Versão brasileira do conto de fadas Branca de Neve apresenta uma princesa negra interpretada pela atriz Cacau Protásio em peça Deu A Louca Na Branca que estará em turnê pelo país


Conhecida por seu papel na novela Avenida Brasil, Cacau passará por Vitória, Curitiba, Bahia, Piauí e São Paulo

Muitas crianças sonham em ser uma princesa da Disney, mas às vezes existem alguns empecilhos. A Branca de Neve, por exemplo, recebeu esse nome por ter uma pele clarinha o que pode significar que pessoas com mais melanina seriam impedidas de encarnar este papel. No entanto, Cacau Protásio sobe aos palcos para provar que este conceito está totalmente errado. A peça Deu A Louca Na Branca, narrada pela própria personagem, conta como os cineastas americanos fizeram dela a primeira e eterna princesa. “Quando era criança eu não me identificava com nenhuma das princesas, depois acabei gostando muito da história da Pequena Sereia. Agora, a Branca de Neve começou a me rodear nos trabalhos e posso dizer que sou apaixonada por ela. Ela é linda e já tenho várias coisas dela”, contou a atriz, que estreou o espetáculo em Vitória.

Cacau Protásio mostra que é possível ser negra e fazer o papel de uma princesa branca (foto: Janderson Pires)

Sebastiana, na peça, seria o verdadeiro nome da personagem que se encontra revoltada pelos diretores sempre terem associado a mesma ao nome Branca quando, na realidade, ela é negra. Esse discurso não deixa de ser uma forma de lutar contra o preconceito em conjunto com o público infantil. Esta visão, segundo a artista, só trará coisas positivas para as crianças. “Espero que todos nós possamos ser princesas independentemente da cor. A minha sobrinha, por exemplo, me viu na Marquês de Sapucaí como preta de neve. Ela se encantou e, a partir desse momento, exigiu que sua festa fosse da Preta de Neve e isso foi o máximo para mim. Imagina se, um dia, me torno a Preta de Neve do Brasil”, sugeriu Cacau. A melhor parte é que a comédia estará em turnê alcançando um público maior. Passará por Curitiba, Bahia, Piauí e São Paulo.

Cacau ficou muito conhecida por seu papel em Avenida Brasil na qual fez a empregada Zezé da vilã Carminha, interpretada por Adriana Esteves. Na ocasião, recebeu o Prêmio Extra de TV, promovido pelo jornal carioca Extra e, também, foi indicada ao Melhores do Ano do Faustão, Prêmio Contigo de TV e Prêmio Quem de Televisão. “Acredito que este reconhecimento tenha aberto algumas portas na minha carreira. Fui ganhando espaço aos poucos”, contou. Sobre a ideia de sempre escalar atrizes negras para viver os papeis de domesticas, Cacau não quis se aprofundar muito, já que sabe que é capaz de fazer qualquer coisa, desde a mocinha até um personagem coadjuvante. “Eu acho que é importante que existam papéis para todos independentemente da cor da pele. Sou capaz de atuar em qualquer coisa, basta que autor e o diretor me deem essa oportunidade”, completou.

Dessa vez, a diretora Regiana Antonini acreditou no potencial da atriz e deu a ela uma personagem totalmente controversa como a Branca de Neve que, dessa vez, será negra. Cacau está segura de sua performance. Apesar de ser uma personagem conhecida, reverenciada e muito reproduzida, a atriz aposta que a peça será um sucesso. “Não sinto medo de me arriscar fazendo a Branca. Fazer está personagem é uma grande loucura e estou viajando nesta aventura. Foi o papel que escolhi para me arriscar desta forma”, contou.

Inspiração para criar esta personagem não faltou. Somente no cinema, existem famosas releituras como Espelho, Espelho Meu e A Branca De Neve E O Caçador. Para compor sua versão da Branca, Cacau pesquisou em diversos lugares diferentes mesclando as versões em apenas uma pessoa. “Acabei me inspirando nela mesma. Estou vendo vários programas que existem o papel dela. A esta junção acrescentei algumas loucuras”, relembrou. Esta releitura do conto da Disney traz uma princesa um pouco mais maluca e irritada que o normal.

O espetáculo é patrocinado pelo Ministério da Cultura e pela Unimed (foto: Janderson Pires)

Apesar de ser um monólogo, Cacau não está sozinha no palco. A versão brasileira da heroína conta com as vozes em off de Paulo Gustavo, Marcus Majella e Rodrigo Fagundes o que ajudará a atriz a estar mais segura. “Querendo ou não vou estar sozinha, mas acho que essas vozes me darão um acalanto”, informou.

Atualmente, faz parte do programa de maior audiência do Multishow, o Vai Que Cola. A fama é tão grande que ganhou um filme com sucesso de bilheteria. A comédia fala sobre situações engraçadas que os brasileiros vivem todos os dias e conta com a presença do irreverente Paulo Gustavo. “É maravilhoso poder fazer parte deste time. Foi um presente no qual aprendi todos os dias”, relembrou.

  • 11,12 e 13 de agosto – Ilhéus, no Teatro Municipal.
  • 18, 19 e 20 de agosto – Teresina – Teatro 4 de Setembro .
  • 25 de agosto a 1ª de outubro – Temporada em São Paulo, Teatro Faap.
  • 6,7 e 8 de outubro – Campinas, Teatro Iguatemi