Especial Rock in Rio! Às vésperas de mais uma edição com números recordes na Cidade do Rock, Roberto Medina destaca preocupação com o legado para o Rio: “Dar chance para a esperança”


Ocupando o antigo Parque Olímpico, que foi o centro dos Jogos do Rio no ano passado, o Rock in Rio tem sua maior área de evento desde a estreia. Em 2017, somente a área de público já é maior do que todas as Cidades do Rock anteriores. No total, são 300m² de área com oito palcos sendo três inéditos

Ô ô ô ô! Ô ô ô ô! Não precisa nem de melodia para entender que estamos falando do Rock in Rio, que começa nesta sexta-feira, 15, em solo carioca. E, desta vez, o festival que em 2017 completa 35 anos de muita música vem com números recordes. Ocupando o antigo Parque Olímpico, que foi o centro dos Jogos do Rio no ano passado, o Rock in Rio tem sua maior área de evento desde a estreia. Em 2017, somente a área de público já é maior do que todas as Cidades do Rock anteriores. No total, são 300m² de área com oito palcos sendo três inéditos. Para dar conta de tamanha grandiosidade, mais de 20 mil pessoas trabalham em dias de festival para que tudo aconteça de forma harmônica. São 120 quilometros de cabos por baixo dos 80 m² de grama que cruzam a Cidade do Rock. E o números não param por aí.

A cada dia, mais de 100 mil pessoas terão a Cidade do Rock como destino de música, cultura e entretenimento no Rio de Janeiro. Nomes como Lady Gaga, Justin Timberlake, Red Hot Chili Peppers e, pela primeira vez, The Who são alguns dos causadores deste movimento em massa pela cidade. Em vários aspectos, a Cidade do Rock de 2017 chega para ser um marco na história de sucesso do maior festival de música do mundo. “O que vai marcar essa edição do Rock in Rio é uma nova experiência. Esse festival não tem nada a ver com o que qualquer um de nós viveu antes. É uma nova Cidade do Rock que jamais fora construída”, adiantou Roberta Medina, vice-presidente executiva do Rock in Rio.

O Rock in Rio começa nesta sexta-feira, 15, e irá reunir cerca de 100 mil pessoas por dia na Cidade do Rock, na Barra (Foto: Julia Pimentel)

Como diferencial, a Cidade do Rock deste ano terá o conforto e a qualidade de serviço como destaques. Os elementos, apontados pela própria vice-presidente do evento, foram cuidadosamente pensados para que a experiência Rock in Rio fosse completa. Como aliado, o festival terá a tecnologia que, por exemplo, permitirá ao público que baixar o aplicativo do evento ser avisado quando os shows e performances pela Cidade do Rock estiverem começando. Afinal, com tantos cantinhos para visitar, fica difícil acompanhar tudo em tempo real. A tecnologia ainda ganha espaço no Rock in Rio em uma área dedicada aos games e inovações deste universo virtual. Na Cidade do Rock, a maior tela de games do mundo foi montada em uma das arenas olímpicas e promete ser o ponto de encontro dos apaixonados pelos joguinhos.

Outro ponto importante deste combo de conforto e serviço é a mobilidade até a Cidade do Rock. Aproveitando um dos legados olímpicos da urbe, só será possível chegar ao Rock in Rio de BRT, que terá ligação direta com o metrô. Nos dias de festival, será possível pegar o transporte expresso no Terminal Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, e viajar sem paradas até a estação da Cidade do Rock. Para quem preferir, o evento também promove uma opção deluxe, o Primeira Classe. De toda a cidade, incluindo Niterói e Teresópolis, partirão ônibus especiais com horários marcados que deixarão os passageiros dentro da Cidade do Rock.

A recomendação é que o público chegue à Cidade do Rock de BRT, que terá esquema especial nos dias de festival (Foto: Julia Pimentel)

No entanto, com todas essas engrenagens para o sucesso do Rock in Rio 2017, Roberto Medina, idealizador e presidente do festival, acredita que o principal trabalho estrará para além dos portões da Cidade do Rock. Para ele, um evento como o seu, que mexe com o turismo, a economia e a energia do Rio de Janeiro precisa ser usado para que os cariocas se embebeçam de euforia para os dias “normais” na cidade maravilhosa. “Quando a gente abrir a porta da Cidade do Rock, o nosso compromisso maior vai estar com o lado de fora. Será com a cidade do Rio de Janeiro. O que está acontecendo nesses dias de festival é uma prova de exuberância dos empresariados cariocas”, disse Roberto Medina que comentou sobre a sensação do morador do Rio de Janeiro em meio a crise que a cidade está passando. “Nós estamos com uma sensação de vira-lata muito maior do que realmente está acontecendo no Rio. Essa é uma cidade exuberante e que tem chance e pode dar certo. Não dá para a gente viver em uma cidade assim com esse ambiente que nos cerca. A mídia precisa ser mais generosa com o Rio de Janeiro. Notícia boa tem sempre”, destacou.

E este é um pensamento que Roberto Medina agregou a esta edição do Rock in Rio. A todo momento, o evento ressalta a alegria de ser carioca e a necessidade de recarregar as esperanças do povo da cidade que ainda leva o status de maravilhosa. “A gente tem que parar de se lamentar pelos cantos e dizer que queremos ir embora do Rio de Janeiro. Nós temos que ficar. Esse é o nosso lugar. Por mais difícil que seja, nós precisamos querer dar a volta por cima. O Rock in Rio não aconteceu em um momento brilhante da economia, foi logo depois da saída da Ditadura. O festival foi um grito da juventude que quis mostrar sua força e que poderíamos ser diferente do que havíamos vivido nos 25 anos anteriores de regime militar”, argumentou Medina que completou: “A gente precisa dar chance para a esperança. No fim das contas, não adianta dinheiro e nem grandes realizações. O grau de felicidade é o que mais importa na qualidade de vida de uma população”.

Mais do que promover música e cultura, Roberto Medina quer que o evento deixe um legado de esperança para a cidade (Foto: Julia Pimentel)

Ao seu lado, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, aproveitou a oportunidade e o cenário favorável para comentar sobre o cenário do cotidiano carioca. Para o político, hoje, a cidade vive um momento de melhorias que não aparece nos jornais, mas, segundo ele, pode ser comprovado pelos números da prefeitura. “Infelizmente, nós somos desalentados todos os dias com um noticiário que não é o retrato exato da nossa cidade. E mais: nós estamos melhorando. Mas essas boas notícias não saem. A criminalidade está abaixando e os empregos estão voltando. O Rio de Janeiro é muito maior que a crise”, disse Crivella.

O fato é que, a partir de sexta-feira, o Rio de Janeiro passa a ter uma única motivação. A trilha sonora a gente já sabe e, mesmo sem precisar da música, somos embalados pelo refrão que ecoa pelos quatro cantos da Cidade do Rock. Por alguns dias, os cariocas terão grandes nomes da música mundial e diversas oportunidades de deixar os problemas da cidade de lado e mergulhar em um clima de festa e alegria. Pelo menos é isso o que se espera de mais uma edição de Rock in Rio. Portanto, tênis no pé para alguns quilômetros de festival e muita água para aguentar a maratona de shows que promete ser debaixo de sol forte nesta despedida de Inverno. Se segura, caro leitor. Vai começar mais um Rock in Rio. Até!