No Vivo Rio, a espanhola Buika mostra voz potente e mistura ritmos quentes em apresentação cheia de emoção


Musa absoluta de gente graúda como Pedro Almodóvar, cantora caminha tranquilamente entre jazz, blues e músicas africanas, surpreendendo o público

*Por João Ker

Com um jeitinho tímido, mas de uma presença imponente, a espanhola Concha Buika, ou apenas Buika, conseguiu emocionar todo o público presente no Vivo Rio durante a noite desta quinta-feira (25/9). Dona de beleza e corpo estonteantes, a cantora – acompanhada por backing vocals que ajudavam a destacar seu poderoso alcance vocal – mistura notas fortes e impactantes com improvisações de música africana que chegam a ser absurdas, de tão contagiantes. Presa em seu próprio mundinho enquanto canta de olhos fechados, esta mulher de 42 anos e carinha de 30 surpreendeu a audiência que, se ainda não conhecia o seu poder, teve um dos melhores aperitivos possíveis para a noite que se seguia.

Com mais de uma década de carreira, no palco Buika mistura todo seu sangue espanhol com um romantismo meio melancólico até, cheio de soul. Sua voz rouca caminha facilmente pelas notas, e ela passa uma incrivel energia. mesmo que não arrede o pé de perto do microfone. Com os cabelos negros, compridos e ondulados, é fácil entender o porquê de a cantora ser considerada a “Rainha do Flamenco”, ainda que misture ritmos como jazz, blues e algum tempero pop aqui e ali. Não é à toa que Pedro Almodóvar, mestre de um cinema que também mescla emoções, referências e personagens distintos, é fã incondicional de Buika, a ponto de incluí-la na trilha sonora de seu longa-metragem“A Pele Que Habito” (“El Piel que Habito”, 2011), com a música “Por el amor de amar”. Esta é apenas a segunda vez em que a cantora se apresenta pelo Brasil  – a primeiro ocorreu no ano passado -, mas, se depender dos cariocas, Maria Concepción Balboa Buika já é de casa e sempre será bem-vinda.

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Fotos: Vinícius Pereira