Para comemorar os 35 anos de carreira, a banda Blitz lança DVD de show gravado no Circo Voador: “Seguimos fazendo sucesso”, conta Evandro Mesquita


A apresentação aconteceu no ano passado durante a turnê do último álbum, Aventura II. Este foi indicado ao Grammy Latino como Melhor Álbum de Rock ou Alternativo em Língua Portuguesa. O lançamento também está sendo apresentado em formato digital e físico

A Blitz completa 35 anos de carreira e está lançando o quarto DVD da banda, Biltz No Circo Voador Ao Vivo, que exibe um compilado de sucessos do grupo. O material exibe a gravação do show que rolou no ano passado no Circo Voador, Rio de Janeiro, durante a turnê do último álbum, Aventura II. Este disco foi indicado ao Grammy Latino de 2017 como Melhor Álbum de Rock ou Alternativo em Língua Portuguesa. “A gravação do DVD representou uma volta ao Circo Voador, que é o nosso útero. A Blitz nasceu ali e nós achamos que valeria a pena fazer um show com aquele público. Queríamos compartilhar a emoção com a galera que acompanhou a nossa história e, além disso, queríamos trazer um pessoal novo. Os jovens descobriram os nossos discos pela internet e pelos mais velhos. Conseguimos juntar várias gerações para compartilhar este momento de celebração. Foi uma apresentação muito legal, todo mundo dançou”, relembrou Evandro Mesquita. O cantor é o porta-voz da banda formada por ele, Billy Forghieri, Juba, Andréa Coutinho, Nicole Cyrne, Cláudia Niemeyer e Rogério Meanda. Além deles, o público também cantou ao lado de Alice Caymmi, George Israel, Milton Guedes e do Afroreggae. No repertório, a gravação conta com sucessos como “Weekend”, “A Dois Passos do Paraíso”, “Betty Frígida” e “Você Não Soube Me Amar”.

Blitz lança DVD, que foi gravado no ano passado, para celebrar o aniversário da banda (Foto: DIvulgação)

Site Heloisa Tolipan: Dentro destes 35 anos de carreira, a banda mudou muito. Vocês já pensaram em seguir algum estilo que está na moda?

Evandro Mesquita: Temos uma caminhada longa e uma história muito bonita, somos uma banda importante nos novos ritmos do Brasil. Nós não mudamos o nosso estilo pensando no que está na moda, até porque isso passa. Somente o que é bom permanecerá e nos mantemos fiel ao que somos e apenas aprimoramos.

HT: O DVD está se tornando cada vez mais obsoleto no sentido de que as pessoas pouco compram em seu formato físico. Como vocês o estão disponibilizando, dessa forma, o material?

EM: O show já está em todas as plataformas digitais, mas como somos da época dos dinossauros quisemos ter em mãos o nosso trabalho. Fizemos uma tiragem limitada de vinil, que é a nossa raiz. O disco está acabando, as pessoas não estão mais achando este material.

O grupo foi indicado ao Grammy Latino de 2017 (Foto: JUBA)

HT: Como você está enxergando o cenário da música atual?

EM: Está esquisito, mas parecido. Quando a gente começou, nada que a gente gostasse tocava na rádio. Mas existem tribos e segmentos de pessoas que adoram determinados tipos de música que vão atrás do que curtem. Não se pode julgar o estilo da época, porque sempre haverá quem gosta de canções mais populares. E o mesmo acontece ao contrário.

HT: Como acha que seria se a Blitz entrasse no mercado agora?

EM: Se eu ainda fosse novo, não ligaria para como a banda iria entrar na indústria musical. Ia passar o dia na praia, fazendo música para agradar os meus amigos.

HT: Temos duas cantoras que estão se destacando muito no cenário musical nos últimos tempos, a Anitta e a Pabllo Vittar. O que você opina da carreira de ambas as artistas?

EM: A Anitta é muito esperta e boa. Ela é muito musical e consegue cantar diferentes estilos. Além disso, existe um trabalho empresarial muito grande. Não tenho nada contra ela. A Pabllo também está na dela, é uma figura forte e mostra as variantes que o Brasil tem.

Evandro Mesquita afirma que o cenário atual está parecido com o da época que começou (Foto: DIvulgação)

HT: As duas cantoras já foram muito criticadas pelo estilo musical, timbre de voz e outros. A Blitz também recebeu muitos questionamentos no início da carreira?

EM: Sempre houve julgamentos dizendo que nós somos uma banda do Rio de Janeiro, de uma música e de um verão só. Estamos há trinta e cinco verões juntos, fazendo sucesso e nossas canções ainda tocam em boates chiques. Estamos nos mantendo.

HT: 2018 está começando. Quais são os projetos para a Blitz este ano?

EM: Quero continuar em uma turnê sem fim, curtindo a indicação ao Grammy Latino e o DVD que está saindo. Quero fazer o que a gente gosta, gravar e experimentar coisas. Vamos continuar com os nossos parceiros de sempre. Temos vários amigos que abraçaram a confecção deste disco.