Todos os holofotes da moda para Curitiba – o ID Fashion promove as grifes mais criativas e conceituais do estado, imprime novos conceitos aos processos produtivos e de relacionamento com consumidores


Semana de moda paranaense promovida pela Fiep – Federação das Indústrias do Estado do Paraná, por meio do Conselho Setorial da Indústria do Vestuário e Têxtil, em correalização com o Sebrae-PR, mostra grifes que investem em novos direcionamentos, tanto criativos como de gestão, para conquistar um cliente cada vez mais exigente em relação ao comprometimento dos produtores com questões como sustentabilidade e consumo consciente

ID Fashion 2017 em Curitiba - Foto: Henrique Fonseca

E como o site HT frisa sempre, os holofotes da moda brasileira podem, sim, ser plurais e é o que a gente veio conferir em Curitiba, no Paraná. A Fiep – Federação das Indústrias do Estado do Paraná, por meio do Conselho Setorial da Indústria do Vestuário e Têxtil, em correalização com o Sebrae-PR, realiza o ID Fashion, evento voltado para a moda autoral e contemporânea do estado.

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Conferimos o line-up composto por desfiles de sete marcas que já participaram de edições anteriores – Garota Chic, Jacu, Leveza do Ser, Reptilia, Vale da Seda, Novo Louvre e Veine -, além de outras sete que estreiam nas passarelas – Recco, H-AL, Be Little, Manhood, Taquion, Dona Fina e Marli Puertas, sendo as quatro últimas do grupo TOP SEBRAE -, além de três da geração de novos talentos –Sassy, Projeto 01 e Arbol -, totalizando 17 marcas.

Na área Living Lab & Store, que reúne exposição interativa das marcas participantes e showrooms que irão comercializar as coleções apresentadas na passarela, marcam presença Rocio Canvas, Novo Louvre, Projeto 01, Reptilia, Vale da Seda, Jacu, Recco, Veine, Leveza do Ser, Noiga, My Hat, Elyane Fiuza, Be Little e Garota Chic, além do grupo TOP SEBRAE composto por Manhood, Taquion, Brado, Marli Puertas, Tibi for Kids e Dona Fina.

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De acordo com Reinaldo Tockus, superintendente da Federação das Indústrias do Paraná, a realização do ID Fashion reafirma os principais objetivos da entidade que são “divulgar e fortalecer a indústria”. Segundo Tockus, “o setor de moda e vestuário do Paraná foi um dos que teve melhor desempenho e que mais empregou”, conforme os números da indústria consolidados no primeiro semestre do ano. “O ID Fashion tem importante papel nesse contexto de crescimento da economia”, completou. Vitor Tioqueta, superintendente do Sebrae-PR, destacou que a entidade “busca apoiar projetos de desenvolvimento do setor envolvendo gestão, inovação e melhoria da qualidade e competitividade e o ID Fashion é a mostra final do trabalho que fazemos”.

Como nos foi mostrado, nada de grandes volumes, produção em série ou artigos que não carreguem um propósito ou um maior envolvimento com o consumidor. Em síntese, esse perfil define a grande maioria das marcas que apresentam suas coleções no ID Fashion, confecções que investem em novos direcionamentos, tanto criativos como de gestão, para conquistar um cliente cada vez mais exigente em relação ao comprometimento dos produtores com questões como sustentabilidade e consumo consciente. Algumas marcas apostam no slow fashion, tendência que tem como síntese um processo de produção e consumo mais racional, outras no conceito genderless, ou seja, roupas sem gênero definido, e ainda há aquelas que focam em coleções seasonless, que não acompanham as temporadas convencionais de lançamentos. Dessa forma, há uma diversidade com muita atitude e identidade.

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Vamos ao que conferimos na passarela:

NOVOS TALENTOS –

Arbol – A natureza como tônica. Lívia Moro, dona da grife, frisou a questão dos valores socioambientais, propondo um vestir que colabore para despertar a consciência para práticas positivas de vida e consumo. A marca utiliza o conceito de “seasonless” para o desenvolvimento de suas coleções, privilegiando tecidos duráveis e modelagem descomplicada para refletir uma moda urbana, funcional e extremamente contemporânea.

