Fabiana Karla diz ter saudades dos bordões no “Zorra” e fala sobre ser referência plus-size: “As meninas de tamanhos maiores me elegeram como representante”


O “Zorra” usa o cotidiano como material e a atriz sabe: é um momento difícil no país. “ A situação atual joga muito contra, porque quando fazemos humor a gente trabalha com emoção e os ânimos estão tão exaltados”

“Isso não te pertence mais”, “isso pode” e algumas outras frases famosas são tão a cara de Fabiana Karla que vê-la no “Zorra” sem seus bordões ainda causa estranheza. Na própria intérprete. “Eu adorava fazer o ‘Zorra Total’ e nos projetamos nele com as qualidades, mas a galera se adaptou a ver com a nova roupagem, então os bordões não fazem tanta falta, porque o público entendeu a nova linguagem. Eu sinto saudades”, confessou, aos risos, emendando que sim, ela sabe: foram as frases repetidas que a lançaram ao estrelato. “Algumas pessoas perguntam da falta de bordões, mas existia linguagem caricata e personagens. Quando veio o ‘Zorra’ com a nova linguagem claro que dá saudades porque eram muito fortes, mas o humor se renova sempre. Foram os bordões que me colocaram nesse lugar de gostarem e respeitarem meu trabalho e eles são inesquecíveis para mim”, declarou.

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(Foto: Reprodução)

O clima de alegria e descontração impera por entre as paredes do estúdio F, no Projac. “Esse programa é uma família gigantesca, a gente se reúne fora do trabalho, faz festa, come juntos. Tem carinho, amor, união e amizade verdadeira e acho que isso vai para frente das câmeras. A gente vem gravar feliz, trazer o humor à tona. É mais fácil trabalhar assim”, disse ela, que fez questão de destacar a felicidade de receber nomes como Maria Clara Gueiros, Otávio Muller, Érico Brás e outros. “Que alegria ver o povo voltando. É um reencontro especial. Continuar com nossas relíquias também é incrível. Todo mundo quer entrar no ‘Zorra’, porque está realmente muito gostoso”, garantiu. De fato: a segunda temporada coroa o sucesso da primeira. “Estamos buscando uma linguagem muito próxima do público, então o cotidiano é um prato cheio”, contou.

Falar de cotidiano em uma época difícil para o país é um desafio, mas Fabiana Karla encara com… humor. “A situação atual joga muito contra, porque quando fazemos graça a gente trabalha com emoção e os ânimos estão tão exaltados, está tudo tão fora do lugar, as pessoas estão nervosas. Eu acho que essa temporada vem em um momento oportuno para brincar com a vida e dar um refresco para a galera. Até para fazer humor é difícil se a gente não está com o espírito alegre e vendo a corrupção tudo piora. Se você é um pianista e quebram seus dedos, não tem como tocar. No meu caso tenho que buscar felicidade em algum canto para transmitir”, disse ela, que é vista nas telas loiríssima. “Fiquei galega. Para mim, a palavra de ordem é bem-estar e eu acho que a gente tem que se modificar, olhar no espelho e mudar o que não gosta. Eu sou de mudanças, adoro. Achei que faltava isso e quis clarear o cabelo. Conheci uma pessoa que faz isso com responsabilidade, que faz várias meninas da casa, inclusive a Susana Vieira. Fui gostando e o negócio foi de um jeito que, quando eu vi, estava loira. Isso é bom porque vai dar inspiração para novos trabalhos e personagens que eu queria também. Uma nova cara”, explicou.

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A amizade de Marcius Melhem e Fabiana Karla nos bastidores do “Zorra” (Foto: AgNews)

E haja trabalhos. “Eu não páro quieta. Tenho muitos pensamentos, sou criativa. Gosto de dirigir, atuar, escrever… inclusive estou escrevendo meu segundo livro que se chama ‘Mães com açúcar’, dedicado às avós. Estou colhendo depoimentos, o processo está demais. É a minha homenagem para a minha avó e para todas do mundo”, declarou. Além disso, ela poderá, em breve, ser vista também nas telonas. “Vou começar a rodar um filme em setembro. O título provisório é ‘Uma pitada de sorte’, mas não posso falar muito dele. Estou muito feliz, porque tem bastante coisa boa vindo”, comemorou. E tem mesmo. Pensa que acabou? “Tenho feito muitos ensaios, voltando com a pegada de moda, porque graças a Deus – não foi algo que impus – mas as meninas de tamanhos maiores me elegeram, de certa forma, como representante delas e isso é libertador para mim e para elas. Fico muito feliz, pois elas me acompanham, veem o que eu visto, sou muito cobrada nesse sentido. Mas também não sou escrava de moda. É como eu falo: não tenho que estar gostosa para o verão, ele que tem que estar gostoso para mim. Eu penso assim”. Essa é Fabiana Karla. A gente assina embaixo.