“Justiça”: nova minissérie que irá propor uma reflexão sobre o que é justo nos dias de hoje: “Toda história tem dois lados”, disse Marina Ruy Barbosa


Para contar sobre os quatro crimes escritos por Manuela Dias, o diretor artístico José Luiz Villamarim escalou um elenco de peso com Adriana Esteves, Débora Bloch, Drica Moraes, Cauã Reymond, Marina Ruy Barbosa, Leandra Leal, Antonio Calloni, Marjorie Estiano, Enrique Diaz, Luisa Arraes, Vladimir Brichta e muito mais

Vem aí mais uma superprodução da Globo. Nessa segunda-feira (25/07), o HT foi conferir o lançamento da nova minissérie da emissora no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Desta vez, a Globo apresenta, a partir de 22 de agosto, “Justiça”, uma produção de 20 capítulos que vai contar quatro histórias criminosas que ocorreram em uma mesma noite em Recife. A trama, que terá o objetivo de fazer o público refletir sobre o que é justo nos dias de hoje, foi escrita por Manuela Dias, a mesma autora da minissérie “Ligações Perigosas”, transmitida no canal em janeiro deste ano. “Justiça” será exibida de segunda à sexta-feira, exceto quarta-feira, e, a cada dia, contará a história de um grupo de personagens. Segundo Manuela, a mente criativa da nova produção do plim-plim, a ideia da minissérie surgiu de uma vez só na cabeça. “A ideia, o formato e o nome nasceram juntos. E aí, eu fui buscando esses atos considerados criminosos simultaneamente. Para isso, eu fui olhando para o mundo, para dentro de mim e pensando o que mobiliza e onde está essa veia cardíaca dessas histórias”, explicou.

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Então vamos aos crimes. Para contar essas histórias, o diretor artístico da produção, José Luiz Villamarim, escalou um elenco de luxo com Adriana Esteves, Débora Bloch, Drica Moraes, Cauã Reymond, Marina Ruy Barbosa, Leandra Leal, Antonio Calloni, Marjorie Estiano e muito mais. Às segundas-feiras, o público vai acompanhar a história de Elisa (Débora Bloch), que tem a filha Isabela (Marina Ruy Barbosa) assassinada pelo namorado Vicente (Jesuíta Barbosa) depois de ser flagrada com o ex Otto (Pedro Lamin). Na pele de uma personagem bem mais densa que seu último trabalho em “Totalmente Demais”, Marina Ruy Barbosa contou ao HT que esta minissérie, apesar de falar sobre assuntos pesados, permite ao telespectador escolher qual lado acreditar e apoiar. “Eu acho que o bacana da série é que não existem mocinhos e vilões porque o público é quem decide para quem vai torcer. A trama fica aberta e, aos poucos, as pessoas vão decidir quem está certo e errado. Toda história tem dois lados e duas versões. Então, depende do ponto de vista do personagem. A série é bem real e mostra o cotidiano e o nosso dia-a-dia”, opinou Marina.

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Já às terças-feiras, a obra de Manuela Dias apresenta o drama de Fátima (Adriana Esteves), uma empregada doméstica, pobre, mãe de dois filhos, Mayara (Julia Dalavia) e Jesus (Tobias Carrieres), que é presa injustamente após esconderem drogas no terreno dela de propósito. Sobre este conto, que ainda tem Ângelo Antônio, Leandra Leal, Enrique Diaz e Júlio Andrade, Adriana Esteves nos falou que a dúvida sobre uma possível vingança de sua personagem será o questionamento que irá mover a trama. Para dar vida a essa mãe injustiçada, a atriz contou que se inspirou nas mulheres da vida real que passam por situações parecidas a de sua personagem. “A Fátima é cheia de esperança, com uma ética linda e adorável e eu me pego muito nisso quando estou construindo esse trabalho. Eu penso na quantidade de mulheres como ela que existem por aí e que não têm voz ativa. Aí eu tento representá-las com a Fátima. Ela é muito simples e não tem apoio de ninguém. Durante o tempo que ela fica presa, a Fátima não tem contato nenhum com os filhos que ficam abandonados durante esses sete anos. Ela não sabe nem se estão vivos ou mortos porque não tem ninguém cuidando das crianças”, afirmou Adriana.

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Se os crimes e o elenco já estavam de tirar o fôlego na primeira parte da semana, depois do jogo de futebol de quarta-feira não será muito diferente. Na quinta, “Justiça” vai abordar temas que foram, coincidentemente, notícia nos últimos tempos: o racismo, que nunca sai dos jornais, e o estupro. Rose (Jéssica Ellen) é uma jovem negra que, durante um luau com amigos brancos em que todos consumiam drogas, foi a escolhida pela polícia para responder sobre o crime de todo o grupo por causa de sua cor. A protagonista é amiga-irmã de Débora (Luisa Arraes), que é casada com Marcelo (Igor Angelkorte) e, no carnaval, é vítima de estupro. Para a jovem atriz Luiza Arraes, a minissérie será ainda mais importante na sociedade porque terá a missão de levantar discussões sobre assuntos que, muitas vezes, as pessoas preferem não comentar. “Essas histórias dão voz a temas que a gente não gosta de dizer. Ela aborda questões que são sujas e feias, mas que acontecem. Então, é importante, principalmente, para que pessoas que passam por essas situações infelizes como racismo, abuso etc, se sintam à vontade de falar sobre isso para que a gente possa tomar conhecimento e não deixar que isso fique velado”, argumentou Luisa.

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E, por fim, às sextas-feiras, o desejo pela morte e a eutanásia serão o enredo da trama. Após um grave acidente provocado por Antenor (Antonio Calloni), a bailarina Beatriz (Marjorie Estiano) fica tetraplégica. Desesperada com o diagnóstico e diante da impossibilidade de dançar, a moça implora ao marido Maurício (Cauã Reymond) que desligue as máquinas que a mantêm viva para que ela possa morrer. Ao atender o pedido da amada, que é considerado crime no Brasil, Maurício é preso ainda no hospital e fica por sete anos na prisão. Sobre essa decisão difícil pela morte, Marjorie Estiano afirmou que não foi a primeira vez que pensou sobre o assunto. Em “Ligações Perigosas”, a atriz também passou por situação semelhante quando sua personagem Mariana desiste de viver após a morte do amado Augusto (Selton Mello). “Essa questão de vida e morte e do direito a sua vida sempre me ocorreu porque eu sempre tive interesse em ver o direito que cada um tem em achar que viver não é uma obrigação. Eu acho que Beatriz me encontrou em um momento novo que me fez questionar mais isso. Antes, talvez, eu tivesse a certeza de que cada um tem direito a sua vida e da possibilidade de querer morrer, se essa fosse a vontade. Mas, agora, a Beatriz me pegou em um momento em que eu questionei mais isso, ainda mais porque, no caso dela, foi reativo, não foi elaborado. Ela quis morrer em menos de 48 horas depois de descobrir que não dançaria mais. Então, ela poderia descobrir outros caminhos para ela nessa condição. Ou não. Mas ela precisava tentar, ver outras oportunidades”, argumentou Marjorie.

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