Do mundo para o Rio: Rubaiyat é a novidade inegável da gastronomia na capital fluminense


Parte do império de Berlamino Iglesias, restaurante que já existe por Brasília, Cidade do México e Madri finalmente chega ao lar do Cristo Redentor

*Por Júnior de Paula

Só se fala em uma coisa nas rodas de conversa dos apaixonados pela boa mesa no Rio de Janeiro: a inauguração do Rubaiyat no Jockey Club, no Jardim Botânico. Para quem não sabe do que se trata, a gente explica: a marca Rubaiyat é um império gastronômico comandado por Belarmino Iglesias, que conta com uma dezena de restaurantes ao redor do mundo. Entre eles, o clássico Figueira de São Paulo, o Cabaña Las Lilas de Buenos Aires, além de outros Rubaiyats em Brasília, na Cidade do México e em Madri.

Assim que a gente se aproxima do novo endereço carioca, já é possível ouvir a repetitiva sucessão de “Uaus!”. Com arquitetura de Miguel Pinto Guimarães e Marcos Perazzo, e cozinha comandada pelo chef espanhol Carlos Valentí, o restaurante impressiona em vários aspectos. Desde a porta de entrada, com mais de três metros de altura por outros tantos de largura, passando pelo tamanho dos ambientes – que juntos somam 1.400 m² – com a varanda linda que debruça sobre a pista de corrida do Jockey, até chegar ao cardápio, tudo por lá é superlativo.

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Entre as possibilidades de escolha estão pratos como o carpaccio de vieiras com azeite cítrico e mostarda, tiradito de atum, peixes e mais todos os frutos do mar que você possa imaginar, muitos expostos na entrada do restaurantes para comprovar o frescor dos ingredientes. E, claro, carnes. Muitas carnes. Por sinal, todas elas – do boi à galinha – são produzidas com o mais alto padrão de qualidade nas fazendas da família na região de Dourados, no Mato Grosso do Sul.

As refeições são sempre servidas com acompanhamentos clássicos, todos pagos (e muito bem pagos!) à parte: arroz biro-biro, farofa Rubayiat e cogumelos assados, só pra citar alguns. Quer mais? Tem muito mais: massas italianíssimas, saladas, risotos… Isso sem falar no couvert, que já vale quase como uma refeição. Ao preço de R$17 por pessoa, chega à sua mesa, antes mesmo de você pedir as bebidas, dois tipos de pães de queijo, salada caprese, azeitonas, abobrinhas com parmesão, além de uma cesta de pães feitos na casa para você escolher. O de abóbora, diga-se de passagem, é irresistível.

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Os pratos são caros? São, mas seguem o padrão das casas de status parecido no Rio. O bife de chorizo, por exemplo, custa R$52 e vem acompanhados das batatas soufllée. Já o Super Beef, maturado nas câmaras do restaurante por 21 dias, sai a R$186. O peixe Vermelho na brasa servido com legumes cozidos, que serve duas pessoas, custa R$170. Como era dia de semana e fui pra o almoço, uma simpática sugestão de prato executivo era oferecida pela módica quantia de R$69, com direito ao couvert, prato principal e sobremesa. O melhor disso tudo? Não é apenas uma opção por serviço, mas várias. De prato principal, por exemplo, é possível escolher entre a Brandada de Bacalhau (a minha pedida), Salmão com espinafre ou Baby Beef.

Em contrapartida, o serviço deixou muitíssimo a desejar. O garçom, com cara de poucos amigos, depois de anotar o pedido das bebidas nunca mais foi encontrado. Tive de pedir o cardápio para um de seus companheiros de trabalho, as taças de espumante nunca eram enchidas quando secavam – e olha que nem bebemos tão rápido! – e os pedidos foram feitos ao gerente. Tudo muito confuso e pouco atencioso. Apesar do ocorrido, que é provavelmente uma falha que será corrigida com o tempo, já que o grupo preza pelo atendimento impecável, a experiência foi boa e doeu menos do que o imaginado no bolso. Paguei R$130, com direito a garrafa de espumante, água, couvert, prato, sobremesa e um café que chega à mesa com uma bandeja de docinhos, biscoitos e outras delicadezas (R$8).

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Antes de encerrar, quero lembrar que aos sábados o Rubaiyat Rio reedita um clássico da gastronomia carioca: a feijoada (R$ 77 por pessoa), que é produzida com Baby Pork da fazenda Rubaiyat e inclui batidas, couvert e bufê de sobremesas. E não dá para ignorar a adega da casa que, dizem, é uma das mais completas do mundo, com 5 mil garrafas de 800 rótulos, vindos de 15 países.

Rua Jardim Botânico, 971 (Jockey Club Brasileiro), Jardim Botânico, 3204-9999 (240 lugares). 12h/16h e 19h/0h (sáb. sem intervalo; dom. sem intervalo até 18h)

 

* Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura