Cazuza em ritmo de Samba? Bloco Exagerado revisita as músicas do eterno poeta. Vem saber!


O bloco tem até a aprovação da mãe do cantor, Lucinha Araújo: “Há 25 anos que ele foi embora e até hoje é cantado, é falado, é citado”

Não é de hoje que os blocos temáticos são febre no Rio de Janeiro. Tem homenagem aos Beatles, Raul Seixas, Chico Buarque… e o Exagerado se uniu à essa turma em 2016, para fazer um tributo ao eterno poeta Cazuza. HT bateu um papo com Rafael Braga, produtor e idealizador do cortejo que cada vez reúne mais fãs e já foi aprovado até pela mãe do cantor, Lucinha Araújo. “Qualquer homenagem que façam ao meu filho acho maravilhoso,é sinal que uma obra foi valorizada. Eu fui apoiar o bloco no Carnaval e foi emocionante ver essa juventude toda cantando as músicas dele em ritmo de samba”, festejou.

O bloco levou 1500 foliões ao Arco do Telles no Carnaval. | Foto: Divulgação.

O bloco levou 1500 foliões ao Arco do Telles no Carnaval. | Foto: Divulgação.

A ideia do projeto veio como fruto de uma festa que Rafael produzia, chamada “Mostra a sua cara”, nomeado por conta de um dos sucessos do poeta. “Eu sempre senti falta de uma homenagem a ele no cenário dos blocos de rua cariocas. Quando rolou a edição especial do Cazuza da festa, eu conheci uma banda e viemos conversando, chamando mais pessoas para agregar ao grupo, ensaiando… A ideia estava no papel desde 2012, mas só conseguimos sair nas ruas pela primeira vez em 2016”, revelou o produtor. O conjunto é composta por Helton Alves nos vocais, que se caracteriza para ficar parecido com o poeta do rock, Bruno Viana na guitarra,  Victor Matos no baixo, e percussão de Renan Farias, Thomaz Almeida, André Churros e Marcelle Cabral.

Depois de dois anos de ensaios e criação de repertório, o “ensaio geral” rolou em outubro de 2015, no Teatro Odisséia. “A nossa estréia foi bem intimista, chamamos pessoas interessadas, fã clubes, para entender um pouquinho do público e da reação da galera à nossa música”, contou. E não é que todo esse tempo treinando deu certo? Em fevereiro de 2016, um grupo de mais de 1500 foliões se reuniram no Arco do Telles, na Lapa, e até a mãe do ídolo estava presente, deu um depoimento e abençoou o trio na frente de todos.

O cantor, Helton Alvez se caracteriza como o cantor nas apresentações. | Foto: Vicente Coelho.

O cantor, Helton Alvez se caracteriza como o cantor nas apresentações. | Foto: Vicente Coelho.

“Não ouvi uma crítica. O clima é total paz e amor e as versões em frevo, samba e forró tem agradado aos fãs.  A gente toca desde a época do Barão Vermelho até o último disco solo dele”, Rafael disse. No repertório, hits em novos arranjos assinados por Felipe Bruno, como “Malandragem”, “Vida louca vida” e “O poeta está vivo”. Por quê o nome “Exagerado”? Bem, depois de pensar em Bloco do Caju, Mostra a sua cara, o grupo finalmente decidiu: “O Exagerado que tem a característica dele, que era um cantor, um poeta e um artista exagerado. E combina até com a festa, né? Carnaval é tudo pra cima, tudo liberado, tudo pode, então usamos esse nome e resumimos o bloco”, explicou.

Para comemorar o que teria sido o aniversário de 58 anos do cantor, no último dia 4, o produtor organizou um evento no Teatro Odisséia com o custo de uma lata de leite em pó para doação à Sociedade Viva Cazuza. “A gente está vivendo um momento estranho na política, e mesmo assim as pessoas saíram de casa para ajudar ao outro. Foi um show para galera relembrar o carnaval e a gente quis retribuir o apoio da sociedade com as doações. Arrecadamos 110 latas, mais 20 quilos de alimento não perecível”, o organizador celebrou.