Agenda Cultural: Claudio Lyra divulga disco lançado em janeiro em show pocket na Zona Sul do Rio de Janeiro. Confira mais no nosso roteiro!


O repertório conta com músicas do primeiro e segundo álbum, além de sucessos de Dorival Caymmi, Carlos Lyra e Jorge Ben Jor. Na nova produção, o cantor promete trazer som de qualidade através das parcerias com Tiago Mocotó, Gabriel Lopes, Gabriel Pardal, Alma Thomas e Mauro Diniz. E tem ainda, estreias nos cinemas, Anitta com Maluma, feijoada no Tulip Inn de Copacabana e muito mais

Cantor, compositor e instrumentista, Claudio Lyra se apresenta hoje, quinta-feira, no Bar Teto Solar, Zona Sul do Rio de Janeiro. O sobrinho de Carlos Lyra volta à casa para promover o seu segundo disco, Autobiografia Não Autorizada, lançado em janeiro deste ano. Antes, Claudio havia tocado no segundo ambiente do espaço para divulgar o CD. O formato pocket show é um dos preferidos do cantor. A banda é reduzida e o contato com o público é maior. Por causa disso, é mais fácil alterar o repertório que inclui, inicialmente, músicas do primeiro e segundo álbum, além de composições de Dorival Caymmi, Carlos Lyra e Jorge Ben Jor. “Me deixa mais livre para trazer músicas diferentes, com a banda toda a gente acaba ficando mais engessado. Por tocar em um espaço menor, com mais olho no olho, é mais fácil atender a pedidos do público. Nas redes sociais a interação é fria, acho bacana ter esses momentos de troca. É uma forma de divulgar o segundo disco e ter contato com as pessoas”, explicou o compositor. A ideia dele é continuar com estes espetáculos menores uma vez por mês “É mais fácil e rápido para divulgação. Existem poucos espaços como esse que permitem a banda independente cantar. É até irônico falar isso, porque nós somos dependentes”, brincou. A casa tem capacidade para cerca de sessenta pessoas, de acordo com o cantor, por isso o evento está sujeito a lotação.

(Foto: Divulgação)

O novo álbum reúne grandes parceiras como com Carlos Lyra, em ‘Passageiros’; Tiago Mocotó e Gabriel Lopes, em ‘Procurando a direção’; Gabriel Pardal, em ‘Se alguém chegar’; Alma Thomas e Mauro Diniz.  “Consegui fazer uma parceria com a Alma Thomas, uma cantora de jazz sensacional que está morando aqui. É uma americana cantando em português, contrário do que vemos normalmente. A voz dela é tão boa que até fiquei com vergonha ao cantar ao seu lado”, brincou o Claudio.

Outra união de sucesso foi com Mauro Diniz, um cantor e arranjador que nasceu no berço da escola de samba Portela. Durante o show, será exibido pela primeira vez a música do clipe ‘Faça o Melhor Que Puder’, o objeto final da parceria dos dois. Segundo Claudio, o colega é fanático pela música instrumental e por isso a qualidade da composição ficou muito boa. “Foi um processo muito rico. Os arranjos da música foram artesanais, Mauro Diniz teve muito cuidado na hora de criar”, contou. Claudio entende muito bem a criação sonora de uma música. Grande parte deste feito ele deve a PUC-Rio, onde estudou Engenharia. “No início, eu não ligava muito os universos, mas hoje faz todo o sentido”, afirmou o compositor.

Atualmente, as músicas mais tocadas entre os jovens são as sertanejas e os funks. Para Claudio, lançar esse CD agora é complicado. “Faço, porque é o que sei. A minha música pessoal é a que gosto. Meu público alvo são as pessoas que também curtem esse estilo. Não tenho a pretensão de tocar para a galera fã da Anitta, por exemplo. O barato de hoje em dia é que conseguimos falar com quer ouvir. Não vou me encaixar no mercado, quero fazer o que gosto”, contou. Ele afirmou que o melhor que pode fazer nesse cenário é continuar levando ao público MPB de qualidade. “Onde tiver gente querendo escutar, vou estar tocando. A minha única chance de sobreviver é fazer algo que seja bom para mim. Se eu curtir, as chances os outros aprovarem é muito maior. Se tivéssemos um sistema de educação mais democrático, talvez as pessoas pudessem selecionar mais o que gostam”, questionou.

