria de arte funcionando diariamente e o projeto ‘Música na Laura’, que é patrocinado pela Vivo e irá apresentar shows com novos talentos quinzenalmente”

Ela está de volta! No ano em que a Casa de Cultura Laura Alvim completa três décadas de atividade, o espaço recebeu uma transformadora reforma financiada pela Omega como parte do legado olímpico para a cidade do Rio de Janeiro. Em uma festa de reinauguração para convidados do meio artístico, que contou com a presença em peso da família Gil, incluindo o patriarca e gênio da música Gilberto, o centro cultural foi celebrado e brindado pela nova fase. Em entrevista ao HT, a diretora da Casa de Cultura localizada na avenida Vieira Souto, em Ipanema, Renata Monteiro de Souza, adiantou que nesta nova era, a Laura Alvim terá a música como foco. “A Casa sempre foi muito conhecida pelas artes cênicas. Mas, nesta nova fase, eu achei que era muito importante dar esse destaque e atenção para a música. Um novo palco para a música brasileira, que tem uma carência enorme, foi construído para abrigar, principalmente, os novos talentos, que não possuem hoje na cidade do Rio de Janeiro um local para poder ensaiar e se apresentar”, explicou a diretora que emendou em mais uma novidade que promete ser disputadíssima. “Onde era a livraria, nós estamos montando um estúdio de gravação e ensaio de música totalmente gratuito. Nós teremos cursos de produção musical e, nos intervalos, haverá uma grade de horários para bandas e artistas gravarem ou ensaiarem o repertório aqui. Tudo 0800! Eu acho que esse espaço vai ferver porque é um estúdio super moderno e projetado por um engenheiro de som com todos os tipos de equipamentos disponíveis”, anunciou a novidade no dia da inauguração que teve show com Bem Gil, Moreno Veloso, Pedro Miranda, Simone Mazzer e Ana Lomelino.

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Além do destaque para a produção e valorização musical, a Casa de Cultura Laura Alvim também tem outras novidades neste aniversário de 30 anos. Em comum, a atração de um público plural está no topo das prioridades. “Nós queremos trazer de volta as pessoas que já frenquentavam e pegar uma nova turma mais jovem e antenada do Arpoador que está cheia de vida e energia. Eu acho que um centro cultural precisa ser vivo e abrigar essa mistura. A ideia é que esse espaço ressurja no convívio dos cariocas. Ele estava muito quietinho. Para isso, nós ficaremos abertos de segunda a segunda com inúmeras atividades. Então, a pessoa pode vir aqui só tomar um café ou aproveitar uma peça de teatro, por exemplo”, disse Renata Monteiro de Souza que ainda completou o convite com uma novidade matinal. “A gente abriu um espaço novo no terceiro andar com uma varanda maravilhosa. Aos fins de semana, nós serviremos café da manhã com vista para o mar aos nossos visitantes”, completou. Maravilhoso, ?

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E não é só. Embora a casa tenha acabado de reabrir as portas, a agenda de eventos artísticos já está agitada por lá. Neste projeto, por exemplo, nós abriremos ao público a preços populares porque o nosso objetivo é intensificar esse convívio dos cariocas com esse espaço que sempre foi tão importante para a cidade”, afirmou sobre o centro cultural que, após a reforma, possui ar-condicionado em todos os ambientes, acústica apropriada e nova instalação elétrica.

Arcada da Casa de Cultura Laura Alvim criada por RafaMon (Foto: Julia Pimentel)

Arcada da Casa de Cultura Laura Alvim criada por RafaMon (Foto: Julia Pimentel)

Se já não bastasse estar localizado em um cartão postal da cidade e ser uma obra de arte arquitetônica em pleno Rio de Janeiro do século XXI, a Casa de Cultura Laura Alvim ainda ganhou um presente especial nesses 30 anos. Na arcada do salão localizado no térreo do imóvel, a grafiteira Rafaela Monteiro, a RafaMon, combinou arte, cor e folclore em uma belíssima pintura. “Quando eu cheguei aqui e vi o teto, o espelho e toda a forma orgânica disponível, eu quis representar a história folclórica de Naiá e Jaci. Reza a lenda que Jaci, em forma de lua, buscava as virgens para virarem uma estrela. De uma forma resumida e já pulando para o final do conto, Naiá, que era uma índia maravilhosa, a mais bonita da tribo, se afogou em um rio e acabou se transformando em uma vitória-régia”, contou a artista que fez cerca de dez desenhos até a aprovação e demorou três dias para realizar o trabalho no teto do salão. “Foram mais de 14 horas de diárias de pintura. Com a ajuda de um assistente que ficou responsável pela parte sólida, eu pintei toda a arcada com pincel, detalhe por detalhe”, relatou RafaMon que levou menos de cinco dias desde o convite até a conclusão do projeto.

Renata Monteiro de Souza e RafaMon (Foto: Julia Pimentel)

Renata Monteiro de Souza e RafaMon (Foto: Julia Pimentel)

Em um espaço tão plural e que tem a arte como fio condutor das relações, discussões e manifestações, a Casa de Cultura Laura Alvim não poderia reabrir em melhor hora. Sobre a reabertura da casa ao público, a diretora Renata Monteiro de Souza não minimizou a importância da volta. E, como ainda ressaltou, quem ganha não é só o carioca morador da cidade. São todos os visitantes com espírito carioca. “O mais importante é a gente poder oferecer para a população em geral um centro cultural pleno. Nosso objetivo é atender a todas as linguagens da arte aqui dentro. Isso é fundamental. Nós queremos que nesta nova fase da Casa de Cultura Laura Alvim, a gente tenha um espaço ativo o tempo inteiro com uma programação extensa. O centro cultural tem que respirar arte o tempo inteiro”, completou a diretora da Casa, Renata Monteiro de Souza.