Depois de novela cancelada, Giselle Batista conta como foi entrar às pressas em uma nova trama da Record: “Uma revolução, dentro de 48 horas eu já estava gravando”


A atriz ia fazer uma antagonista na novela Topíssima, no entanto ela foi cancelada por falta de estúdios disponíveis na emissora. Agora, a profissional foi realocada para a trama O Apocalipse, substituindo a atriz Thaís Melchior, que precisou se ausentar por problemas de saúde. Ela ainda explicou o porquê de ter saído da Globo e ido para a Record , falou sobre o futuro das artes e do canal GiMi no YouTube, que já contabiliza seis mil inscritos

O Rico e O Lázaro mal terminou e Giselle Batista acabou escalada para mais uma novela, Topíssima, cujo nome temporário era Rosa Choque. No entanto, a trama da Record acabou sendo adiada e agora ela faz parte do elenco de O Apocalipse. A trama já está no ar e, mais do que nunca, a atriz precisa correr para acompanhar os companheiros de cena. “Foi uma revolução, dentro de 48 horas eu estava fazendo outra novela. Foi um susto para mim. Topíssima ou Rosa Choque foi adiada, porque eles estavam com poucos estúdios devido à demanda que O Apocalipse exige. Logo depois, me ligaram pedindo que eu substituísse a Thais Melchior, em O Apocalipse. O elenco já estava fechado, mas ela precisou sair por conta de um problema de saúde. Como a personagem dela não entrava no início, consegui regravar as cenas”, explicou. Segundo a assessoria de Thais Melchior, em entrevista à revista Caras, a atriz sofre de uma grave infecção nos rins. “Torço pela recuperação dela”, disse Giselle. “Precisei ir aprendendo e descobrindo na prática, afinal, 48 horas depois de receber a notícia eu já estava entrando em cena para gravar. Conversei com o diretor Edson Spinello para entender o que ele queria deste personagem. Posso dizer que ele quer que ela seja uma mulher normal e não tenha nada parecido com uma androide”, contou. Giselle interpreta uma androide criada por um personagem da trama e ainda pode ser facilmente confundida com um ser humano, no entanto possui uma base de dados interessante. A figura representa uma revolução dentro da trama futurística.

O papel em O Rico e O Lázaro marcou a sua trajetória como o primeiro na nova emissora. Na verdade, esta dramaturgia ofereceu uma série de novas experiências para a atriz, já que ela nunca havia trabalhado dentro do universo bíblico. “A maior diferença neste tipo de dramaturgia é que precisamos ter muito cuidado porque estamos encenando o livro mais lido do mundo. A literatura dele não é fácil, é muito mais complexa e cheia de desdobramentos. É preciso ter muito respeito. Confesso que acho bem mais complicado interpretar um personagem que venha da Bíblia”, explicou a atriz, que apesar de não ser cristã possui uma fé muito forte. No entanto, ela recebeu um papel que lhe dava mais liberdade, já que a pessoa não existia dentro da Bíblia. A mesma coisa acontece em O Apocalipse, já que a trama é totalmente diferente da primeira por se tratar de representações do passado enquanto a atual fala sobre o futuro.

Giselle Bastista irá fazer parte da nova novela das 7 da Record (Foto: David Ludolf / Beleza: Mia / Assistente: Jessica coelho / Styling: Herik Dumont / Videomaker: Tullio juric)

Não é a primeira vez que emendou duas narrativas. Pouco tempo depois do sucesso de Boogie Oogie e A Regra do Jogo, da Globo, Giselle Batista embarcou em O Rico e O Lázaro. A mudança rápida e repentina de empresa foi bastante tranquila e normal para a artista que sempre priorizou os personagens a qualquer outra coisa. “Sempre fui freelancer. Nunca mantive vínculo com alguma emissora de longo prazo, por isso posso avaliar todas as opções de emprego e mudar sempre que quiser. Não sou uma atriz da Record ou da Globo, sou apenas eu. Isto, inclusive, é o caminho por onde a minha profissão está indo, muitos atores estão precisando se desvincular das emissoras. No entanto, era algo que já cultivava na minha carreira há muito tempo. Aprendi a lidar com um papel depois do outro. Sempre fui livre”, afirmou Giselle.

A atriz voltou a trabalhar com a irmã Michelle na novela O Rico e o Lázaro (Foto: David Ludolf / Beleza: Mia / Assistente: Jessica coelho / Styling: Herik Dumont / Videomaker: Tullio juric)

A independência também pode trazer alguns momentos de dúvidas e incertezas. No caso de Giselle, a atriz já esbarrou em várias ocasiões onde precisou escolher qual caminho seguir. “Teve uma vez que eu estava fazendo testes para uma emissora, o programa ainda não estava confirmado, e recebi o convite de outra. Acabei recusando e continuei apostando neste trabalho incerto, porque se rolasse ia ser muito bacana para mim, tinha adorado aquele personagem. Acabou que deu tudo certo e consegui fazer a novela”, concluiu. Assim como as oportunidades podem se esbarrar, a falta de trabalho também pode acontecer, mas este não está sendo o caso da artista. Ela sempre está fazendo um papel atrás do outro o que exige muito tempo de dedicação.  “As férias do trabalhador autônomo, por exemplo, é entre as safras. Entre um personagem e outro, existe um pequeno período de descanso e sempre vou viajar para me desconectar daquele papel. Salvo raras exceções”, explicou.

A arte cênica é apenas mais uma das profissões que está encarando novos caminhos e mudando as relações entre patrão e empregado. Profissionais autônomos, por exemplo, são cada vez mais comuns e os atores estão se desvinculando das grandes emissoras. Apesar de ser algo novo para muitos, Giselle sempre viveu uma função por vez, sem se importar com a instabilidade. “Se eu tivesse uma família enorme para sustentar, talvez precisasse apelar para a fidelidade de uma empresa. Mas sou jovem e minha carreira está dando muito certo, então, posso me dar ao luxo de escolher. Não me interessa estar contratada sem trabalhar, sem estar me exercitando”, contou. A principal dica da atriz para conseguir se dar bem é planejar muito e saber guardar dinheiro para quando não houver possibilidades de emprego em vista.

A atriz já participou da novela Cheias de Charme, Boogie Oogie e A Regra do Jogo, da Globo (Foto: David Ludolf / Beleza: Mia / Assistente: Jessica coelho / Styling: Herik Dumont / Videomaker: Tullio juric)

As novas tecnologias são uma das principais causas para a mudança das relações profissionais. A internet, por exemplo, abriu diversos novos caminhos para todas as carreiras, criando novos empregos. Os influenciadores digitais são um belo exemplo destas alterações e foi um universo que a atriz resolveu se jogar. “Era um projeto para 2017 que consegui tirar do papel. Foi um investimento, uma ideia e uma direção minha e da minha irmã. É um lugar diferente que estou descobrindo, é um novo público. Estou experimentando roteiros e novas formas de comunicação”, contou a atriz.

A artista criou um canal no YouTube em 2017 que já conta com 6 mil inscritos (Foto: David Ludolf / Beleza: Mia / Assistente: Jessica coelho / Styling: Herik Dumont / Videomaker: Tullio juric)

O canal GiMi aborda diversos temas como feminismo, gastronomia, viagens e outros. Foi criado em parceria com a irmã gêmea e também atriz Michelle Batista. “Muitas pessoas falavam que nós deveríamos ter um canal, mas nunca levamos isto a sério”, lembrou. Trazer as duas irmãs frente a frente na internet foi muito importante, porque muita gente não sabia que as duas não eram, na verdade, uma única atriz. “As pessoas me param na rua para tirar foto e comentam sobre algum trabalho que a minha irmã está fazendo. Quando digo que é outra atriz, a galera acha que estou sendo antipática e estou mentindo. O público realmente confunde. Quando fizemos O Rico e O Lázaro juntas, algo que não acontecia há muito tempo, recebi mensagens dizendo que não acreditavam que éramos gêmeas. Os espectadores acham que é uma atriz só e que é um mega sucesso, porque não sai das telinhas”, brincou.

Apesar do GiMi não ter quadros fixos ou tratar de um único tema, Giselle contou que muitos vídeos saem de propostas do próprio público. No entanto, ela e a irmã sempre tratam de filtrar os temas para falar apenas de assunto que ambas acreditam. “As pessoas, por exemplo, estão acostumadas a tratar gêmeos por proposição e oposição, mas isto é tão antigo. Isto nunca estará no nosso canal. Acho que isto é um desserviço”, explicou. Ao mesmo tempo, o uso da nova plataforma fez com que Giselle treinasse outras formas de comunicação, afinal todo o conteúdo é dirigido e escrito pela mesma e por Michelle. “O melhor disso tudo é que o conteúdo é nosso, ninguém fala para nós o que precisamos dizer”, comemorou. Com isso, conseguiu perceber, por exemplo, que as duas são muito boas em contar histórias, criar roteiros.

GiMi já possui seis mil e quatrocentos inscritos. Apesar de ambas serem famosas, a artista acredita que o público que a assisti não é o mesmo que a segue nas redes sociais. “O YouTube tem um público diferente, eles não veem mais televisão. É muito louco como esta geração nova vê muito mais internet do que TV aberta. Tem muita gente que nos segue e percebe depois que somos atrizes. Enquanto isto, eu só passei a assistir o site depois que criei uma conta nele”, contou.