Sonia Lima faz sua estreia nos palcos cariocas em espetáculo que homenageia os clássicos do cinema, as grandes estrelas e a década do glamour


A atriz falou sobre ser produtora do espetáculo também, os acertos na escolha da equipe e revela quem é a sua estrela hollywoodiana favorita.

Uma das verdades que mais ouvimos é que os clássicos nunca morrem. Pensando nisso, a atriz Sonia Lima escolheu um texto para sua próxima empreitada teatral inspirado em dois icônicos filmes das décadas de 50 e 60. Com autoria de Emilio Boechat, a peça “Tudo Sobre Elas”, que estreou esse fim semana no Rio de Janeiro, e é inspirada em “A Malvada” e “O Que Teria Acontecido a Baby Jane?”, ambos estrelados pela magnífica Bette Davis. Com uma rotina de ensaios pesada, Sonia parou um pouco para contar sobre a produção, assinada por ela mesma:

“Eu amo teatro. Já fiz outras produções lá em São Paulo, mas a correria da minha vida me prendeu na televisão durante um tempo. Do nada, eu decidi voltar, mas quando a gente procura, nem sempre encontra algo que queremos fazer. Então, eu comecei a procurar textos e aí o Emílio, que é um amigo e já tinha trabalhado comigo antes, me apresentou esse. É um texto que ele demorou 20 anos para escrever e veio completamente de encontro com tudo que eu queria fazer. Não queria monólogo, mas queria no máximo mais uma atriz ao meu lado”, explicou a artista que divide o palco com Nina de Pádua.

O enredo da peça se passa em um único dia, no início dos anos 60, e conta a história de Heloisa (Sonia): uma atriz que fez muito sucesso durante um tempo, mas agora lida com o esquecimento e a velhice em uma casa de repouso. A personagem de Nina entra como a única companhia de Heloisa, ela vive Regina que foi uma grande fã do trabalho da atriz e vai visitá-la e ajudá-la a relembrar os dias de glória. “Eu li o texto e fiquei encantada com essa homenagem que vamos fazer aos grandes clássicos do cinema, resgatar os anos 60 no teatro, foi tudo muito gostoso e eu achei tudo maravilhoso”, contou Lima.

Barbara Bruno – filha de Nicete Bruno – é a diretora do espetáculo. Sonia disse que assim como o texto veio de encontro às suas vontades, o nome de Barbara também surgiu como uma inspiração. “Eu nunca tinha trabalhado com ela. Já tinha visto alguns trabalhos dela como atriz, sou fã de carteirinha da mãe dela e já trabalhei com a irmã, mas com a Barbara mesmo nunca tinha trabalhado. Eu sempre tive a certeza de que queria a ótica de uma mulher dirigindo essa peça, o nome dela veio como instinto e acredito que eu tenha acertado”, afirmou.

Sobre a base da peça ser composta essencialmente por mulheres, Lima contou que a sensibilidade era um fator que não poderia faltar nessa montagem. “É a relação de amor e ódio. Os sentimentos, as atitudes, as ações e tudo o que conduz nesse processo entre amor e ódio. Então, a mulher é muito diferente do homem. Ela sente diferente, age diferente, é um tempo diferente. Não digo que seja impossível para um homem fazer, mas eu me senti mais à vontade com uma mulher porque ela veria a relação com um olhar diferente”, explicou.

E a relação de admiração não para só na diretora, Sonia rasgou elogios para a colega de cena, Nina de Pádua: “Eu e ela temos uma coisa muito curiosa. Fizemos algumas vezes a mesma peça e o mesmo personagem durante o mesmo tempo, só que eu estava em São Paulo e ela aqui no Rio. É uma amizade antiga e está sendo muito bom. Eu fico muito feliz com esse encontro. Tudo está em perfeita sintonia e agora eu quero que o público goste de relembrar essa época que fica tão marcada no imaginário”, animou-se.

Mesmo a homenagem sendo direcionada a Bette Davis, a atriz revelou que sua maior admiração e carinho é destinada a outra figura do cinema clássico: Vivien Leigh de “E O Vento Levou”.  “Um dos meus filmes favoritos é ‘E O Vento Levou’. Essas estrelas já tinha uma coisa por trás, um glamour. Hoje em dia não temos mais disso. Clássicos são clássicos. Eles vão continuar nos inspirando eternamente. A nossa ideia é usar até a trilha sonora que remonte aquela época para ficar o mais parecido possível”, completou.

“É a primeira vez que eu subo em um palco carioca e é a primeira vez que eu produzo aqui no Rio. Eu estou debutando. Está sendo incrível e estou com uma equipe muito bem montada. Acredito que todo mundo vá gostar porque é uma tragicomédia bem gostosa de assistir. Vai colocar as pessoas para pensar e ainda temos muitos segredinhos a serem revelados durante o enredo. Eu estou bastante ansiosa para ver como o carioca vai me receber. Se eu tiver 40% do público do meu marido, já estou bem satisfeita” brincou Sonia, que é casada com o apresentador Wagner Montes.

“Tudo Sobre Elas” está no Teatro Natália Timberg, Barra da Tijuca até o dia 30 de abril. As sessões são sextas e sábado às 21h e domingo às 19h.