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Projeto 01 –  Um “laboratório de design”, assim a gente conheceu o propósito da marca, que tem nos processos colaborativos um dos seus principais aliados ao desenvolvimento de produtos que possam alcançar e impactar seus consumidores. Junto com outras marcas que mantêm características produtivas e comerciais similares, a grife já participou de várias ações colaborativas, como a comercialização em conjunto em pontos-de-venda e compras coletivas que facilitam o poder de negociação, expandindo esses relacionamentos também para o processo criativo das coleções ao estabelecer parcerias com profissionais de outras áreas e envolver o consumidor, através de workshops de cocriação, para entender o que esperam das roupas e de que forma podem contribuir com a marca. A organização do evento nos contou que em parceria com as marcas Novo Louvre e a Rocio Canvas, o Projeto 01 já participou de diversas ações colaborativas, como a apresentação em showroom pop up do NL Colab, durante o Vestrio, e também com compras coletivas de materiais que aumentam o poder de negociação e a possibilidade de trabalhar com fornecedores que normalmente só vendem para grandes empresas. A coleção apresentada ontem teve como tema a Diagramação, que partiu do processo experimental e da influência do design gráfico nas suas criações e mostrando a simbiose moda e arte. “Diagramar tem a ver com organizar o caos de elementos, alinhar e ao mesmo tempo celebrar a desordem, dar um sentido para a mistura de referências com o que é essência. É treinar o olhar, criar uma linguagem e dar voz para a subjetividade, e viver um processo de construir e reconstruir”, nos aponta a grife. E o resultado apresentado? Uso de grids, linhas guias, proporções áureas e espaços de respiro em recortes estratégicos e elementos bem posicionados. Mas vai além, coordenando o contraste das influências da cultura de rua e do esporte à estrutura minuciosa da modelagem japonesa e aos volumes experimentais da moulage. A cartela de cores, intensa e vibrante em materiais rústicos como o linho e malhas que fluem, destaca as influências brasileiras e naturais nessa mistura toda diagramada. Em meio a esse processo de construção, letras aparecem soltas como fragmentos, ruídos e fluxos de ideias, materializadas através da parceria com a DooType e sua fonte recém lançada dT Jakob, diagramada sobre as texturas e a estampa da coleção. Esta última, uma tradução visual e bem gráfica de todo o processo experimental do Projeto 01.

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Sassy – No backstage da Sassy conversamos com as estilistas Rafaela Camilo e Fernanda Pompermayer. A marca é super nova e foi criada ano passado. É focada em um público que procura autenticidade e significado para o ato de vestir, ou seja, pessoas reais que se mantêm antenadas e com senso crítico em relação ao seu tempo. Para as estilistas, o ato de criar, no caso moda, é politico e, dessa forma a Sassy se manifesta através do design e criações singulares que refletem seu universo. As designers propõem, por meio da economia feminina, novos valores que exploram o diálogo, a integridade, o consumo consciente e o empoderamento. A dupla diz que resgatou o passado e transformou em novo. “Derrubaram-se certezas, mancharam-se instituições. Correlações ilusórias, fluxo e refluxo da cidade grande”, afirmam. O segundo experimento da marca lida com modelagens assimétricas e faixas refletivas, tecidos fluídos e estampas inspiradas na estética de Memphis. Foram criados pantacourts e corselets que respiram metrópole, e buscamos na alfaiataria sua atemporalidade mesclada com a característica única da Sassy que transformam os looks em ultra modernos. Biquínis com modelagem vintage se tornam únicos quando estampados, além das parcas e macacões feitas em crepe, que eclipsam sua agressividade e criam um caos semântico e nebuloso, resgatando no passado a contemporaneidade da Sassy.

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Depois dos Novos vieram duas grifes voltadas para a criançada. A Be Little tem como slogan “grandes ideias para pequenos consumidores”. A marca de moda infantil foi fundada em 2001 e produz 10 mil peças/mês, distribuídas em todo o território nacional, mantendo quatro lojas próprias na capital paranaense. Utilizando matérias-primas especiais e adequadas aos seus pequenos consumidores, a Be Little oferece ao mercado um amplo portfólio de produtos, incluindo peças para prematuros, sendo a única confecção brasileira a fabricar itens para bebês com menos de 3 kg. A Coleção Verão 2017/2018 foi inspirada na música De Repente, Califórnia, do Lulu Santos, que não só deu o nome à coleção – Califórnia, como faz alusão à vontade de viver sobre as ondas nas lindas praias ou a ser artista de cinema em Hollywood, no melhor estilo californiano. Para os meninos, versatilidade e conforto, com tecidos leves e estampados, descolados e bem à vontade. Para as meninas, “o meu destino é ser star”, o glamour do tapete vermelho, com paetês, pérolas e rendas. Mistura conforto nos tecidos com detalhes brilhantes e laços, a elegância com vestidos com detalhes em malhas macias de algodão.

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Garota Chic – O público da Garota Chic é a menina na pré-adolescência, conhecida como tween, mas que sabe o que quer vestir como forma de ser inserida em seu grupo social. Com hábitos de consumo especiais, essas garotas não querem mais usar roupas que as deixem com aspecto infantil, mas também não compram as peças teens convencionais. Sempre atenta às matérias-primas mais adequadas e confortáveis, a grife aposta em coleções que primam pela delicadeza, em cartela de cores diversificada e na profusão de estampas que refletem o frescor da idade de suas jovens consumidoras.

