Duelo Paola Carosella-Lucas Furtado parte III – Chef divulga e-mais trocados e responde: “Morar longe não é desculpa”


Segundo Paola, o jovem disse “que começaria (a estagiar) no final de outubro, pois tinha alguns eventos e festas para fazer”, mas “nunca apareceu, nunca ligou e nunca mandou e-mail”

Continua o embate entre a chef Paola Carosella e o ex-Mester Chef Lucas Furtado. Depois de uma troca de acusações (ela diz que ele foi estagiar em um restaurante concorrente e não deu satisfação sobre a oportunidade que ela deu em sua cozinha, enquanto ele alega que não é obrigado a trabalhar com Paola e que ela foi sensacionalista ao expor a situação em um especial da Band), a argentina disse que, “ante tanta coisa dita” precisa se pronunciar “por que as meias verdades são quase mentiras”. Segundo Paola, o rapaz compareceu a uma reunião com a responsável pelo RH de seus estabelecimentos e disse “que começaria (a estagiar) no final de outubro, pois tinha alguns eventos e festas para fazer”, mas “nunca apareceu, nunca ligou e nunca mandou e-mail”.

Paolla e Lucas (Foto: Reprodução Portal iG)

Paola e Lucas (Foto: Reprodução Portal iG)

A chef ainda deixou claro que “aqui não tem ego ou raiva ou vingança ou nada do que se fala que eu fiz em rede nacional”. “Se trata de verdades e de que o ‘Master Chef’ é um ótimo programa de TV com todas as nuances e características: vão ter exageros, edições, músicas, luzes, egos, sensacionalismo, choros bonitos, raivas, doçura, amores e outros temperos”, admitiu. Como Lucas justificou, em comunicado, que optou por trabalhar no restaurante da chef Bel Coelho, o “Clandestino”, pela distância de sua residência e pelo horário, Paola ainda disse que “morar longe não é desculpa para não mandar um e-mail” dando satisfação e que “tanta explicação na hora errada não serve para nada”.

Ela foi além, utilizando exemplos de dentro de sua cozinha em São Paulo: “Alguns dos meus cozinheiros que trabalham comigo há mais de oito anos moram realmente muito longe e não falam, nem falaram em rede nacional, rádios e revistas que iam trabalhar no Arturito. Eles acordam de manhã cedo, pegam o ônibus, trabalham e voltam para casa, anonimamente, todo santo dia. Assim como eu o fiz por muitos anos, mais de 20”. Aparentemente magoada, Paola Carosella ainda questionou o fato de que Lucas tenha falado “para muitas revistas, jornais e canais de TV que estava já quase trabalhando” com ela. E, por fim, lamentou: “Quando eu chorei na saída do Lucas e ofereci a ele o estagio, me tornei um amor de pessoa. Interessante como passamos de um extremo a outro sem nada no meio”.

Abaixo, a troca de e-mails feita entre ambos:

Email do Lucas. 24 de Agosto de 2015

“Olá, chef.

Que dia podemos conversar sobre o estágio? Estou muito disposto a trabalhar e absorver todo conhecimento que a senhora puder me passar.

Grande abraço.”

Resposta de Paola, duas horas depois (sem edição)

“Ola Lucas

Estava esperando o seu email.

Vou te pedir para marcar uma conversa com o meu socio Benny e a Valeria, que cuida do nosso RH. com eles primeiro para falar sobre algumas carateristicas que pedimos para os nossos estagiarios, de compromiso comportamento etc. 
Para alinear tambem horarios, dias, e o praço do teu estagio. 
Eu sugiro um compromiso mínimo de 3 meses, que voce cumpla de forma impecavel. sem faltas, sem chegadas tarde, sem dores de barriga nem gripes. 
A cozinha de verdade é assim.

Apos o prazo de 3 meses cumplidos de forma impecavel, sentamos para conversar sobre outras possibilidades. 
Se voce não cumplir os 3 meses, ou se faltar, ou tiver chegadas tarde frequentes ou uma postura não correta avaliada pelo meu chefe de cozinha então damos por terminado o stagio.

Acho que assim é justo.

Outra coisa importante Lucas, eu não gosto muito de badalação no meu restaurante, entro e saio a escondidas e não gosto de tirar fotos ou de ficar no salão fazendo fotos ou brincando de estrela… te peço o mesmo.

Não sería justo para os meus cozinheiros anónimos que trabalham comigo a anos e de sol a sol, que de repente apareça um menino que por que é famoso, rouba a escena ou fica fazendo fotos com os clientes. 
Isto não é permitido e te peço que voce o respeite.

Se a imprensa te procurar para falar sobre o estagio, te peço que as respostas sejam alineadas com o meu socio Benny antes de voce falar qualquer coisa.

