Candé Salles inaugura o exclusivo Clubhouse Rio em Ipanema e comenta sobre o espaço: “Para ser integrante não basta ter dinheiro!”


Abertura do espaço private reuniu gente como Vanessa da Mata, Alexandre Borges, Pedro Neschling e Oskar Metsavaht e o diretor cultural da casa explica como pretende fazer história na capital fluminense

O território de  Ipanema tremeu no fim de semana com a estreia da versão carioca do Clubhouse, clube de acesso exclusivo a sócios – escolhidos por uma criteriosa curadoria -, que já mantém uma filial em Buenos Aires e associação a serviços similares em Londres, Hong Kong, Madri e Toronto. O espaço, na lendária Rua Saint Roman, entre a Praça General Osório e o morro do Cantagalo, funciona em um casarão com arquitetura Tudor, no estilo dos anos 1940, com três deques, um jardim com piscina, lounge/biblioteca/bar e cinco quartos à disposição dos convidados.

Durante a festa oficial de inauguração, o clima por ali não poderia ser mais carioca. Gringos e brasileiros lotavam os espaços ao ar livre, enquanto o DJ Tee Cardaci pontuava o ambiente com músicas dançantes, mas nada previsíveis. Os garçons rodavam pelo Clubhouse oferecendo Chandon, Heineken e drinques com cachaça Leblon ou vodca Belvedere e, em determinado momento, um saxofone substituiu a música eletrônica para acompanhar a voz de Karina Zeviani, cantora brasileira que já esteve à frente do grupo Nouvelle Vague e resolveu dar uma palinha ali mesmo, só no gogó, para os convidados.

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De um lado, Vanessa da Mata dançava balançando os cabelos e quadris, enquanto do outro, Alexandre Borges cruzava o deque com cara de quem estava tendo a maior diversão do mundo. Pedro Neschling e a mulher, Vitória Frate, trocavam carícias e risadas enquanto Felipe Velloso e Oskar Metsavaht faziam uma social e cumprimentavam amigos. Na pista, Natália Lage, Guilherme Weber e Ana Lima dançavam, riam e conversavam, todos no maior clima possível de descontração, privacidade e relaxamento. Mini-hambúrgueres circulavam nas bandejas e saciavam os convidados, que iam se espalhando pelos sofás, cadeiras e pufes dali, apenas para voltar mais tarde ao espaço aberto. Na parede, Debbie Harry e Iggy Pop, fotografados no auge de suas selvagerias por Bob Gruen, já adiantam que ali tudo pode acontecer.

As diferentes tribos presentes no evento formavam essa mistura de influenciadores, profissionais criativos, artistas e empresários bem sucedidos (mas nada daquele típico engravatado sem senso de humor). A vibe era tão gostosa que até a pequena fila do banheiro rendia risadas e momentos divertidos: tudo orquestrado por Candé Salles, o diretor de cinema que assumiu as vezes de diretor cultural do espaço e ajuda a comandá-lo ao lado da Oasis Collection, multinacional de hospedagem alternativa que se inspirou no lifestyle do Rio durante os anos 1960 e 1970 para a filial.

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Antes mesmo de inaugurar o Clubhouse Rio oficialmente, Candé já havia atiçado a curiosidade do público, com baladas como a “Festa na Obra” e canjas de gente como Otto, Seu Jorge e o trio Pablo Morais, Chay Suede e Rômulo Neto, como você já havia lido aqui. HT, que segue os passos e as festas de Candé há anos, resolveu saber um pouco mais sobre o espaço que tem invadido as rodas de conversa na capital fluminense e quais os planos futuros para a casa. E você confere isso tudo aqui abaixo:

HT: Qual foi o desafio de abrir uma franquia do Clubhouse no Rio e como vocês pretendem dar a cara da cidade para o local?

CS: O desafio é tornar o Club um lugar histórico para o Rio. É esse o meu desejo. Quero que os próximos anos tenham muitas historias e encontros.

HT: Por que escolheram esse local específico em Ipanema para o Clubhouse? Como acha que ele contribui para o conceito do clube?

CS: Essa rua está muito movimentada ultimamente, com a abertura de muitos hostels por ali. Charmosa e pouco conhecida, ela dá o ar private que queríamos. A favela e o mar juntos formam um cartão postal verdadeiro e deslumbrante da cidade.

HT: Como diretor cultural, que tipo de programação o público pode esperar do Clubhouse Rio?

CS: Muitos jantares à luz de vela. Shows, festas, exposições, jam sessions, noites de poesia, debates, lançamentos de livros e discos… Tudo só para os sócios, claro.

Candé Salles, diretor cultural do Clubhouse Rio, comenta: "O desafio é tornar o club em um lugar histórico para a cidade" (Foto: Divulgação)

Candé Salles, diretor cultural do Clubhouse Rio, comenta: “O desafio é tornar o club em um lugar histórico para a cidade” (Foto: Divulgação)

HT: Como você descreveria o público ideal do Clubhouse Rio?

CS: Os meus amigos e os amigos deles.

HT: O que ele traz para a noite carioca de diferente, que você não via antes?

CS: Uma privacidade de verdade e uma seleção de pessoas. Observação: os candidatos a sócio têm que preencher um formulário no site do Clubhouse  para serem aceitos pelos integrantes da equipe, que inclui gente como Seu Jorge, Camila Pitanga, Lenny Niemeyer e Oskar Metsavaht, além do conselho do club. Não basta ter dinheiro não.

HT: Quais os próximos passos do Clubhouse?

CS: Já tivemos tanta coisa legal, sabia? Seu Jorge fez uma noite com o Rogê e outros músicos sentados em uma mesa e tocaram até 4h para apenas 20 felizardos. A exposição de fotos icônicas do rock que Bob Gruen fez ainda está lá – as imagens de Salvador Dalí e Alice Cooper são minhas favoritas. Rômulo Neto, Chay Suede e Pablo Morais comandaram uma noite emocionante: o improviso e os três juntos foi lindo. A noite de poesia apoiada pela editora Nova Fronteira foi demais também, os atores leram Caio Fernando Abreu e eu fiquei suuuper feliz! Agora, os próximos passos… continuar essa vibe. Shows pequenos, jam sessions, noites de poesia, expôs e, claro, de vez em quando uma festa grande como a que tivemos na noite de abertura, com Karina Zeviane cantando. Ah e muiiiita gente bonita, né? (Risos)