(Foto: Divulgação)

De acordo com o cantor, o álbum expõe a sua própria realidade. No entanto, se julga uma pessoa reclusa, por isso escolheu o nome ‘Autobiografia não autorizada’ para o título do mesmo. Uma das canções que ele mais se identifica é a ‘Procurando Direção. “É muito pessoal, mas todos podem se identificar. Por exemplo, um trecho da música diz ‘Quem sou eu para dar conselhos, sou mais um na multidão. Quem me toma por espelho, deve estar na contramão’. Fala sobre estarmos vivendo em um momento esquisito da história do país. No entanto, a música ‘Faça o melhor que puder’ contradiz o que escrevo nesta”, contou.

Isto se deve a outra característica do álbum: possui realidades contraditórias. A ideia que ele busca passar é de empatia. “No meu disco tem músicas que debocham de canções de amor, mas tem outras que falam de um amor platônico. Algumas, inclusive, são contrárias a minha opinião. O compositor tem essa facilidade de expor as várias facetas da alma. Vários cantores são conhecidos por se colocarem em outros papeis, o próprio Chico Buarque se volta muito para o lado feminino”, explicou.

Claudio resume seu CD em apenas uma palavra ‘brasileiro’. Com a ajuda do arranjador Vitor Santos, ele conseguiu compor músicas com uma pegada característica do país com uma pegada de orquestra. Podemos encontrar os estilos samba, bossa nova, sambalanço, samba-reggae e soul. “As canções que não são tão brasileiras estão na margem. Por exemplo, a canção que eu fiz com o Carlos é um bolero. Não é daqui, mas é próximo do samba. A gente trouxe uma sonoridade meio anos 70, de gafieira mesmo. É um CD muito orgânico, tocado por grandes músicos. O que eu acho legal. Só usamos instrumentos tocados mesmo por pessoas. Não utilizamos nada online, nenhum arranjo do tipo. Foi uma parte muito planejada e acabou gerando algo rico”, sugeriu.

No repertório, a música ‘Esparrela do Brasil’ é uma antítese a forma de ver o Brasil em ‘Aquarela do Brasil’, de Ary Barroso, que exalta as riquezas e belezas do país. “Fiz um samba esculhambando e mostrando as mazelas da população, as coisas não são esse mar de rosas. É uma das poucas músicas que nasceram de um conceito”, contou. Não é uma crítica a música em si, mas o que ela representa. De acordo com Claudio, Ary Barroso expõe um Brasil irreal. A composição já tem cerca de dez anos. “Estava na época do Pan-Americano e um avião tinha caído, muita gente morreu. Uma atleta tinha ganhado uma medalha de ouro pelo futebol feminino. Alguém falou na tv que esperava que a vitória servisse de consolo para as famílias que tinham parentes no voo. Não acreditei que estava ouvindo aquilo. Não tem comparação o esporte com a dor deles. Simultaneamente, estava começando o Mensalão. Foi um gatilho, a primeira coisa que eu pensei foi no título”, lembrou.

 

SERVIÇO: –

Bar Teto Solar (Espaço II) – Rua Paulo Barreto, 110, Botafogo
Data – 27/04 | 21H

Ingresso – R$ 20 (dinheiro)

*o bar aceita cartão de crédito e débito

Mas tem mais opções para quem curtir o feriado prolongado na cidade. A começar pelo cinema:

GUARDIÕES DA GALÁXIA 2: Guardiões da Galáxia volta nas telonas para a felicidade do público. Os guerreiros viajam ao longo no espaço com todas aquelas batalhas épicas que já esperamos. O mistério é descobrir a paternidade de Peter Quill (Chris Pratt).

