Gravadora é condenada a pagar R$ 30 mil para família de Bezerra da Silva por causa de tatuagem de Marcelo D2 em encarte de disco


Segundo a família do sambista pernambucano, os direitos de imagem do cantor foram usados sem autorização prévia

Por essa, nem Marcelo D2 e sua gravadora poderiam esperar. Depois de seis anos do lançamento do disco “Marcelo D2 Canta Bezerra da Silva” (2010), a EMI Music está sendo condenada pelo Tribunal de Justiça do Rio a indenizar os herdeiros do sambista no valor de R$ 30 mil. O motivo: a capa do álbum traz o rosto de Bezerra em uma tatuagem feita no braço esquerdo de D2 –  fã declarado do cantor.

O cantor com o álbum "Eu Não Sou Santo" de Bezerra (Foto: Divulgação)

O cantor com o álbum “Eu Não Sou Santo” de Bezerra (Foto: Divulgação)

Além disso, a fotografia ainda reproduz o encarte icônico do disco “Eu Não Sou Santo”, lançado em 1990 por Bezarra da Silva, no qual ele aparece crucificado e com duas armas na nas mãos. Embora nenhuma faixa do trabalho tenha sido composta por ele, o repertório do álbum de D2 foi todo baseado na obra do sambista. Apesar da homenagem, os familiares lutam pelos direitos de imagem do cantor, mas a EMI pretende recorrer a decisão.

Segundo a ação movida por Regina de Oliveira, ex-mulher do sambista, empresária e compositora de suas músicas, a família reivindica os direitos relativos às vendas do disco, que teria sido lançado sem autorização. Mas a gravadora se defendeu das acusações: “Nenhuma música do disco era de autoria de Bezerra da Silva. Ele não era compositor. Elas são de vários compositores nacionais, e a gravadora obteve autorização de todos eles antes do lançamento”, disse o advogado da EMI, George Ripper Vianna, em entrevista, afirmando que eles vão recorrer. D2 não comentou o caso.

Capa do disco de Marcelo D2 (Foto: Divulgação)

Capa do disco de Marcelo D2 (Foto: Divulgação)