Nas telas do cinema: “Reza a lenda” aborda a seca no sertão, luta por justiça, espiritualidade e fé. Vem saber!


O longa de Homero Olivetto conta a história de um grupo de motoqueiros que sai em busca de uma estátua de uma santa capaz de acabar com a seca do deserto e traz Cauã Reymond e Sophie Charlotte nos papeis principais. “Não vejo a hora de ver a resposta do público”, confessou Sophie

O sertão de Homero Olivetto é cinematográfico e cheio de imagens lindas de dias claros, areia e luar que ilumina. Além disso, tem motoqueiros que andam em busca de uma estátua de uma santa que, segundo a lenda, é capaz de acabar com a seca. Não poderia ter nome melhor: “Reza a lenda” poderá ser visto, a partir dessa quarta-feira, nas telonas por todos os brasileiros. O longa, que se passa nos arredores de Juazeiro e Petrolina aborda, além da questão ambiental, assuntos como luta por justiça e liberdade em uma terra sem leis, a espiritualidade de acreditar em uma imagem e a aproximação da fé.

Primeiro filme de ficção de Homero, “Reza a lenda” reúne um elenco de nomes estrelados como Cauã Reymond, Sophie Charlotte, Luisa Arraes, Humberto Martins, Jesuíta Barbosa e outros. Aliás, além de dar vida ao protagonista Ara, líder do Bando de Pai Nosso, Cauã assina como coprodutor da história ao lado de seu sócio na “Sereno Filmes”, Mário Canivello.

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Cauã Reymond e Sophie Charlotte receberam amigos um dia antes da estreia oficial do filme em todo o país (Foto: AgNews)

“É interessante, porque o olhar do produtor tem que, obrigatoriamente, ser mais rico, então eu mergulhei de cabeça. Geralmente o ator, quando faz um filme, olha só para si, não vê mais nada. Mas eu fui amadurecendo e isso foi acontecendo naturalmente. Talvez a minha inquietação me fez começar a olhar para todos os lugares, curtir outra onda e também, claro, sair do lugar passivo do ator de esperar um grande papel cair no meu colo”, explicou ele que, antes disso, já havia tido experiência com produção em “Tim Maia”, “Alemão” e “Curva do Rio Sujo”. “Eu e meu sócio, Mário Canivello, tivemos uma parceria natural e já fomos produtores associados em outros filmes. Me sinto em um lugar cada vez mais confortável”, contou.

Cauã Reymond vive Ara, líder do grupo de motoqueiros do longa (Foto: AgNews)

Cauã Reymond vive Ara, líder do grupo de motoqueiros do longa (Foto: AgNews)

Sophie Charlotte interpreta Severina, a namorada de Ara e única mulher do bando. Forte e dura à primeira vista, vive uma transformação com a chegada de Laura (Luisa Arraes) e o ciúme que passa a sentir da rival. Essa fragilidade da personagem, aliás, foi o que mais sensibilizou a intérprete. “O mais legal da história é isso. Quando li o roteiro pensei nessa oportunidade de fazer uma mulher tão forte que faz parte do bando e, durante o processo de ensaios, quanto mais eu estudava com o Chico Accioly (preparador de elenco) e o Homero, mais eu via que a Severina passa a viver uma situação-limite. Os momentos se apresentam e revelam toda a fragilidade da personagem. Então, os sentimentos que ela desconhecia, como ciúme, insegurança pela chegada de outra mulher, aparecem durante o filme. Essa é a maior beleza, você acha que está indo de encontro a um personagem e descobre que ele está cheio de oposição dele mesmo”, analisou.

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Sophie explicou a personalidade de sua Severina (Foto: AgNews)

De diversificação ela entende! Acostumada a dar vida a tipos diferentes nas telas, a atriz reconheceu que busca se reinventar a cada trabalho. “Eu gosto de personagens diferentes, sim. Não sei se foi questão de sorte, oportunidade, mas é um pouco de tudo. Na hora da leitura, sempre acabo buscando isso. O ator pode ser muito autor nesse sentido. A gente tem um roteiro, tem um perfil de personagem, mas dentro disso dá para navegar e criar muita coisa. Isso é o mais incrível da profissão”, disse.

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O elenco de “Malhação” posou com Cauã Reymond na pré-estreia de “Reza a lenda” (Foto: AgNews)

Com toda a delicadeza que transparece na voz doce e no olhar meigo, Sophie Charlotte não teve medo de encarar a brutalidade de sua Severina, mesmo em cenas de esforço físico. “Tem uma de briga com a Luísa que é muito importante para nós duas. Nós ensaiamos diversas vezes e nunca foi fácil. Toda vez que terminava eu pensava ‘meu Deus, será que machuquei, apertei?’, e ela esteve sempre muito generosa e entregue. Foi um desafio, porque realmente é um lugar muito distante para mim. Experimentar a violência e essas outras notas como atriz foi uma grande oportunidade”, contou, assumindo a ansiedade para ver a recepção do público à nova faceta.

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Sophie Charlotte foi com o marido Daniel de Oliveira à pré-estreia (Foto: AgNews)

E ela tem motivos que vão além de ter aparecido desconstruída nas telonas. Depois de algumas pré-estreias, a atriz sabe que a espera é intensa: “Foram meses de divulgação, o que acho o máximo, mas também cria muita expectativa. Não vejo a hora de ver a resposta do público para o filme. Aí, sim, vou poder concluir esse processo que começou ano passado. Tem muita pós-produção que já estamos acostumados a lidar, mas só vou relaxar quando conferir a resposta do público”, garantiu. No que depender de nós, ela já tem. E é a melhor possível!