Foi quase! John Legend reúne multidão e espalha amor na Cidade do Rock, mas não esquenta em dia quente do Palco Sunset


Um grande número de pagantes se reuniu em frente ao Sunset para assisti-lo. Porém, de gente sentada à poucos momentos de coro e animação, a apresentação foi morna. Nada que, por outro lado, coloque em xeque o talento do americano…

Depois do parceria de Alice Caymmi com Eumir Deodato abrindo o palco Sunset, o já histórico reencontro de Baby do Brasil e Pepeu Gomes, e um show cheio de suingue e fãs alucinadas do Magic!, era hora de John Legend, a lenda, encerrar a programação do palco mais relax do Rock in Rio.  O americano de Ohio recebeu uma multidão ávida por seus hits sobre o amor, um tanto quanto açucarados, mas com uma pegada soul-r&b, que deixa tudo bem cool. A plateia, formada em sua maioria por famílias (uma turma bem na cara do gol preferiu sentar), parece ter dividido a apresentação em duas: antes e depois do hit “Green Light”. Foi a partir dela, da metade para o fim, que a coisa engrenou. Nada que abalasse ou tirasse o brilho de John, que já esteve em terras brasileiras, e se declarou para a cidade. “Este é um dos meus lugares favoritos no mundo”.

John Legend: o melhor do R&B contemporâneo (Foto: Reprodução)

John Legend: o melhor do R&B contemporâneo (Foto: Reprodução)

Dando um show de charme, swing e simpatia, ele recorreu a seu piano diversas vezes, mas foi em “Ordinary people” que ele fez parte da Cidade do Rock cantar “take it sloooow” em coro. O motivo do show ter começado morno, aliás, é puro reflexo do setlist montado. Como está há dois anos sem entregar um disco nas gôndolas, John Legend ainda trabalha com “Love in the Future” e deixa, como uma grande maioria, os medalhões para final. Daí a explicação para a inédita “Glory”, faixa do longa-metragem “Selma” – que venceu o último Oscar de melhor canção – ter fechado a apresentação e ser antecedida dos dois maiores hits da recente discografia: “All of Me” (aqui, o público cantou boa parte sozinho) e “You and I (Nobody In the World)” – sem contar com um cover de caráter sociopolítico – bem velado – de Curtis Mayfield no meio dessa história. Os apreciadores de curta data tiveram que ter paciência, portanto.

A apresentação foi recheada de gratos momentos no piano (Foto: Reprodução)

A apresentação foi recheada de gratos momentos no piano (Foto: Reprodução)

Conhecido por um forte posicionamento social e político – é crítico do sistema prisional americano e da forma como o país reabilita dependentes químicos, além de ter atuado como incensador da campanha de Barack Obama em 2008 -, John não usou o espaço – e assim foi bom, para não destoar do clima – para tais questões e preferiu se derreter à urbe-maravilha, dizendo que é sempre muito voltar ao Rio de Janeiro, um de seus lugares favoritos no mundo. Antes de cantar “PDA”, marcando exatamente a metade do show, ele tratou de explicar que a música remetia à primeira vez que ele pisou no Rio, há nove anos, quando gravou o clipe dela por aqui, conhecendo as belezas da cité muito bem acompanhado. Trocando poucas palavras com o público, quis conquistar a galera com a pegada romântica e, antes de cantar “You and I”, ajudou quem não queria sair da Cidade do Rock no zero a zero: “Se você ama alguém, chegue mais perto agora”.

Entre muitos “beautiful”, o americano soltou um “obrigado” para de se despedir às 21h e fechar o Palco Sunset nessa primeira semana de festival. Uma apresentação redonda, mas com os termômetros mais baixos se comparado ao que veio, naquele mesmo perímetro, horas antes. Valeu, mas quem sabe mais numa próxima…

Abaixo, o repertório completo do show de John Legend no Rock in Rio 2015:

(Foto: Reprodução)

(Foto: Reprodução)