Aos 59 anos, Monique Evans conta a redescoberta de sua sexualidade, relação com os filhos e o abuso sexual que sofreu do marido


A apresentadora, em entrevista à Marie Claire, falou que agora, ao namorar a DJ Cacá Werneck, tem os melhores orgasmos de sua vida. Ela também revelou que já foi abusada por Oswald Evans e comentou sobre sua relação conturbada com a filha, Bárbara Evans

Quem vê o alto astral de Monique Evans jamais imaginaria as batalhas que a atriz e apresentadora teve que travar nesses 59 anos de vida. Em uma recente entrevista à Marie Claire, que chega às bancas amanhã, a ex-modelo e ícone sexual se abriu como nunca antes, falando sobre seu recente namoro com a DJ Cacá Werneck e a descoberta da sexualidade; o abuso que sofreu ainda adolescente do cara com quem se casou anos depois; a relação conturbada com a filha, Bárbara Evans; as inúmeras tentativas de suicídio e como só descobriu em 2013, após tomar uma cartela de comprimidos, que sofria de borderline, distúrbio psicológico que causa alterações de humor, irritabilidade, baixa autoestima, depressão, automutilação e medo de abandono.

Abaixo, HT destaca os principais momentos dessa conversa. Vem com a gente:

Sobre a relação com os filhos, Bárbara Evans (24) e Armando Aguinaga (37): “Tentei ser uma mãe nota 10, mas meus filhos não acham. Fui ausente, principalmente para o Armando. Estava no auge quando ele era pequeno, viajava muito para desfilar. Quando voltava, o bichinho dormia agarrado comigo… Quando a Bárbara nasceu, deve ter se sentido mais abandonado ainda. [Minha relação com ela] já foi mais complicada, mas melhorou. Ela é difícil. Não demonstra o quanto gosta de mim e eu sou louca por ela!”, diz chorando. “Nunca tive pulso firme como mãe, deixei meus filhos fazerem o que queriam. Na verdade, acho que fui mais amiga do que mãe”.

Monique posa com a filha, Bárbara Evans (foto: Reprodução)

Monique posa com a filha, Bárbara Evans (foto: Reprodução)

Como os filhos a ajudaram a superar um câncer de pele: “Há 22 anos, surgiu uma mancha na parte interna do meu braço esquerdo, próximo ao seio. Era um câncer de pele, um melanoma nível 4, bem severo. Fiz uma cirurgia em que perdi muito tecido mamário. O Armando e a Bárbara eram crianças e eu só conseguia pensar: ‘Não vou morrer, tenho que criar meus filhos!’. Ninguém ficou sabendo, fiquei reclusa nessa fase. E não perdi cabelo porque foi bem na fase em que já estava com a cabeça raspada”.

Monique Evans com Bárbara no colo, durante sua fase de cabelo raspado (Foto: Reprodução)

Monique Evans com Bárbara no colo, durante sua fase de cabelo raspado (Foto: Reprodução)

As tentativas de suicídio e o transtorno de personalidade borderline: “Quem vive a minha condição nunca vai poder dizer: ‘Sou totalmente feliz’. […] Tenho altos e baixos. Há dias em que me deprimo, só tenho vontade de dormir. E a velha vontade de morrer que me acompanha volta com tudo. […] Perdi as contas de quantas vezes tentei me matar. Até bem pouco tempo, também me cortava com gilete”, conta, exibindo cicatrizes nos pulsos. Não é uma maneira de acabar com a vida, mas é como se a dor dos cortes pudesse me fazer esquecer o que me afligia por dentro”.

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Monique Evans comenta sobre transtorno psicológico borderline: “Quem vive a minha condição nunca vai poder dizer: ‘Sou totalmente feliz'”. (Foto: Daryan Dornelles | Marie Claire | Reprodução)

O abuso sexual que sofreu aos 14 anos e como, mais tarde, se casou com Oswald Evans (falecido em 1979), um dos homens evolvidos no episódio: “Aconteceu uma coisa horrível quando eu tinha 14 anos. Uma amiga da Praia de Ipanema me chamou para almoçar com a família e, ao chegar lá, estavam apenas o namorado dela e outro rapaz. Eles deviam ter uns 16, 17 anos. Zombaram de mim de um jeito agressivo, dizendo que me viam no Posto 9 com uns biquínis escandalosos e que mulher que se vestia daquele jeito queria outra coisa… Então me atacaram. Não lembro ao certo o que fizeram, são apenas flashes que tenho na memória”, relembra, chorando. “Sei que não houve penetração, mas passaram a mão pelo meu corpo, me mandaram fazer umas coisas neles… Um desses rapazes era o Oswald. Ele reapareceu uns seis anos depois. Pediu perdão e reconheceu o mal que havia feito. [Ele] queria cuidar de mim… Acreditei que, se aceitasse seu afeto, fecharia meu ciclo de sofrimento”.

Redescobrindo a sexualidade aos 59 anos, se relacionando pela primeira vez com uma mulher, a DJ Cacá Werneck, de 28 anos: “Nunca [tinha me envolvido com outra mulher]! Conheci a Cacá pelo Facebook no ano passado. Conversávamos bastante pelo chat, depois nos encontramos pessoalmente e nos tornamos amigas. Mas só comecei a sentir algo diferente por ela quando me visitava no hospital”, explica Monique, que foi internada em uma clínica de reabilitação em agosto de 2014 porque estava muito deprimida.  “Cada vez que ia me ver, os outros ‘doidinhos’ ficavam agitados, querendo saber quem era minha amiga gostosona. Ficava com ciúmes, mas não entendia o motivo… Não me apaixonei por uma mulher, me apaixonei pela Cacá, por essa coisinha que me ama e cuida de mim. Tem um peitão lindo, é vaidosa e cheirosinha. Mas usa cueca boxer e tem um lado masculino de carregar minha bolsa, abrir a porta do carro e puxar a cadeira no restaurante. Quando começamos a transar, deixava que ela conduzisse tudo, já que não tinha experiência com mulher. Aos poucos, me soltei e fiquei menos passiva. Repetia nela tudo o que fazia em mim. Outro dia, ela me contou que nunca havia sido penetrada porque sempre foi a ativa com outras namoradas. Estamos juntas há 11 meses e agora não tem essa de ‘a ativa’ e ‘a passiva’. Fazemos sexo de várias formas. Meus orgasmos sempre foram clitorianos, por isso, em várias vezes em que fui para a cama com homens, não gozei. Eles eram apressadinhos, não davam importância para as preliminares. Com a Cacá é um festival deles! Nunca imaginei que teria meus melhores orgasmos a essa altura da vida…”.

MoniqueEvans posa abraçada com a namorada, a DJ Cacá Werneck (Foto: Reprodução)

MoniqueEvans posa abraçada com a namorada, a DJ Cacá Werneck (Foto: Reprodução)