Em editorial exclusivo fotografado no Hotel Golden Tulip São Paulo Paulista, Thiaguinho celebra sucesso do novo álbum “Tardezinha” e fala de religião, internet e racismo


No último dia 13, o músico lançou nas plataformas digitais o disco “Tardezinha”, que reúne os clássicos do pagode dos anos 1990 e 2000. Como nos contou, o repertório surgiu do sucesso dessas músicas no evento homônimo criado há dois anos por ele no Rio. “A Tardezinha vem para deixar claro que o pagode é um ritmo genuinamente brasileiro”

Em editorial exclusivo fotografado no Hotel Golden Tulip São Paulo Paulista, Thiaguinho celebra sucesso do novo álbum

Camisa Ricardo Almeida | Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro

Na carreira, ele se definiu como sonhador e vencedor. Na vida pessoal, a realização é a palavra de ordem. Aos 33 anos, Thiaguinho é hoje um dos principais nomes da música brasileira. Com quase 100 músicas gravadas, cinco discos lançados na carreira solo e mais de 55 milhões de visualizações no YouTube, o músico de Presidente Prudente é o astro do mais novo editorial do site HT, que foi fotografado em São Paulo, no Hotel Golden Tulip São Paulo Paulista, pelas lentes dos incríveis Yuri Sardenberg e Ana Monteiro e styling genial de Dudu Farias. Em uma entrevista exclusiva, Thiaguinho ainda conta das novidades da carreira, dos desafios, do preconceito, da religião e muito mais. Desce para conferir esse papo!

Sucesso e unanimidade quando o assunto é a atual geração do pagode, Thiaguinho mostrou que não esquece os clássicos do gênero que o transformaram no artista que é hoje. Prova disso é o novo disco lançado pelo músico nas plataformas digitais que, em tempos de onipresença sertaneja, surge como cavaleiro solitário se mantendo firme e forte no topo do ranking de discos mais vendidos no Brasil desde que foi apresentado ao mundo há uma semana. E com fôlego para permanecer por lá por algumas muitas semanas. Batizado de “Tardezinha”, em referência ao evento comandado pelo cantor que começou no Rio de Janeiro e hoje já viajou por várias cidades do Brasil, o álbum é a combinação de vários hits do pagode dos anos 1990 e 2000. Aqueles que, mesmo quem não é muito fã do gênero, conhece o ritmo e o refrão. “Esse disco é uma consequência do que eu canto na Tardezinha. Nessa festa, eu misturo as minhas músicas de trabalho com canções de outros artistas que influenciaram minha identidade musical. Então, com a aceitação no evento, surgiu a ideia de eu fazer um álbum só com esses clássicos do pagode”, contou Thiaguinho sobre o novo disco que, como relatamos, desde o seu lançamento, ocupa o primeiro lugar dos álbuns mais baixados do iTunes.

Assim como na loja virtual da Apple, o “Tardezinha” é sucesso e destaque absoluto, em outras plataformas de streaming e nas redes sociais a repercussão positiva não é diferente. Em apenas algumas horas depois de disponibilizar o novo trabalho na internet, Thiaguinho já comemorava com HT a aceitação da novidade. “A repercussão do disco está sendo bem maior do que eu imaginei. Eu acho que isso pode ter a ver com o fato de a galera da minha geração estar querendo muito ouvir esses clássicos em uma nova roupagem. E, para os mais novos, é uma novidade que os aproxima ainda mais do que fez o pagode ser o que é hoje em dia. Isso é muito importante, porque mostra às pessoas a razão de eu ser pagodeiro e de fazer o que eu faço. Afinal, foi graças a músicas como a do álbum que tive vontade de ser esse artista que sou”, disse Thiaguinho que trouxe em “Tardezinha” mais ritmo às melodias das músicas.

