A caminho da Bahia, festa Arca de Noé tem agenda cheia até depois do Carnaval e um dos criadores comemora sucesso fora do Rio: “Sempre uma aventura diferente”, disse Leonardo Aquino


Em março e em novembro, o projeto, que nasceu como uma brincadeira nas ruas do Rio, já havia viajado para São Paulo. Nessas experiências, Leonardo apontou que um dos destaques da Arca é o conceito open format, que sintetiza uma pluralidade de ritmos. “O que mais chamou atenção da galera é porque nossa festa toca de tudo e isso não é muito comum”

Se na Bíblia a Arca de Noé é um feito marcante e louvável, no entretenimento carioca é um sinônimo de diversão e singularidade. No Carnaval do Rio, uma brincadeira de cinco amigos ganhou agregados e força e, hoje, conquista cada vez mais o Brasil. Depois de se consagrar na cidade, a festa Arca de Noé já viajou para São Paulo no começo deste ano e esta semana desembarca na Bahia, em Santo André, para a última edição de 2017, no dia 29. Por lá, além da energia carioca garantida pelos amigos, sócios e criadores do movimento, o público do Nordeste pode esperar música e diversão da arara à zebra.

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Nesta segunda viagem da Arca de Noé, após duas passagens por São Paulo, Leonardo Aquino, um dos criadores da festa, não escondeu a animação de desbravar o Nordeste. No avião a pouco minutos de decolar, ele conversou com o site HT e contou que levar este projeto para fora do Rio é sempre um desafio. No entanto, após vencer os problemas, a satisfação é bem maior. “Fazer a festa fora do Rio é sempre diferente. Aqui, mesmo sendo uma festa nova, a gente tem uma ideia do público que frequenta e sabemos como fazer a festa funcionar. Porém, em São Paulo e agora na Bahia é uma galera nova. Então, é sempre uma aventura diferente. Isso, é claro, dificulta um pouco e as chances de dar errado aumentam demais. Mas, quando dá certo, a alegria é ainda maior”, disse Leonardo.

Esta semana, no dia 29, tem Arca de Noé em Santo André, na Bahia (Foto: Divulgação)

E fazer dar certo é algo que eles entendem. Ou pelo menos na prática, sem muita teoria. Nos bastidores da Arca, cinco amigos assinam a idealização do projeto que começou como uma brincadeira no Carnaval do Rio. No entanto, mesmo com o sucesso da festa, Leonardo contou que nenhum deles tem experiência do entretenimento. “A gente tem uma produtora por trás que é responsável por toda a parte de logística e segurança e nos dá suporte e estrutura para a festa. E então, cabe a nós pensar com cabeça de público para criar em cima do que gostaríamos que a festa tivesse”, contou Leonardo que, além de criador da Arcam também é geólogo. “Nós somos sete sócios, sendo cinco do nosso grupo que começou com essa ideia. Tem advogado, administrador, relações públicas e eu que sou geólogo”, apontou,

Com este pensamento de parte do público, Leonardo tem alcançados números potentes e hoje é responsável por uma das maiores festas do Brasil. E, em sua opinião, é justamente esta ideia de imaginar o que as pessoas querem que garante o sucesso da Arca de Noé no Rio e, agora, pelo Brasil. “Em São Paulo o que mais chamou atenção da galera é porque nossa festa toca de tudo e isso não é muito comum. É o conceito de open format, que apresenta um line-up plural que vai aquecendo a galera até chegar a hora da arca em si como atração principal”, explicou.

De acordo com Leonardo Aquino, um dos criadores da festa, a Arca tem o conceito de open format (Foto: Divulgação)

Neste momento, os amigos não são nem mais geólogos e advogados e nem organizadores de festa. É hora da arca e de resgatar a energia das ruas do Rio. “Nós começamos brincadeira pegando o fim do bloco que ainda tinha uma galera animada querendo música e hoje fazemos o contrário. Agora, como já temos um público, procuramos fugir do tumulto para criar o nosso”, contou Leonardo que, lá atrás, tinha o bar Veloso, no Leblon, e o Baixo Gávea como pontos de encontro. “Eu nem me lembro se já tinha WhatsApp na época. Sei que íamos falando com um ou outro amigo e aí quando fomos ver, já estávamos grandes”, lembrou o criador sobre a brincadeira que começou em 2014.

De lá para cá, entre o fim do bloco e a festa super aguardada na Bahia, Leonardo Aquino apontou o momento crucial em que viu o crescimento da ideia de um grupo de amigos se tornar sério. “Em 2015 fizemos uma pool party uns dois sábados antes do Carnaval que lotou muito. Até hoje a gente não sabe direito o que aconteceu, mas muitas pessoas dizem que foi a melhor festa de dia que já foram”, contou sobre o evento que tinha entrada livre e status de pós-bloco. “Quando deu meio-dia mais ou menos o lugar estava lotado de gente fantasiada e super animada. Foi aí que percebemos que tínhamos uma ideia boa”, apontou.

A festa começou com uma brincadeira de cinco amigos no Carnaval do Rio (Foto: Divulgação)

E, por falar em Carnaval, é neste período em que a Arca de Noé assume o protagonismo. “Durante o ano, nós fazemos poucas edições para fazer com que o público fique na expectativa pela próxima. Mas, no Verão, nós temos uma licença poética de fazer várias. Inclusive, até depois do Carnaval já temos todos os fins de semanas ocupados em festa autorais, como convidados de outros eventos ou na rua”, revelou Leonardo Aquino. Foi dada a largada. Próxima parada, Santo André na Bahia!