Pluralidade e amadurecimento marcam o lançamento do novo disco do músico Davi Moraes, Tá Em Casa, com participação de Adriana Calcanhotto, Maria Rita, Saulo Fernandes e outros


Depois de um hiatus de 12 anos, o compositor volta com força total em um compilado de todo o enriquecimento profissional que teve desde a feitura de seu último disco. Neste tempo distante da carreira solo, ele fez projetos com a Universal, com a Vanessa da Mata, o Partimpim com a Adriana Calcanhotto, com o pai e muitos outros

Davi Moraes é uma figura complicada de se denominar em palavras. A música já faz parte de seu DNA, já que é filho do cantor e compositor Moraes Moreira. Sendo assim, estava destinado ao sucesso desde pequeno. Não é por acaso que participou, aos 11 anos, do primeiro Rock in Rio, realizado em 1985, quando tocou com o pai ritmos brasileiros. De lá para cá, muita coisa mudou e o currículo dele só aumentou. Depois de um hiatus de 12 anos sem lançar um disco, chega às plataformas digitais Tá Em Casa, seu terceiro CD. “O título é o nome de um dos chorinhos que tem no álbum e, ao mesmo tempo, faz relação com a minha exposição a todos os tipos de músicas. Fiz uma seleção que vai desde canções mais vazias com a sonoridade do violão até o uso de sopro. Este é o meu mundo e a minha cara”, explicou. No palco, ele conta com Marcelo Linhares no baixo, Wallace Santos na bateria, Rodrigo Tavares nos teclados, Vander Nascimento e Diogo Gomes no trompete e Marlon Sette no trombone.

Davi Moraes já tem um longo histórico na música brasileira, tendo feito parceria com grandes nomes (Foto: Luiz Tripolli)

Neste lançamento, o cantor conseguiu mostrar uma vertente mais segura e madura de si mesmo. Afinal, engana-se quem pensa que ele passou todos estes 12 anos parado. O profissional fez um projeto com a Universal, com a Vanessa da Mata, o Partimpim com a Adriana Calcanhotto, com o pai e muitos outros. Várias apresentações contam no currículo, indo desde Elba Ramalho e Marisa Monte, passando por Caetano Veloso e Gilberto Gil e terminando em Adriana Calcanhotto, Vanessa da Mata e Maria Rita. “Estou trazendo tudo isso neste meu novo trabalho de composição. Tive uma trajetória de amadurecimento como cantor e artista. Acredito que consegui unir todos os meus lados musicais, os de compositor, instrumentista e arranjador. Consegui, junto com todos os meus parceiros e com a sonoridade de Mario Caldato Jr., trazer um disco com várias influências e ao mesmo tempo um carimbo pessoal meu. Esta é a minha oportunidade de mostrar a minha cara, depois de ter contribuído com tantos projetos de outros artistas”,  contou.

O disco deveria ter saído antes, mas devido ao acúmulo de trabalho, só agora ele teve tempo de lançar. “Vim de um projeto grande com o meu pai, fizemos alguns discos juntos e por isso tive que adiar ainda mais o projeto”, comentou. A dupla tem uma parceria histórica e que funcionava simultaneamente aos outros projetos com estes outros artistas anteriormente citados. Eles fizeram o show Moraes e Davi, por exemplo, onde compartilhavam uma atmosfera de cumplicidade no palco.

Além de trazer o seu amadurecimento psicologicamente, ele resolveu transformar esta caminhada de 12 anos em figuras palpáveis. Davi Moraes convidou para fazer parte do CD alguns amigos e personalidades da música que o ajudaram a construir a sua história. “Eles acrescentaram muito, porque além de amigos são grande ídolos da música brasileira. Receber esta galera foi maravilhoso. Foi uma série de encontros mágicos que trouxeram uma mistura bacana. Aproveitei este disco para proporcionar isto ao público”, contou. Sendo assim, há parcerias inéditas com Adriana Calcanhotto, Maria Rita, Saulo Fernandes, Márcio Victor, Felipe Cordeiro, Manoel Cordeiro, Jaques Morelembaum e Arlindo Cruz. A música juntamente com Márcio Victor, por exemplo, fala sobre a revolução rítmica que vem acontecendo na Bahia, onde o músico trouxe a sua percussão para o CD Tá Em Casa.

O ator aproveitou o aprendizado que adquiriu nestes últimos anos e incluiu tudo isto no CD (Foto: Luiz Tripolli)

Davi está acostumado a compartilhar o palco com muitos músicos, mas esta é oportunidade de, depois de 12 anos, mostrar a sua verdadeira cara para o público, completamente sozinho. Dessa vez, as pessoas poderão ver o músico sem a interferência de terceiros. “Não estranhei, na verdade estou adorando. A diferença que sinto é a da maturidade. Estou em uma fase diferente da minha vida. Estou muito feliz por estar me sentindo muito bem. E sem modéstia nenhuma, acredito que fiz o disco que imaginava e as pessoas parecem estar gostando, vi muitas respostas positivas nas redes sociais”, comemorou. Além disso, outro ponto que estimula a sua autoconfiança é o fato de não ter se distanciado das apresentações solo. “Apesar de ter demorado em lançar o terceiro disco, nunca deixei de me apresentar e fazer meus sonhos. Acho que as coisas aconteceram no momento que tinham que ser” completou.

Além de compor canções novas, o músico buscou músicas inacabadas de muitos anos atrás. Estas letras que encontrou no fundo do baú ganharam vida. A guitarra, que é uma das características mais marcantes dele, será um dos pontos chaves do disco. “Ela estará sempre presente, mas vai aparecer de um jeito especial, de uma forma que só acontece quando estamos fazendo um trabalho autoral”, anunciou. O cantor aprovou o resultado e disse que era tudo o que sempre havia esperado para este terceiro CD.  Mas isto não significa que ele pretende apagar os primeiros dois discos. “Não é que eu não gosto dos meus últimos discos, eles foram muito aprovados pelo povo e por músicos. Tenho muito orgulho do que fiz lá atrás. Mas agora, com 44 anos, sinto que estou levando o amadurecimento para o disco. Dessa vez, acho que estou conseguindo passar isso para a minha banda e o meu público. No entanto, continuo com as minhas misturas e a personalidade da minha guitarra”, informou.