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Vale da Seda – O mote da grife é moda e consumo consciente. E isso se dá através da produção de roupas sob o conceito de design to cost, que visa a racionalização do uso da matéria-prima, e slow fashion, já que seu principal produto, os tecidos de seda, tem longa durabilidade. Direcionada para consumidores atentos às questões de sustentabilidade, inclui uma etiqueta com QR Code em todas as suas peças que permite, além da rastreabilidade do artigo, obter informações sobre o volume de carbono que poderá gerar durante toda sua vida útil e também o utilizado pelas amoreiras necessárias para a produção da seda. Como não há possibilidade de produzir seda sem amoreiras, já que suas folhas são o único alimento do bicho da seda, o código ainda disponibiliza o número de árvores que precisam ser cultivadas, sem agrotóxicos, para a produção da peça. Um trabalho de handmade bem bacana. A coleção é inspirada em Orlando, um personagem complexo, tímido, reflexivo, romântico, rico, possuidor de uma beleza rara e de uma generosidade que beira a ingenuidade. O livro publicado em 1928 acompanha a história do personagem homônimo desde os seus 16 anos, no século XVI, até quando ele completa os seus 36 anos, no século XX. Pode parecer confuso, mas é isso mesmo, enquanto para Orlando se passam apenas 20 anos, se passam mais de 300 anos na história da Inglaterra, o que nos permite acompanhar as mudanças sofridas pelo país ao longo dos séculos. A coleção 2018 Enéas Neto para Vale da Seda traz ambiguidade e inocência para a passarela. Formas inspiradas nas roupas de lazer da década de 20, fluidez e desconstrução de modelagem são vistas em bases ora fluidas, ora estruturadas. O “rufo”(espécie de gola pregueada, usado no século XVI) foi reinterpretado e deslocado nas peças, trabalhado como repetição em dobraduras e lâminas de tecido cortadas a fio. Shapes simples, tendo como base de modelagem o quadrado (tão explorado na Art-Dèco). A estamparia exclusiva remete não apenas ao casulo que dá origem à matéria prima utilizada em todos os looks, mas também lembra nascimento/renascimento do personagem, gestação e um emaranhado de ideias e sentimentos que o personagem nos mostra na complexa obra de Virginia Woolf. A cartela de cores traz o clássico preto e branco, complementado por verde musgo e açafrão, as cores foram obtidas por tingimento artesanal à partir de corantes naturais como espinafre e casca de cebola feitos pelo O Casulo Feliz o que confere um aspecto desgastado aos tecidos, lembrando a passagem do tempo presente na obra tema da coleção.
Tecidos fluidos como o Mahô que muda de cor conforme a luz, o esfate, cetim e o crepe de chine em estampa exclusiva se unem à seda com linho e ao voil de seda com elastano ( onde a elasticidade está no próprio tecido formando franzidos e volumes sem necessidade de recortes).
Uma coleção urbana e atemporal mostrando que a seda é para todos os momentos, além de ser para sempre.

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NovoLouvre – A marca tem 10 anos, período no qual se destacou por várias ações colaborativas na produção de suas coleções. Para o evento, a NovoLouvre estabeleceu parcerias com a Anjuss, marca de streetwear especializada em moletons e camisetas, com a confecção masculina Frischmann´s, com a qual remodelou ternos e camisas como tendência genderless, com a Rocio Canvas, criando um look em parceria, além da união com o Instituto Renault e Associação Borda Viva em projeto de upcycling que produziu bolsas e vestuário com resíduos da indústria automobilística, e com a marca manifesto Peita, conhecida pela camiseta “Lute como uma Garota”, que desenvolveu um moletom com a frase “Lute como uma Guria” de forma a reforçar o perfil curitibano da marca. O tema da coleção é “Um museu de grandes novidades” e tem como pano de fundo o MON (Museu Oscar Niemeyer).  As estampas da coleção trazem letterings inspirados na linguagem que museus usam na descrição de obras de arte; uma estampa gráfica inspirada em cartazes de exposições além do slogan da coleção: NO LOGO (que reflete o mote das parcerias além de ter sido uma decisão estética de alguns anos atrás da equipe de design da marca). A modelagem brinca com pences, pregas e plissados, transformando as peças a partir de uma modelagem clássica, realçando as alterações com pespontos destacados, chegando em um desenho minimalista, onde a pence quase que arquitetonicamente desaparece.

