Pegamos carona no balanço oficial do Carnaval de Salvador e fizemos o nosso top 10 do que rolou e o que não foi tão legal assim por lá


Passamos um pente fino que você vai conferir sobre questões como policiamento, repaginação na cidade ao hit Metralhadora

“Salvador voltou a estar na moda”, foi assim que o prefeito da capital baiana, Antonio Carlos Magalhães Neto, definiu o sucesso do Carnaval de 2016 nessa Quarta-Feira de Cinzas. Em entrevista coletiva, ele apresentou os números da folia neste ano. A ocupação geral dos hotéis foi de 97%, mas se pensarmos nos hotéis perto do circuito ela chegou a 100%, o número no atendimento nos postos médicos foi de 6,3 mil e só houve um óbito relacionado ao Carnaval neste ano. No ano passado foram quatro. A festa toda custou cerca de R$ 50 milhões, com R$ 25 milhões sendo pagos pela Schin, patrocinadora master da folia.

Aproveitando o balanço oficial, o site HT, que ama o Carnaval baiano e frequenta os circuitos há mais de uma década, resolveu fazer um Top 10 do que rolou e o que não rolou nos dias de festa na cidade do axé.

1) Como bem disse ACM Neto, é nítida a retomada de fôlego do Carnaval baiano. As ruas estavam mais cheia, os principais blocos esgotados, os camarotes lotados e muita gente bacana voltando a frequentar as ruas da cidade para aproveitar os três circuitos.

2) Se ano passado era difícil pensar numa música onipresente no carnaval, em 2016, bem antes da Quarta-Feira de Cinzas, todo mundo já sabia a letra e a coreografia do hit Metralhadora, das Vingadoras.

3) Por falar em música, foi ótimo ver a volta do É O Tchan aos holofotes com Bota a Cara no Sol. Sem os trocadilhos que lhes fizeram fama há algumas décadas, eles voltam com uma letra que celebra as diferenças e a beleza natural. “Tira a armadura que esconde a silhueta do seu corpo/Não fique dando bola para opinião dos outros/E por nada nesse mundo não deixe de ser você/Faça sempre aquilo que dá vontade de fazer”.

4) Ainda na seara da música, nada é mais relevante em Salvador hoje do que os caras do BaianaSystem. E aqui, claro, não estamos falando de hits descartáveis que a gente não se lembra depois da Quarta-Feira de Cinzas. Os músicos misturam samba reggae, axé, chula, reggae, música eletrônica e mais o que couber no caldeirão. “Terapia” e “Playson” são as favoritas do site e, no Carnaval e nos eventos pré-carnavalescos, como o Furdunço, no fim de semana anterior à folia oficial, os caras arrastaram uma verdadeira massa por Salvador. Play já!

5) Ivete Sangalo arrasou mais uma vez nos três dias em que se apresentou em Salvador, mostrando porque é, ainda, o nome que mais movimenta dinheiro na indústria do entretenimento brasileiro. Daniela Mercury também segue fazendo o que sabe de melhor: transformar a passagem do seu trio elétrico em uma instalação artística repleta de elementos cênicos, referências musicais e histórias bem contadas. A sua homenagem ao samba, com uma cruz fincada no alto do trio onde se lia “O Samba É Oração” já nasce histórica.

Ivete comandando o Cerveja e Cia, no sábado, no circuito Barra Ondina

Ivete comandando o Cerveja e Cia, no sábado, no circuito Barra Ondina

6) A segurança, que sempre foi reforçada nas ruas de Salvador, mas, neste ano estava ainda mais forte. Com mais de 40 pontos de revista nas entradas do circuito, todo mundo passava, em algum momento, por uma dura daquelas bem dadas da polícia. O resultado? Uma apreensão recorde de armas brancas e até revólveres. Destaque também para os muitos, muitos mesmo policiais que sempre estavam passando em fila pela pipoca e por todo o circuito. Se começava alguma confusão, em poucos segundos chegava um policial que brotava de algum canto. O Rio, nesse quesito, tem que aprender muito com Salvador.

7) Os camarotes mais legais foram aqueles onde se celebrava o Carnaval da rua, onde as atrações estavam do lado de fora e não trancadas numa lona alheia a qualquer manifestação popular. Para que se enfiar em um camarote fechado, com música de boate, onde pouco se vê dos desfiles do trio e onde se isola do povo, que é, quem, de fato faz a festa? Por isso, o site HT celebra e elege o Expresso2222, o camarote de Lícia Fábio e o da Contigo! by Schin os melhores do Carnaval deste ano. Nada de atrações especiais no fundo do camarote, a boa era se acotovelar no parapeito e ver a banda passar, com as mordomias típicas de qualquer camarote.

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8) Legal também ver como a cidade tomou um banho de loja e renovou pontos importantes como o Rio Vermelho e toda a orla da Barra, transformando o que já era bonito em algo ainda mais especial.

9) Já o trânsito da cidade continua um caos. São horas para se chegar e horas para se sair do circuito, em qualquer hora. Tanto no meio da tarde até no meio da madrugada. Saiba que você vai esperar muito dentro do táxi. A farra dos mototaxistas também precisa ser revista. É uma maluquice ver o que esses caras fazem nas ruas, com passageiros com pressa de chegar aos seus destinos, sem nenhum tipo de fiscalização.

10) A invasão do sertanejo nos trios elétricos e camarotes não faz muito sentido. No carnaval. a gente quer cantar os clássicos do axé, as músicas com coreografias, as batidas do Olodum, da Timbalada, a percussão na veia, não as duplas que a gente já tem que ouvir o ano inteiro em todas as rádios e programas de TV. Deixa o carnaval para quem é de carnaval. Fazer uma participação, ok, mas um percurso inteiro? Um show inteiro? Não, obrigado.