Responsável pelas festas Infame, Mug e Boho, Marcio Lima inaugura Kitschnet Club na Lapa nesta sexta-feira e adianta Tati Quebra Barraco como atração até o fim do mês


Na nova empreitada, o produtor terá uma casa noturna para chamar de sua, em parceria com os sócios Claudio Macedo e Bruno Pompeu. “A Kitscnhet é uma boate com cara de clube e o primeiro espaço que eu tenho. Lá, são dois andares que funcionam paralelos ou integrados”

A noite carioca já tem um novo point. Na Lapa, no meio da boemia e do fervor noturno da cidade, Marcio Lima inaugura a Kitschnet Club nesta sexta-feira, 8. E, para começar com o pé direito, o produtor aposta no sucesso de sua festa Infame para lotar a boate desde o primeiro dia. Na nova empreitada, Marcio Lima, que há anos se destaca no mercado de festas do Rio de Janeiro, terá uma casa noturna para chamar de sua, em parceria com os sócios Claudio Macedo e Bruno Pompeu. “A Kitscnhet é uma boate com cara de clube e o primeiro espaço que eu tenho. Lá, são dois andares que funcionam paralelos ou integrados. A nossa ideia é que no primeiro andar fique um som mais alto de lounge e, lá em cima, o DJ de pop”, contou.

Para este projeto, Marcio Lima escolheu o centro de onde tudo acontece no Rio de Janeiro: a Lapa. Quer dizer, na verdade, foi o próprio reduto da boemia que o escolheu. “Eu queria fazer na Zona Sul. Um dia, quando eu estava procurando pelo espaço que poderia ser e fiquei apaixonado por essa casa. Nela, eu tenho dois ambientes muito interessantes que podem funcionar separados ou de forma integrada. Fora que a gente vai estar em um lugar que, por si só, já tem um público agregado grande. Mas não acho que teremos concorrência direta. O nosso clube foge um pouco do estereótipo do samba na Lapa”, destacou Marcio que promete ser o endereço das festas alternativas – que não serão exclusivas ao público LGBT.

Bruno Pompeu, Marcio Lima e Claudio Macedo são os nomes por trás da Kitschnet Club (Foto: Igor Mota)

Aliás, este é outro ponto interessante da Kitscnhet Club no Rio. Em sua carreira como produtor, Marcio Lima começou assinando festas para o público hétero. Com o passar dos anos, ele deu uma nova guinada e passou a ser referência quando o assunto é entretenimento LGBT. Mas, agora, apesar de não fazer mais festas hétero, o produtor defende uma ideia de simbiose nos eventos. “Eu acho que hoje em dia não existe mais essa diferenciação tão explicita como era antigamente. E para mim, como produtor, também não faz diferença eu estar organizando um evento para uma pessoa ou para outra”, apontou o produtor que passou a atender o público LGBT quando trabalhou com Preta Gil. “Foi uma mudança natural que ocorreu na minha carreira”, disse.

Assim como gays e héteros prometem festejar em harmonia na Kitscnhet Club, artistas e anônimos também devem marcar presença nas pick-ups da boate. O nome escolhido por Marcio Lima é um resgate à festa que foi sucesso em Ipanema entre os anos 2009 e 2011. Neste período, a boate Boox era conhecida por ter personalidades como comandantes da noite. “Naquela época, eu levei nomes como Wolf Maia, Fernanda Souza e Samantha Schmutz para serem os DJ’s do evento. E eu quero repetir isso agora na Kitscnhet Club. Por enquanto, temos Tati Quebra Barraco confirmada no dia 22 deste mês. Mas a minha ideia é ter atrações mais ousadas, como Rita Cadilac e Gretchen”, contou Marcio que também apostou neste resgate do nome uma ideia de aconchego e familiaridade. “Esse é o meu primeiro espaço e eu queria que tivesse um nome especial. Essa foi uma festa que me fez muito feliz e ter o nome dela lá vai me fazer sentir bem”, explicou.

Assim como na festa homônima de 2009, Marcio contou que também quer levar artistas para tocar na Kitschnet Club (Foto: Igor Mota)

E é esse clima que Marcio Lima quer garantir desde o primeiro dia. Responsável por uma trinca de eventos que já são unanimidade no Rio de Janeiro, o produtor explicou que não irá levar suas festas Boho e Mug para a Kitscnhet Club. A exceção será a Infame, também de Marcio, que abre a casa. “São festas que não cabem lá. A nossa capacidade no clube são 600 pessoas”, explicou o produtor que pensa em convocar festas de fora do Rio para também agitar o novo espaço. “Nós estamos indo com cuidado, mas muito confiantes. Assim como o público das minhas festas na cidade cresceu, eu acredito que o Rio também vai viver um boom de boates em breve. Estou acreditando nesse meu feeling”, disse.

Com esta crença, Marcio Lima investiu no Rio de Janeiro mesmo em um momento não tão animador. Hoje, a cidade e o estado passam por uma grave crise que, apesar de preocupante, não afetou o entusiasmo do produtor e empresário. “Eu sou apaixonado pela noite e me divirto muito com as minhas festas. Eu acho que a cena carioca ainda tem espaço para investimentos e nós não podemos nos intimidar”, analisou Marcio que, como estratégia em suas festas, diminui o valor da entrada e se alia a outros produtores da noite LGBT. “No ano retrasado, os ingressos da festa Boho chegavam a custa R$ 70. Hoje não tem como ser assim. Os valores começam em R$ 20 e chegam a no máximo R$ 50. Fora que nós produtores de festas LGBT do Rio temos um grupo em que combinamos as datas para que a gente não crie concorrência entre os nossos próprios eventos”, contou o produtor Marcio Lima. Vida longa à Kitscnhet Club!