Salve Chico Science! Vinte anos depois de estrear com o mestre do mangue beat, Nação Zumbi canta no Central Park e sai de lá aclamada!


O The New York Times, mais influente standart do planeta, discorreu sobre a apresentação da Nação Zumbi por meio da análise do crítico Ben Ratliff. Para ele, a banda ficou mais carregada de sentimento, deixando latente seu “estilo excêntrico e hipnótico” e mostrando uma resistência musical mesmo com o passar do tempo

Há mais ou menos vinte anos o Brasil conhecia uns caras, lá no Recife, que tomaram de assalto a cena musical misturando rock, batidas eletrônicas com nuances regionais (aqui, o maracatu como expoente maior). O tal movimento inovador, liderado por homens que mais tarde seriam venerados como Chico Science e Fred Zero Quatro, ganhou o nome de mangue beat e conquistou seu espaço. O som eram tão diferente e ao mesmo tão bem recebido pelos ouvidos, que conquistou a gringa e, lá nos anos 90, fez Chico Science & Nação Zumbi carimbarem o passaporte rumo aos Estados Unidos. Em 1997, Chico faleceu vítima de uma acidente de carro, mas a banda continuo semeando o mangue beat e voltou à Terra de Obama outras vezes. O tempo passou, o milênio virou, e mais uma vez a Nação Zumbi levou o nordeste para o mundo: eles cantaram no último final de semana no Central Park SummerStage e saíram de lá aclamados pela crítica internacional – e especializada.

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O The New York Times, mais famoso e respeitado jornal do planeta, discorreu sobre a apresentação da Nação Zumbi por meio da análise do crítico Ben Ratliff. A priori, HT relembra que não é a primeira vez que o grupo ganha destaque naquelas páginas: a mesma publicação, em 1995, julgou o disco “Da Lama ao Caos” como um dos 10 melhores álbuns daquele referido ano. Desta vez, a Nação foi analisada, ainda citando da influência (como não poderia ser diferente) de Chico Science, como detentora de um som que é perfeitamente atual e vintage ao mesmo tempo.

Jorge Du Peixe e Lúcio Maia: 20 anos depois, o retorno à Nova York (Foto: Israel Costa)

Jorge Du Peixe e Lúcio Maia: 20 anos depois, o retorno à Nova York (Foto: Israel Costa)

A crítica ainda positivou o pernambucano Lúcio Maia com sua “guitarra agressiva” e Jorge du Peixe, “que há muito tempo assumiu o papel de Chico Science” com seus raps e sua voz “de inserção de agulha” – um tom forte, penetrável, marcante. Ben Ratliff considerou a carreira da Nação Zumbi sem o mentor como uma evolução, resultado de uma banda “mais obstinada”. O repertório, segundo o crítico, foi dividido assim: “cerca de dois terços do pós-Chico Science e depois um punhado de canções desde os primeiros dias”. E aqui, uma observação: a escolha não foi puramente para sedimentar um ar nostálgico. A Nação já vem adotando essa postura musical em outras apresentações no Brasil. Para o New York Times,  quando canções como “Infeste” – de 2007 – e “Blunt of Judah” – de 2002 – foram entoadas, a banda ficou mais carregada de sentimento, deixando latente seu “estilo excêntrico e hipnótico” e mostrando uma resistência musical mesmo com o passar do tempo.

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Com a sensação de dever cumprido, a Nação Zumbi continua pela Big Apple. Nesta terça-feira (04), Jorge du Peixe, Lúcio Maia, Nino “Dengue” Brócolli, Pupillo, Toca Ogan, Gilmar Bola 8, Gustavo da Lua e Ramon Lira fazem uma nova apresentação na cidade, desta vez no City Winery.