Com mais de 40 anos de tradição, Playboy anuncia que revista será item de colecionador com apenas uma edição por ano e impressa sob encomenda: “Crise sem precedentes”, disse


Há dois anos sob nova gestão, a publicação já havia mudado a periodicidade para bimestral e o conceito das fotos. Nesta nova fase, o nu frontal passou a ficar sob critério das musas. Na estreia, Luana Piovani foi a capa e comentou a nova ideia da Playboy. “Não sou obrigada a botar dedinho na boca e posar de quatro para fazer ‘punheteiro’ gozar”

Ir à banca de jornal comprar revista virou um comportamento raro nos dias de hoje. Tão raro que, a partir deste ano, uma das maiores publicações impressas do país será item de colecionador. Há quatro décadas no Brasil, a Playboy anunciou por meio de nota à imprensa que reduzirá suas edições a uma anual que deverá ser pedida e encomendada no site. “A PBB Editora Ltda informa que reduzirá a publicação da edição imprensa a um exemplar de colecionador por ano – que será on demand, ou seja, números limitados impressos por encomenda”, anunciou.

Há dois anos, a Playboy passou a ser da PBB Editora Ltda, que comprou os direitos da Abril, e transformou a revista em bimestral em seu terceiro mês de circulação. De acordo com Marcos de Abreu, presidente da marca no Brasil, as mudanças na frequência da publicação estão diretamente relacionadas à crise da comunicação impressa no mundo. “A ‘Playboy’ é uma marca com várias décadas, mas também é uma marca dos tempos atuais. O mercado de revistas impressas atravessa uma crise sem precedentes ao redor do mundo e necessita de uma readequação ao mundo digital junto aos leitores e anunciantes”, disse.

Capa de Luana Piovani nesta fase recente da revista (Foto: Reprodução)

Neste novo momento, outra mudança que caracteriza esta fase da Playboy é em relação ao conteúdo. Na nova ideologia da revista, o nu frontal, por exemplo, não é o mais importante. A decisão, segundo a editora, fica sob critério das musas que estrelam os ensaios. No retorno da Playboy com a nova gestão, Luana Piovani foi a capa da revista e fez seu primeiro ensaio nu. “Não sou obrigada a botar dedinho na boca e posar de quatro para fazer ‘punheteiro’ gozar. Sensualidade tem que ser natural”, disse a atriz na época.

Sendo assim, a Playboy se junta a um time de revistas impressas que foram vencidas pelas novas tecnologias e formas de consumo de notícia e entretenimento. Além da publicação masculina, a Quem, Capricho e Estilo são outros exemplos de revistas que pararam de circular em papel. Como item para colecionador, a Playboy agora busca um novo conceito para sua tradição. Será que vai dar certo?