Em editorial exclusivo fotografado no Hotel Golden Tulip São Paulo Paulista, Thiaguinho celebra sucesso do novo álbum

Camisa Cavalera | Calça João Pimenta | Sapato Valentino | Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro

Caso você ainda não tenha ouvido o incrível repertório do novo álbum de Thiaguinho, caro leitor, o HT o coloca por dentro da novidade do cenário musical brasileiro. Em dez faixas, o cantor traz pout-pourris de clássicos como “Maravilha te Amar”, “Deixa Acontecer”, “Me Faz Feliz” e “Tô te Filmando (Sorria)”, além de regravações de“Papel Machê” e “Flor de Lis”. Sobre as escolhas musicais do disco, Thiaguinho contou que faz do evento Tardezinha um laboratório para novos lançamentos. “Eu sempre gostei de projetos mais intimistas nos quais eu tenho um contato mais próximo com o público. E a Tardezinha é bem isso. Lá, eu posso experimentar novas músicas e ver de perto o que o público curte e como interage. Assim, eu consigo ter um feedback imediato do que eu tenho de ideia”, contou o músico que explicou como surgiu o evento que já foi palco para dois trabalhos recentes da carreira solo – o penúltimo álbum, “#VamoQVamo”, também nasceu e foi gravado em uma Tardezinha: “Eu sou apaixonado por essa festa, porque é um lugar em que eu me sinto muito à vontade para cantar o que eu gosto. A ideia por esse encontro surgiu quando eu era jurado do Superstar, em 2015. Como todo domingo eu precisava estar no Rio para a gravação do programa, que era ao vivo, eu, Rafael Zulu e a galera do meu escritório decidimos montar um evento de pagode que fosse nas tardes de domingo. E foi assim que surgiu”, lembrou sobre o projeto que hoje, segundo ele, é o braço direito de sua carreira.

Com o sucesso do evento em solo carioca, Thiaguinho já viajou boa parte do Brasil levando sua roda de samba e pagode intimista. Para quem já foi, a experiência na Tardezinha pode ser quase que comparada a um churrasco entre amigos. Só que sem a carne e com um dos maiores nomes da música brasileira no palco. “A Tardezinha vem para deixar claro que o pagode é um ritmo genuinamente brasileiro. Assim como o samba, não tem como existir uma feijoada e um churrasco sem um bom pagodinho. E no evento, nós só celebramos a nossa cultura de uma maneira especial”, apontou Thiaguinho que não acredita que o sucesso da Tardezinha tenha sido um fator influenciador para desconstruir o preconceito de que o pagode é só para as classes mais populares.

No trabalho anterior, “#VamoQVamo”, além de cantar, o músico também assina a autoria de diversas faixas. Sobre o Thiago compositor, que coleciona mais de 30 canções, ele nos contou que a habilidade para a escrita não é novidade na carreira. “Eu amo escrever. Desde os meus 12 anos eu escrevo e crio músicas. Para mim, o amor e a amizade são os principais temas e que sempre me servem de inspiração. Não por acaso. Esses são os sentimentos que o mundo mais precisa hoje em dia. Então, quanto mais gente falando sobre amor e amizade melhor para as relações”, disse.

Em editorial exclusivo fotografado no Hotel Golden Tulip São Paulo Paulista, Thiaguinho celebra sucesso do novo álbum

Camisa Ricardo Almeida | Calça João Pimenta | Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro

Responsável por tantos sucessos como compositor, como “Buquê de Flores”, “Desencana”, “Tá Vendo Aquela Lua” e “Valeu”, Thiaguinho disse que a habilidade para escrever começou como uma estratégia para vencer a timidez. Envergonhado desde a infância, o músico, que hoje faz show para milhares de pessoas, disse que já melhorou um pouco neste quesito. Mas, no começo da carreira, a timidez, sem dúvidas, foi um grande desafio para Thiaguinho. “Quando eu era mais novo, tudo ficava mais difícil, né? Mas hoje, com 15 anos de carreira, eu acabei me acostumando. Até porque, quando eu subo no palco, é uma situação diferente. Ali, é uma extensão da minha personalidade que foi se soltando com o tempo. Mas, fora dos palcos, eu não mudei muito. Embora também tenha melhorado, a timidez continua”, contou Thiaguinho que foi ganhando mais confiança à medida que ia conversando com mais pessoas que não conhecia, por exemplo.