Tudo isto que parece chato, não é mais do que proteger o nosso trabalho e a tua experiencia.

Para que seja o mais fiel a realidade possivel, e assim voce poder ver se todo esse teu tempo no Master chef teve um sentido ou não. Se a gastronomía é a tua vida ou não.

Eu espero que sim.

Te desejo o melhor.

A Valeria vai entrar em contato para marcar um encontro com vc.

Por favor nos envia um numero de telefone tbm.

Bjs”

Não houve mais retorno.

Abaixo, a nota de esclarecimento de Lucas Furtado:

“Todos sabem que, ao ser eliminado do MasterChef, fui convidado pela Paola Carosella para estagiar no Arturito, assim como fui convidado para ser treinado pelo Jacquin. Foram duas oportunidades fantásticas e queria muito poder aproveitá-las. Mas infelizmente não acabou acontecendo. Um dia após minha eliminação ir ao ar, no dia 19 de agosto, encontrei a Paola na Band e conversamos sobre o estágio. Ela pediu para que eu mandasse um email para agendarmos uma entrevista, e assim fiz. Ela me passou uma lista de condições para que eu pudesse estagiar com ela, as quais achei muito justas. Fiz a entrevista com o sócio dela e a responsável pelo RH de seus restaurantes. A remuneração seria de R$600,00 mensais para eu trabalhar de segunda a sexta das 18h00 as 24h00, o que eu também achei muito justo, a maioria dos estágios de cozinha pagam muito menos que isso. Mas surgia aí um problema, eu sou de São Roque, cidade do interior de SP e teria que me mudar para São Paulo, e com o salário do estágio e sem poder fazer eventos seria impossível. Falei com o sócio dela que precisava me estabilizar financeiramente para poder mudar para São Paulo e que o procuraria assim que o fizesse, o que eu planejava que ocorresse entre outubro e novembro, eles estavam cientes desse planejamento.
O tempo passou e eu não consegui me mudar para São Paulo, eu não sou mais um moleque de 18 anos que pode depender financeiramente dos pais. Nesse período eu conheci uma participante da primeira temporada que trabalha com a Bel Coelho, e que cogitou a possibilidade de eu estagiar com a Bel. A agente da Bel entrou em contato comigo e me convidou para estagiar com ela em um evento e eu prontamente abracei, fui muito bem recebido por toda a equipe e adorei a experiência. Aí, surgiu a possibilidade de estagiar no Clandestino, que é o restaurante da Bel Coelho e que funciona uma semana por mês e eu abracei também. Com ela, não tenho remuneração financeira, mas, devido ao horário, tenho a possibilidade de voltar para São Roque após o estágio e ainda tenho a flexibilidade de continuar fazendo os eventos, que é o que eu faço para sobreviver.
Hoje foi ao ar uma grande bronca, aonde a Paola diz que eu sequer telefonei para avisá-la que não faria o estágio, e sim, eu não avisei, pois eu ainda pretendia me resolver até o final de novembro e começar o estágio. O programa foi gravado no dia 22 de novembro, o que me deixava dentro do prazo de respondê-la se aceitaria ou não. Ainda vale a pena dizer que antes das gravações desse especial de natal, eu cruzei com o sócio dela pelos corredores da BAND e disse que precisávamos conversar e ele prontamente me respondeu com um: “Quando você quiser.”
E não, eu não sou obrigado a estagiar com a Paola, nem com o Jacquin e nem com ninguém. A Paola é uma grande cozinheira, na qual eu ainda me inspiro muito, e não é uma boa cozinheira por estar sendo jurada de um reality show gastronômico, ela é porque é. A Bel não é jurada do MasterChef, mas também é fantástica, e segue uma linha de cozinha pela qual eu venho me interessando muito. Ela não me recebeu com champagne e holofotes, ela me recebeu como um estagiário, lá eu lavo louça, limpo forno, passo pano no chão e faço tudo que for preciso fazer. Achei a bronca completamente desnecessária, acho que qualquer problema que tivéssemos poderia ser resolvido em uma conversa a parte ou em uma troca de emails, não em um programa assistido por milhões de brasileiros, e eu não teria nenhum ressentimento se esse puxão de orelha acontecesse em uma conversa reservada, mas não, infelizmente o sensacionalismo falou mais forte. Não sou estrela, não me inscrevi no MasterChef para ser famoso e muito menos para ser estrela, eu me inscrevi por acreditar no sonho de ser cozinheiro. Entrei no programa como Lucas, saí como Lucas e continuo sendo o mesmo Lucas de sempre, não usei máscaras e nem criei personagem durante o programa.
Só sei que eu sempre me inspirei muito no Anthony Bourdain, que escreveu um livro e que em alguns capítulos citava alguns motivos para não fazer televisão, agora eu me inspiro ainda mais nele!”