Além das Palavras: Baseado na história de vida de Emily Dickinson (Cynthia Nixon), uma grande poetisa dos Estados Unidos. Desde o colegial até o fim da vida como uma artista reclusa. Escrevia quase um poema por dia, mas apenas uma parte de sua obra foi publicada em vida.

Além Da Ilusão: A história se passa em Paris, 1943, quando Laura (Natalie Portman) e Kate Barlow (Lily-Rose Depp) são irmãs que parecem se comunicar com os mortos. O produtor André Korben (Emmanuel Salinger) solicita uma sessão particular, pois decide filmar os acontecimentos da sessão. No final, acaba mostrando a possibilidade das duas aturarem em filmes, mas, enquanto isso, ele realiza seguidas gravações.

Vermelho Russo: Duas atrizes brasileiras se mudam para Russia para aprender o método de atuação de Constantin Stanislavski. Marta (Martha Nowill) e Manu (Maria Manoella) se envolvem em um triangulo amoroso com o diretor de teatro e vão precisar ultrapassar as diferenças.

 

Exposições

Esculturas de Cícero Alves dos Santos no Copacabana Palace: O escultor de Sergipe possui traços da vertente conhecida como Véio. O trabalho é feito em madeira e traz cores fortes que se distanciam das oferecidas pela natureza. Dessa forma, junta o lado rudimentar com desenhos animados e filmes do mundo globalizado. A exposição estreou nesta terça-feira e fica aberta ao público até dia 26 de maio, na galeria Gustavo Rebello Arte.

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Shows e eventos

Feijoada ao som da MPB: O restaurante Branche, do hotel Tulip Inn Rio Copacabana, oferece todos os domingos um buffet de feijoada completo. Os clientes terão a possibilidade de comr ao som de Zeca Amador e a banda Bossa e Balanço. A comida começa a ser servida ao meio dia e vai até as 17h. O buffet fica no valor de R$ 69,00 por pessoa, com uma caipirinha de limão de cortesia.

Gustavo Macacko: um artista singular que carrega uma forte carga poética em suas canções. Descendente de família nordestina, capixaba de coração, goiano de nascença e mineiro no registro, o músico e compositor mora no Rio de Janeiro e traz a pluralidade e a riqueza cultural dos quatro cantos do Brasil, refletidas nas suas composições. No dia 29 de abril (sábado) ele sobe ao palco do Circo Voador para lançar seu primeiro DVD. E quem for ao Circo ainda verá show do Baia, com participação especial de Zé Geraldo na noite. R$40,00

Anitta convida Maluma: Uma das maiores parcerias latinas, os dois ícones se reúnem para cantar no palco do Vivo Rio no dia 29 de abril, no Rio de Janeiro. A mistura de reggaeton com funk promete contagiar o público.O ingresso fica em torno de R$50,00 e R$180,00.

(Foto: Divulgação)

 

TEATRO

Se eu fosse Sylvia P.: O espetáculo estreia nova temporada no dia 03 de maio e fica em cartaz até dia 01 de junho, no Teatro Municipal Café Pequeno. Alessandra Gelio interpreta a escritora americana Sylvia Plath. A atriz divide a direção com Cynthia Reis. O ator Léo Rosa e a atriz Téia Kane também participam do elenco. O espetáculo acontece todas as quartas e quintas, às 20h.

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Palco Giratório em Jacarepaguá, Rio de Janeiro: O evento começa na terça dia 2 e vai até dia 31, de maio, no Escola Sesc de Ensino Médio. São vinte e cinco espetáculos gratuitos. Na abertura, a peça ‘Caranguejo Overdrive’, da carioca Aquela Cia de Teatro. O projeto visitará cento e quarenta e quatro cidades nos vinte e seis estados.

Renato Russo, O musical: A peça estava quase se despedindo mas resolveu estender por mais um dia. Dia 01 de maio pode ser a última vez que vemos esse espetáculo em cartaz, despois de dez anos. Com atuação de Bruce Gomlevsky, o elenco espera casa cheia.

(Foto: Divulgação)