A “Reciprofelicidade” da Banda Eva desembarcou no Rio e apresentou na última sexta-feira, 27, a energia que será o tema do grupo no Carnaval de Salvador do ano que vem. O termo, que é também é a nova música de trabalho da banda, é a tradução da energia que garante o sucesso do grupo há quase 40 anos no cenário musical brasileiro. Em uma mistura de reciprocidade e felicidade, a combinação contagiou os cariocas em uma festa que agregou estilos e ritmos plurais à noite.
Na programação, além da Banda Eva, no evento que ocorreu no Rio Beach Club, ainda teve pagode, Carnaval carioca e sertanejo. “É muito bom ter essa variedade. O axé vem da fusão de vários ritmos e a banda Eva tem essa ideia de mistura no DNA. Para mim, é massa poder me dividir um pouco entre o samba, o funk, sertanejo”, comentou Felipe Pezzoni, vocalista da banda, que destacou também agregar essa variedade à identidade de axé do tradicional grupo. “A gente tem uma enorme influência da Bahia principalmente na percussão. Mas hoje, acabamos que vamos colecionando referências de vários ritmos. Então, é claro que a Eva tem um pouco de pop e rock no axé, por exemplo”, disse.
Além da música, a o grupo ainda acumula temperos regionais de suas viagens pelo Brasil. O Rio, por exemplo, é um dos destinos favoritos de Felipe Pezzoni. À frente da Eva há cinco anos, o vocalista apontou o calor dos cariocas como diferencial dos shows da banda por aqui. “Eu sou um pouco suspeito para falar do Rio de Janeiro porque eu adoro estar aqui. É uma das cidades que nós mais temos afinidades em todo o Brasil e é sempre uma delícia quando fazemos show para os cariocas. Nos sentimos em casa”, disse.
E esse foi o clima da passagem do grupo baiano pela urbe. Com o lema da “Reciprocidade”, Felipe contou como essa mistura de boas energias chegou e agora guia o grupo pelo Brasil. “Essa é uma ideia que adoramos porque une as palavras reciprocidade e felicidade, que é algo que já pregamos desde 2013. A gente tem como propósito de vida passar essa energia boa e compartilhada para as pessoas e, consequentemente, recebemos tudo de volta”, comentou Felipe que, de forma natural, elegeu o termo como tema da folia baiana do ano que vem. “Nós fizemos uma reunião de Carnaval e, quando recebemos essa música foi unânime”, lembrou.
Sendo assim, reciprofelicidade chega como fórmula para dias melhores em “tempos de intolerância”, como disse Felipe. Neste cenário conturbado que temos hoje, a banda Eva se torna sinônimo de esperança e boas novas para o Carnaval e o cenário da música. “Nós temos que procurar fazer a diferença no mundo. Em um momento com tantas coisas erradas, cada um precisa fazer a sua parte para melhorar como um todo. E a nossa arte é a melhor forma de contribuirmos”, disse o vocalista que reconhece que esta é uma fase mais engajada dos 40 anos do grupo. “Eu acho que essa ideia sempre existiu. Mas, quando a gente enfatiza um conceito, tudo ganha mais força. Com uma temática como essa, as pessoas tendem a ficar mais engajadas em pôr as ideias da música em prática, por exemplo”, afirmou.
E deste jeito, embalado pela mistura de reciprocidade e felicidade, Felipe Pezzoni segue um caminho que coleciona estrelas. Há cinco anos como vocalista da banda Eva, hoje, ele ocupa o posto que já foi de Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Saulo Fernandes. Um sonho? Não, uma surpresa. “Eu nunca me vi cantando na banda Eva. É difícil pensar em ocupar um lugar quando já existe outro artista nele. Por isso, meu foco nunca foi esse. Meu sonho sempre foi cantar para muita gente e poder levar o que eu acredito para mais e mais pessoas. O Eva foi uma consequência de um trabalho diário”, contou o cantor que, por mais que não sonhasse em assumir os microfones do grupo, disse que a banda Eva sempre foi a que mais despertou sua atenção. “Mesmo sem me imaginar como vocalista, eu já me identificava com a ideia do grupo. As músicas sempre falaram muito de amor e é uma honra hoje poder representar essa marca”, completou.
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