Além de ter sido uma estratégia para vencer a timidez no passado, a composição sempre foi uma forma de dizer pro mundo o que pensa o artista de Presidente Prudente. Sejam em canções próprias ou nas de companheiros de música, Thiaguinho destacou a importância de trazer para a sua arte mensagens e sentimentos pelos quais acredita. Uma dessas temáticas que frequentemente marcam presença na carreira do músico é a valorização do negro. Em “Da Pele Preta”, de autoria de Thiago Tomé e gravada por Thiaguinho no álbum “#VamoQVamo”, o músico aborda as questões e experiências de ser negro na sociedade contemporânea. Sobre a presença deste importante discurso em sua carreira, Thiaguinho contou que quer ocupar um lugar que, em sua época, era vago. “Eu acho que essa é uma mensagem fundamental que precisa ser passada a todos. Então, nada mais correto do que eu fazer isso através da minha música. Quando eu era criança, eu sentia muita falta de ter uma referência negra ou alguém que exaltasse a figura do negro na sociedade. Hoje, enquanto negro e artista, eu me sinto na obrigação de fazer esse papel e esse bem às crianças, principalmente”, disse o cantor que destaca a figura do “preTHinho e dos negriTHins” a todo momento.

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Camisa Cavalera | Calça Lanvin | Relógio Vivara | Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro

E, mesmo sendo uma das figuras mais importantes da música brasileira hoje e sendo um artista conhecido nacionalmente, Thiaguinho nos contou que ainda é vítima do preconceito retrógrado da sociedade moderna. Na verdade, ele foi além: “Se algum negro te falar que nunca sofreu e nem que ainda sofre preconceito, saiba que ele está mentindo. Infelizmente, isso é quase que natural. Hoje em dia, eu ainda passo por situações e olhares racistas. Mas, sobre isso, eu só destaco a importância da autoestima. Todos nós precisamos saber que somos completamente iguais e temos as mesmas condições de vencer na vida. O que nos diferencia são os princípios que recebemos da nossa família, e não a cor da nossa pele”, argumentou o cantor que não fraquejou em seu empoderamento na luta contra o preconceito racial. “Em momento algum nós podemos esquecer e nem fechar os olhos para que os negros passaram. Ser preto no Brasil sempre foi mais difícil”, completou Thiaguinho que, mesmo com tantos casos recentes de racismo, principalmente virtual, se disse esperançoso com a melhora desta situação.

Em editorial exclusivo fotografado no Hotel Golden Tulip São Paulo Paulista, Thiaguinho celebra sucesso do novo álbum

Camisa Ricardo Almeida | Relógio Vivara | Calça Zegna | Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro

Do mesmo jeito que a internet pode ser a plataforma para disseminar preconceito e palavras de ódio, como, infelizmente, vemos frequentemente, as redes sociais são também um caminho para estreitar as relações de artistas e fãs. No Instagram e no Snapchat, por exemplo, Thiaguinho compartilha fotos e vídeos de sua vida pessoal, shows e novidades da carreira. Mas não pense que essa relação próxima com a tela do celular foi algo natural e super espontâneo. “Eu confesso que demorei para me enturmar com as redes sociais. Mas a gente precisa ir se acostumando, ? Senão, nesse mundo de hoje, ou a gente entra para a vida online ou estamos excluídos de tudo. Hoje em dia, que eu estou mais acostumado, eu acho muito interessante e acredito que seja uma forma de eu trazer quem gosta do meu trabalho para mais perto de mim. Se fosse ao contrário, eu na figura do fã, iria querer acompanhar a vida de quem eu admiro fora dos palcos também”, disse.

Assim como a internet mudou a forma de se comunicar e interagir com os seus artistas preferidos, os avanços na tecnologia também trouxeram uma nova forma de consumir música. Hoje, os lançamentos de álbuns, por exemplo, são feitos em primeiro lugar na rede para depois chegarem às lojas físicas, como foi o caso dos últimos discos de Thiaguinho. Para ele, que começou a trabalhar com música na época que os CDs ainda reinavam, a internet influenciou, principalmente, a maneira de se divulgar novos discos. “Eu não acredito que a tecnologia tenha mudado muito a forma de fazer música. Eu acho que o principal papel da internet no meu trabalho é a divulgação. Hoje em dia, atingimos milhões de pessoas muito mais rápido pelas redes sociais do que era antigamente com jornais, revistas e programas. Mas a internet é isso. Afinal, o celular passou a fazer parte da mão das pessoas. Todo mundo passa o dia todo conectado e nós precisamos nos adaptar à novidade”, analisou o músico que espera que os CDs no formato original não acabem com o tempo. “Eu sou apaixonado por disco, por procurar no folheto a ficha técnica etc. E na internet isso não é possível. A gente, simplesmente, baixa e ouve”, pontuou.

