Banda Eva traz o tema do Carnaval de Salvador de 2018 para o Rio de Janeiro e contagia os cariocas com sua “Reciprofelicidade”: “Propósito de vida passar essa energia boa”, disse vocalista


Neste cenário conturbado que temos hoje, a banda Eva se torna sinônimo de esperança e boas novas para o Carnaval e o cenário da música. “Nós temos que procurar fazer a diferença no mundo. Em um momento com tantas coisas erradas, cada um precisa fazer a sua parte para melhorar como um todo”

A “Reciprofelicidade” da Banda Eva desembarcou no Rio e apresentou na última sexta-feira, 27, a energia que será o tema do grupo no Carnaval de Salvador do ano que vem. O termo, que é também é a nova música de trabalho da banda, é a tradução da energia que garante o sucesso do grupo há quase 40 anos no cenário musical brasileiro. Em uma mistura de reciprocidade e felicidade, a combinação contagiou os cariocas em uma festa que agregou estilos e ritmos plurais à noite.

Na programação, além da Banda Eva, no evento que ocorreu no Rio Beach Club, ainda teve pagode, Carnaval carioca e sertanejo. “É muito bom ter essa variedade. O axé vem da fusão de vários ritmos e a banda Eva tem essa ideia de mistura no DNA. Para mim, é massa poder me dividir um pouco entre o samba, o funk, sertanejo”, comentou Felipe Pezzoni, vocalista da banda, que destacou também agregar essa variedade à identidade de axé do tradicional grupo. “A gente tem uma enorme influência da Bahia principalmente na percussão. Mas hoje, acabamos que vamos colecionando referências de vários ritmos. Então, é claro que a Eva tem um pouco de pop e rock no axé, por exemplo”, disse.

Banda Eva elegeu o tema “Reciprofelicidade” para sua passagem pelo Carnaval baiano em 2018 (Foto: Andre Ligeiro)

Além da música, a o grupo ainda acumula temperos regionais de suas viagens pelo Brasil. O Rio, por exemplo, é um dos destinos favoritos de Felipe Pezzoni. À frente da Eva há cinco anos, o vocalista apontou o calor dos cariocas como diferencial dos shows da banda por aqui. “Eu sou um pouco suspeito para falar do Rio de Janeiro porque eu adoro estar aqui. É uma das cidades que nós mais temos afinidades em todo o Brasil e é sempre uma delícia quando fazemos show para os cariocas. Nos sentimos em casa”, disse.

E esse foi o clima da passagem do grupo baiano pela urbe. Com o lema da “Reciprocidade”, Felipe contou como essa mistura de boas energias chegou e agora guia o grupo pelo Brasil. “Essa é uma ideia que adoramos porque une as palavras reciprocidade e felicidade, que é algo que já pregamos desde 2013. A gente tem como propósito de vida passar essa energia boa e compartilhada para as pessoas e, consequentemente, recebemos tudo de volta”, comentou Felipe que, de forma natural, elegeu o termo como tema da folia baiana do ano que vem. “Nós fizemos uma reunião de Carnaval e, quando recebemos essa música foi unânime”, lembrou.

Felipe Pezzoni explicou a origem da ideia de “reciprofelicidade” na banda Eva (Foto: Divulgação)

Sendo assim, reciprofelicidade chega como fórmula para dias melhores em “tempos de intolerância”, como disse Felipe. Neste cenário conturbado que temos hoje, a banda Eva se torna sinônimo de esperança e boas novas para o Carnaval e o cenário da música. “Nós temos que procurar fazer a diferença no mundo. Em um momento com tantas coisas erradas, cada um precisa fazer a sua parte para melhorar como um todo. E a nossa arte é a melhor forma de contribuirmos”, disse o vocalista que reconhece que esta é uma fase mais engajada dos 40 anos do grupo. “Eu acho que essa ideia sempre existiu. Mas, quando a gente enfatiza um conceito, tudo ganha mais força. Com uma temática como essa, as pessoas tendem a ficar mais engajadas em pôr as ideias da música em prática, por exemplo”, afirmou.

E deste jeito, embalado pela mistura de reciprocidade e felicidade, Felipe Pezzoni segue um caminho que coleciona estrelas. Há cinco anos como vocalista da banda Eva, hoje, ele ocupa o posto que já foi de Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Saulo Fernandes. Um sonho? Não, uma surpresa. “Eu nunca me vi cantando na banda Eva. É difícil pensar em ocupar um lugar quando já existe outro artista nele. Por isso, meu foco nunca foi esse. Meu sonho sempre foi cantar para muita gente e poder levar o que eu acredito para mais e mais pessoas. O Eva foi uma consequência de um trabalho diário”, contou o cantor que, por mais que não sonhasse em assumir os microfones do grupo, disse que a banda Eva sempre foi a que mais despertou sua atenção. “Mesmo sem me imaginar como vocalista, eu já me identificava com a ideia do grupo. As músicas sempre falaram muito de amor e é uma honra hoje poder representar essa marca”, completou.