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Recco Lingerie – Fundada no final dos anos 70, na garagem da casa de Antonio Fernandes Recco com apenas três funcionários, a Recco, devido à qualidade e inovação dos produtos, começou a escrever uma história de sucesso que hoje a posiciona como uma das marcas mais reconhecidas do mercado de moda íntima. Atualmente, a empresa conta com 11 mil m2 de área, 720 colaboradores, mais de 100 profissionais de vendas, 25 lojas próprias e representantes comerciais em todo o país. Ao longo dos anos, a Recco Lingerie investiu em pesquisas e aumentou a sua linha de produtos, fato que refletiu diretamente no crescimento da empresa e na participação no mercado de moda íntima. Construindo sólidos relacionamentos, ouvindo e dialogando com parceiros, fornecedores e consumidores finais, a marca se consolidou como a “Lingerie que te entende”, reforçando sua presença em todos os momentos da vida da mulher. Os anos 1990 foram influenciados pelos exageros das décadas anteriores, o jeans colorido invadiu as ruas combinado a famosa blusa segunda pele, que colocou as lingeries à mostra e as tornou referência para moda internacional. A coleção de Verão 2018 da Recco Lingerie celebra o status que a lingerie ganhou na década de 90, em peças criadas para serem usadas à mostra sem erro, em diferentes materiais, cores e modelagens exclusivas. Tudo pontuado com a sofisticação característica da marca. Lingeries de shapes estruturados e românticos ganham rendas com refilamento manual em uma sincronia de movimentos e cores. As modelagens valorizam o corpo feminino e suas curvas, em peças que elegem o conforto como prioridade. O destaque também fica por conta da transparência do tule combinada a delicadeza das rendas importadas com exclusividade pela marca. Os clássicos preto, branco e vermelho, dividem espaço com as cores reativas como o Blueberry, Melissa (pink), Atomic (azul) e Acqua (verde), que trazem o colorido dos anos 1990 para a estação mais quente da temporada. A grande novidade em tecido fica por conta do Bio Mousse, que possui acabamento em Cofitex Aba, no qual o componente principal é o óleo de abacate, que permite absorção de umidade o que garante pele macia e hidrata durante o uso. O material é exclusividade da Recco e promete ser o grande protagonista da lingerie funcional. O glamour da moda em lingeries sofisticadas, modernas e prontas para compor looks incríveis para tirar qualquer mulher da zona de conforto e mostrar que todas podem se sentir femininas e sensuais à sua maneira.

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Leveza do Ser – A proposta é comfortwear promovendo o bem-estar e a marca da  estilista Angélica Sanches une os conceitos de suas duas paixões – a prática milenar do yoga e a moda – para desenvolver uma nova marca focada em um lifestyle que tem como premissa o bem-estar, a Leveza do Ser destaca-se pelo design inovador de forma a transformar o ato de vestir em uma experiência única e acolhedora. Inspirada por mulheres com estilo de vida dinâmico, entre 30 e 55 anos, que buscam qualidade de vida e bem-estar e, ao mesmo tempo, acreditam no poder do vestuário para obter equilíbrio e paz de espírito, a Leveza do Ser defende uma relação sensorial agradável ao vestir propondo ao consumidor peças que privilegiam o conforto sem abrir mão do estilo e conceito de moda. Além do conforto, a linguagem visual inovadora, a exploração da sensação tátil dos materiais, a modelagem e o refinamento estético são características que estão no DNA da marca. A proposta sugerida pela Leveza do Ser para o Verão 2018 passa pelo conceito da pluralidade, fazendo uso de modulações que promovem a variação de conexões entre vários elementos que resultam na oferta de hipóteses e variedade. As peças foram elaboradas como módulos que podem ser conjugados formando novas possibilidades. São texturas, cores e camadas que se misturam, permitindo diferentes nuances. Nesse sentido, o diálogo entre volumes, comprimentos, recortes e caimentos produz um conjunto de variados detalhes. A tônica é a relação entre as formas percebidas, durante um processo de desconstrução.

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A apresentação de múltiplas possibilidades de composição entre as peças é o que define essa coleção. Sendo assim, MULTIPLICIDADE é sair do lugar comum, é romper com o óbvio, é liberdade, é reinventar-se. São vestidos, blusas, calças, saias, bermudas e macacões que podem ser usados individualmente ou conjugados entre si formando uma nova peça. Detalhes como ilhoses, mosquetões, martingale e partes destacáveis alteram as peças fornecendo alternativas de uso e de aparência. O destaque dessa coleção está no mix de texturas e combinações de estruturas e superfícies. Aparecem malhas mais estruturadas com aspecto de neoprene, moletons leves, malhas caneladas e texturizadas, transparências com técnica de devorê, onde a parte devorada tem aparência de tule. O plush adaptado para o verão é leve, liso e estampado, com visual de veludo molhado.  A combinação entre dourado e cinza mescla em padronagem listrada faz o jogo entre opaco e brilho.  A neutralidade da cartela de cores é quebrada por tons como amarelo e roxo.