Em meio à Copa, o Rio Festival Gay de Cinema levanta o debate sobre sexualidade através da sétima arte


Festival trará debates com diretores, elenco, teóricos e performers do mundo queer, além de oficinas e seminários paralelos às exibições

*Por João Ker

Um evento paralelo à Copa do Mundo e de suma importância para o Rio de Janeiro começa quinta-feira (dia 3) e se estende até o próximo dia 14: o Rio Festival Gay de Cinema. Apesar de ser focado majoritariamente em cinema, o Festival também aborda outros pontos da cultura queer, com debates, palestras e oficinas que promovem uma maior integração entre a comunidade e abrem um espaço para discussões essenciais nesse determinado momento da sociedade, onde projetos de leis continuam a ser empurrados com a barriga e homossexuais por todo o país sofrem preconceito e ataques de violência.

No quesito audiovisual, rolarão concursos internacionais de longas e curtas-metragens, que ainda contará com a presença de muitos dos diretores disponíveis para conversa após a exibição. Os filmes abordam desde a homossexualidade nos esportes, como nos documentários “The Rugby Player” (Scott Gracheff, 2013) e “OUT In The Line UP” (Thomas Castets e Ian Thomson, 2014), quanto a temática gay no Brasil, através de produções nacionais como “muDanças” (Emer Lavini, 2013) e o experimental “Pintas” (Jorge Alencar, 2013).

 

Imagem de OUT In  The Line UP, documentário sobre a presença gay no mundo do surfe  (Foto: Divulgação)

Imagem de OUT In The Line UP, documentário sobre a presença gay no mundo do surfe (Foto: Divulgação)

Os curtas também levantam temas importantes, como a latente homofobia mascarada na metrópole de São Paulo, debatida em “Laio” (Daniel Grinspum, 2013), sobre o ataque com lâmpadas fluorescentes que atingiu um adolescente na capital; e o norte-americano “The Naturalist” (Connor Hurley, 2013) que levanta a bola sobre transsexualidade e o que faz uma pessoa “escolher” sua identidade de gênero – se é que pode-se chamar isso de uma escolha.

Fora as competições e exibições, seminários como o “Sexualidade, Gênero e Performance” abrem um espaço interativo entre teóricos, performers e o público sobre a (des)construção de um homem-feminino. Outras conversas que prometem gerar pontos-de-vista e discussões interessantes são as que acontecerão durante a Mostra Circuito, onde filmes como “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, “Praia do Futuro” e “Tatuagem”, uns dos maiores hits do gênero nos últimos dois anos, receberão a presença de parte do elenco (Fábio Audi) e do diretor (Hiltom Lacerda), todos disponíveis para debates inerentes aos temas de suas produções.

Jesuíta Barbosa no filme Tatuagem (Foto: Divulgação)

Jesuíta Barbosa no filme Tatuagem (Foto: Divulgação)

A programação completa, com todos os seminários, oficinas, mostras e competições, você confere no site oficial do Rio Festival Gay de Cinema.