Em editorial exclusivo fotografado no Hotel Golden Tulip São Paulo Paulista, Thiaguinho celebra sucesso do novo álbum

Camisa Ricardo Almeida | Relógio Vivara | Calça Zegna | Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro

O fato é que, seja no online ou à moda antiga, Thiaguinho conquista fãs e admiradores a cada trabalho. Com seu carisma tímido e envergonhado, o músico surgiu no cenário musical brasileiro em 2002 quando participou do reality “Fama”, da Globo. Treze anos depois, um novo programa entrou para a sua carreira. Dessa vez, em 2015, Thiaguinho inverteu os papéis e assumiu a posição de jurado no programa “Superstar”. Sobre essas atrações que têm a missão de revelar novos talentos musicais, o cantor definiu como “importante”. “Eu nasci no interior de São Paulo e cresci no interior do Mato Grosso do Sul. Então, se eu não tivesse tido essa visibilidade em um programa de televisão, como foi no Fama, eu dificilmente conseguiria me destacar. Essas oportunidades são muito importantes e encurtam caminhos para bons músicos, ainda mais para quem vem do interior do país”, analisou Thiaguinho que deu uma dica para os novos artistas nesta situação que querem se manter na carreira mesmo após o fim dos realitys. “O grande lance é você ter bem claro na sua cabeça o que quer para a carreira e correr atrás dos seus objetivos. Se você tiver foco, tudo fica mais possível”, destacou o músico que sempre soube o que queria para a carreira.

Após sair do “Fama”, Thiaguinho foi convidado para ser vocalista do Exaltasamba, grupo no qual permaneceu no posto por nove anos. “Eu sempre soube que queria cantar pagode. Quando eu deixei o programa, só mantive essa minha ideia e as consequências foram rolando naturalmente”, acrescentou o cantor que não teve medo de se arriscar em carreira solo depois de anos de sucesso ao lado dos companheiros de grupo. “Eu sempre tive consciência do que eu queria e fiz de tudo para correr atrás dos meus sonhos. Do mesmo jeito que quando eu entrei no Exalta eu tive receio da aceitação das pessoas, já que antes havia uma outra pessoa naquela posição, quando eu saí tive esse mesmo receio. Mas nunca foi um medo. Quando a gente se dedica ao que faz, tudo tem mais chances de dar certo”, contou.

Em editorial exclusivo fotografado no Hotel Golden Tulip São Paulo Paulista, Thiaguinho celebra sucesso do novo álbum

Camisa Cavalera | Relógio Vivara | Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro

Ao lado de Thiaguinho, em todos os momentos da vida, sempre esteve sua religião. Assim como a mulher Fernanda Souza, com quem está casado há dois anos, não esconde sua fé nos trabalhos na televisão e no teatro, o cantor também exalta a figura de Deus em shows e entrevistas. Questionado se a sua fé já havia sido mal-interpretada ou julgada por alguém nesses 15 anos de carreira, Thiaguinho negou. “Não tem como eu separar o artista do homem. Se o Thiago André é essa pessoa religiosa, que acredita em Deus e agradece por suas conquistas a todo tempo, o cantor Thiaguinho vai acabar sendo assim também. Por mais que em algum momento eu até quisesse esconder isso, em 15 anos de carreira esse personagem com certeza sumiria. Eu sou um ser humano como qualquer outro e tenho a minha fé e minhas convicções e opiniões”, disse.

Mesmo em tempos de intolerância e crises sociais e morais, Thiaguinho ressaltou a importância da verdade. Para ele, expor a sua real essência sempre será a melhor estratégia na vida. “Não adianta querer ser alguém que você não é. Com o tempo, a máscara vai acabar caindo. Então, o grande lance em tudo nessa vida é ser exatamente quem você é. Simples assim”, concluiu o cantor, compositor e filósofo nas horas vagas, Thiaguinho. “Ponto para o negrithin!”

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Camisa Ricardo Almeida | Relógio Vivara | Calça Prada | Foto: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro

Ficha Técnica:
Fotos: Yuri Sardenberg e Ana Monteiro
Styling: Dudu Farias

Agradecimentos
Rede BHG de Hoteis
Hotel Golden Tulip São Paulo Paulista
Mattoni Comunicação