Madonna visiona show intimista à lá stand-up, elogia a Igreja Católica sob o comando de Francisco I e diz: “Sexo é uma dádiva sagrada”


Em entrevista à Revista Rolling Stone, a cantora revelou o que pensa para seu futuro profissional: “Eu gosto bastante da ideia de ficar simplesmente sentada em um banquinho com uma garrafa de vinho e um violão”

Madonna tem 57 anos e não descarta, aos 80, continuar saracoteando o mundo com suas turnês. Mas com um porém: “Se pudesse me ver viajando pelo mundo com uma turnê e me conectando com o público no futuro, tenho certeza de que seria algo bem diferente dos musicais extravagantes que faço agora”, garantiu em entrevista à revista Rolling Stone gringa. E quando ela fala de menos extravagância, pensa em algo intimista ao quadrado. “Eu gosto bastante da ideia de ficar simplesmente sentada em um banquinho com uma garrafa de vinho e um violão e incorporar meu stand-up comedy na apresentação. Gosto de falar com o público, contar histórias. Eu acho que poderia fazer um espetáculo interessante, para dizer a verdade. Eu gosto bastante da ideia de fazer algo simples”, confessou.

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Nada, no entanto, que se aproxime do que Madonna faz hoje com os shows da turnê “Rebel Hear”que HT, inclusive, já contou como é por aqui. Para ela, o intuito do novo espetáculo é levar as pessoas numa viagem”, já que, desde sempre, gosta “de explorar temas” e acredita “que se você vai se apresentar um grande espaço, como uma arena de esportes ou um estádio, você precisa apresentar um tipo de entretenimento que estimule todos os sentidos”. Para tanto, criou um baita de um conceito. “A primeira mensagem é sobre força e capacitação, e usamos a música ‘Iconic’ na abertura. É sobre ser um guerreiro de brilhar. (…) Já ‘Devil Pray’ é uma canção sobre cair na ilusão de que álcool e maconha podem te dar acesso a uma espécie de mundo superior, por assim dizer, ou que podem deixá-lo mais perto de Deus. De fato, eles podem. Mas acho que, no fim das contas, é tudo uma ilusão”, explicou.

E antes que você fale que nada disso tenha conexão, ela pondera: “Eu não pulo de um tema para outro, simplesmente. Temos que embarcar em uma jornada”. “Começamos como guerreiros, e em seguida exploramos temas como sexo e religião, porque são assuntos que, em nossa sociedade, estão sempre separados. Para mim, o sexo é uma dádiva sagrada que nos foi dada para que possamos explorá-lo e brincar com ele. Eu gosto de provocar as pessoas com os conceitos de sexo e com o ponto de vista da religião sobre esse assunto”, falou. Talvez por isso uma representação erótica da Santa Ceia com dançarinos vestidas de hábito foram um dos pontos mais comentados na imprensa pelo mundo afora.

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Religião, aliás, é um assunto de predileção de Madonna. “Eu tenho um longo relacionamento com o Papa, com o Vaticano, com a Igreja Católica, com a minha excomunhão. Eu fui criada católica e não importa o caminho espiritual que eu siga, eu sempre sinto algum tipo de conexão inexplicável com o catolicismo. É o tipo de coisa que se revela em todo o meu trabalho”, admitiu. O relacionamento com Francisco I, bom citar, vai além e alcança a admiração e concordância. “Ele parece ser um indivíduo de mente bem mais aberta, que parece estar se distanciando dos dogmas da Igreja Católica que foram definidos desde os tempos de Constantino. Então, eu acho que isso é bom. É bom olhar para o mundo lá fora e perceber que nós mudamos e que no fim das contas a mensagem de Jesus é amar o próximo como a si mesmo, o que significa não julgar o próximo”, analisou, dando a dica: “Acredito que ele é o tipo de Papa com quem você poderia sentar e tomar uma xícara de chá e que você poderia fazer uma piada sobre algo e ele iria rir sobre isso”. Quem sabe. Para Madonna, nada beira o impossível.