Primeira mulher a apresentar regularmente o “JN”, Valéria Monteiro não gostou de ter sido deixada de fora das homenagens de 50 anos da Globo


A apresentadora usou a sua página pessoal no Facebook para compartilhar seu desapontamento. Cláudia Cruz, parceira de bancada de Valéria nos anos 90, se solidarizou com a amiga

A edição do “Jornal Nacional” celebrando os 50 anos da Rede Globo, apresentada nessa sexta-feira (24/04), foi histórica. A ideia de começar o programa com Cid Moreira e Sérgio Chapelin apresentando o telejornal mais famoso do Brasil – como nos velhos tempos – deixou os espectadores e os apresentadores emocionados.

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Ao final, mais uma surpresa e mais emoção: William Bonner e Renata Vasconcellos, os atuais apresentadores do JN, dividiram a bancada em um rápido e irreverente papo com os dois eternos titulares e com direito ao célebre “Boa Noite” dito pelos quatro em sintonia. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas parece que nem todo mundo ficou feliz e se sentindo representado pelas homenagens prestadas aos profissionais que, de alguma forma, contribuíram para a consolidação do jornalismo global.

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Valéria Monteiro, por exemplo, que foi a primeira mulher a apresentar regularmente o “Jornal Nacional”, no início dos ano 90, usou a sua página pessoa do Facebook para demonstrar seu descontentamento. “Interessante que não me incluam em livro e comemorações do ‘JN’, tendo sido a primeira mulher a apresentar o jornal da noite, antes um bastião masculino na Globo. Mesmo tendo sido por um ano, aos sábados, como na época foi acordado para a transição para a modernidade, em que a mulher participava finalmente de todos os âmbitos da programação jornalística, é uma gafe, me parece que há uma vontade de se reescrever a história. Depois ficam chateados com a suspeita da população quanto à credibilidade do jornalismo da empresa. Por que você acha que isso acontece?”, escreveu Valéria, que foi citada por Bonner rapidamente. Coincidentemente ou não, a citação veio depois do post ter sido publicado e ganhar as redes sociais.

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Nos comentários do post de Valéria, Cláudia Cruz, outra jornalista que fez história na TV Globo nos anos 1990, e que atualmente se dedica às artes plásticas, se solidarizou e também mostrou sua indignação. “Também não sou incluída em nada, Valéria… Fomos apagadas da história da TV Globo. Eu ainda processei a empresa pela maneira absurda que me demitiram injustamente, mas, mesmo assim, estou na memória da emissora e isso não se apaga. Quanto à você, não entendo… Será que não se lembram que apresentamos o Jornal Hoje juntas, quando nem maquiador para as apresentadoras havia? Quando não tínhamos figurino e, por diversas vezes, aparecemos no ar com a mesma cor de roupa? E lá se vão 26 anos. Eu era uma menina de apenas 21 quando fui contratada para apresentar o Bom Dia Rio. Você já estava lá! Linda! Ser apagada da história é muito ruim. Apresentei o Bom Dia Rio, RJTV 1 e 2, Jornal Hoje e Fantástico por vários anos! E, simplesmente sumi na poeira como castigo por ter acionado a empresa na Justiça, por ter sido injustiçada. História que nunca contei… Querida, fica meu carinho. E que saudade da nossa parceria. Beijo enorme”.