Exclusivo! Depois de emplacar músicas em “Malhação” e “Verdades Secretas”, Bian se prepara para lançar seu primeiro disco: “Consagração de todo um trabalho”


Aos 21 anos, Bian comanda a carreira de perto e compõe todas as suas músicas: “A composição viabiliza o diálogo e a partilha do que é mais profundo e mais íntimo”

Aos 21 anos, a cantora, compositora, produtora musical e multi-instrumentista Bian já realizou feitos que artistas consagrados desejam: emplacou duas músicas em trilhas sonoras de novelas da Rede Globo. Em 2013, o single “Chained” encantou o público teen como trilha sonora de Sofia (Hanna Romanazzi) em “Malhação” e, em 2015, “What if” foi uma das canções de “Verdades Secretas”. O talento da carioca chama atenção e ela acumula mais de 500 mil visualizações de sua obra no Youtube. Agora, lançando o próprio canal na plataforma virtual, ela transformou, além do nome – Bian assinava Bianca Merhy – o visual. O novo corte de cabelo, que agora é joãozinho, mostra a identificação da artista com o estilo andrógeno – que, aliás, é sucesso no mundo da moda. É com características de ambos os sexos e um olho na carreira internacional que Bian vem se preparado para o lançamento de “Hands”, o primeiro single de seu disco de estreia, mais eletrônico, pop e minimalista, que chega ao mercado no próximo dia 29. Conversamos com Bian, que nos falou tudo sobre as mudanças na carreira, a arte na época da internet e muito mais!

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Bian mudou o nome e investiu em um visual andrógeno (Foto: Larissa Dare)

HT: Você já começou a carreira musical em época de streaming, compartilhamentos etc e não passou pela transição da indústria fonográfica, certo? Queria saber se acha mais fácil ou mais difícil fazer sucesso hoje em dia e qual o panorama que você faz do cenário atual da música?
Bian: É muito difícil para mim avaliar isso não tendo vivido as duas épocas. Acredito que, hoje, tenhamos um bombardeio de conteúdo. Destacar-se no meio de um infinito mundo de artistas e bandas, sendo que muitas delas são até “artistas de internet”, é um desafio imenso.

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(Foto: Larissa Dare)


HT: Você já emplacou duas músicas em novelas da Globo, sendo uma em “Malhação” e outra em “Verdades secretas”, produtos de públicos tão diferentes. Qual foi a diferença da repercussão? Como foram os “convites”?
Bian:
Os dois singles foram lançados através da Gomus, o selo independente no Rio de Janeiro com quem trabalho. De alguma forma, diretores musicais da Globo ouviram meu trabalho e me conheceram. O curioso é que, embora os públicos das duas novelas fossem muito diferentes, as duas músicas foram igualmente bem recebidas, o que me deixou muito feliz.

HT: Quem é o público-alvo da Bian?
Bian: Minhas músicas são muito documentais e íntimas. Eu acabo expondo muito do meu mundo interno através delas. Acho que qualquer pessoa que se identifique e se relacione com minhas letras ou arranjos, vai acessar um pouco esse meu mundo interior.

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(Foto: Larissa Dare)

HT: Por que a mudança de nome artístico?
Bian:
A mudança de nome artístico fez parte de um processo de amadurecimento como artista. Eu estava num momento de mudanças estéticas-sonoras, e a redução no nome fez sentido dentro desse processo.

HT: Em uma época que as passarelas de moda no mundo todo exploram a androginia como conceito cool e fashion e tiram o andrógino do underground, qual a opinião de uma pessoa que já adotou esse estilo antes disso? Prefere que o andrógino seja visto como mainstream?
Bian:
Eu penso que a moda, ao mesmo tempo que retrata o mundo, o influencia de várias maneiras. Se a moda for instrumento para quebrar estereótipos de gênero, vejo isso como algo positivo.

HT: Você também compõe. Como surge a inspiração? Como é o seu processo de composição?
Bian:
Sim, todas as minhas músicas são autorais. A inspiração surge de tudo. Escrever é um exercício de olhar para dentro de si e transformar o que não pode ser falado, o que não é tangível, o que é puro sentimento em algo que pode ser compartilhado. A composição viabiliza o diálogo e a partilha do que é mais profundo e mais íntimo.

HT: Me fala um pouco do disco. É o seu primeiro, né? Qual a expectativa? Tem alguma música desconhecida do público ou todas já estão no Youtube? O que você pode adiantar?
Bian:
O nome do álbum vai surgir durante o processo e ‘Hands’ vai ser o nome do primeiro single do disco. Vai ser meu primeiro álbum, e todas as músicas são inéditas.

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(Foto: Larissa Dare)

HT: Lançar um disco em uma época de streaming em que discos viraram quase que um cartão de visitas (antes eram uma espécie de consagração do trabalho) é um negócio lucrativo? Dá medo?
Bian:
O álbum, para mim, continua sendo uma consagração de todo um trabalho. É como se fosse um livro que conta uma história, e todo o nosso material audiovisual é inspirado nele também. Toda a obra relacionada a esse álbum está sendo  feito com muita dedicação pela equipe com quem trabalho. A nossa expectativa é sensibilizar o máximo de pessoas possíveis, mas tudo isso sem perder a nossa verdade e autenticidade.

HT: Quais seus próximos planos?
Bian:
Estamos a pleno vapor no processo de criação das músicas e elaboração do formato do show. Nossa ideia é, todo mês, lançar um material novo, até o lançamento do álbum, no final do ano. Em julho, começo a agenda de shows.