“Ter um programa de moda na TV aberta é tornar o assunto mais acessível”, diz Arlindo Grund, à frente do “Esquadrão da Moda”, no SBT


Jornalista, escritor e apresentador, Arlindo é autor de dois livros, já assinou diversas capas e editoriais em publicações de sucesso e é um dos nomes mais procurados quando o assunto é estilo

*Por Karina Kuperman

Democratizar a moda. Essa é uma das bandeiras levantadas pelo jornalista, escritor e apresentador de televisão Arlindo Grund, que faz sucesso, ao lado de Isabella Fiorentino, no “Esquadrão da Moda” no SBT. O programa, que leva o meio fashion à televisão aberta é, de fato, uma forma de aproximar o assunto de todas as classes sociais. “Quando comecei o ‘Esquadrão’ tive que reeducar meu olhar, que era mais fashion, tive que olhar para a tendência pensando em como trazê-la para a vida real, para a população. Mudei meu pensamento e foi um grande desafio. Ter um programa de moda na TV aberta só corrobora com o que está acontecendo: fast fashion se juntando a grandes estilistas e fazendo roupas mais acessíveis. O legal da moda é esse poder de levar informação de maneira coloquial e simples”, analisou, em um bate-papo exclusivo com o site HT, em plena São Paulo Fashion Week. “Estamos no SBT, uma emissora popular, mas nosso programa atraiu o público AB para a emissora. É bacana falarmos com todos esses segmentos, com todas classes da sociedade”.

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Autor de dois livros – ‘Nada para vestir’ e ‘As armadilhas da moda’, Arlindo se prepara, agora, para um novo vôo. “Estreei um novo programa no canal Sony, chamado ‘A roupa ideal’. É totalmente diferente do ‘Esquadrão’. A pessoa me conta o problema e eu tento solucionar através da moda. Já gravamos com uma trans, com uma advogada que alisou o cabelo por 28 anos e queria retomar as raízes… é bem interessante. Outra proposta”, adiantou ele, que é apaixonado pelo assunto desde criancinha. “Realmente nem me lembro se já pensei em algo fora disso. Quando eu tinha três anos de idade minha mãe e meu pai chegaram em casa com uma sacola e meu irmão achou que era brinquedo, mas era roupa, e ele deixou lá. E eu briguei com eles e comecei a questionar o por quê de eu não poder sair para comprar roupa com eles”, lembrou, aos risos. “Minha mãe tem um estilo mais básico, minha avó, mãe dela, era uma mulher super sofisticada e a irmã do meu pai, minha tia, é bem peruona. Tinha muitas referências desde novo. Comecei a observar os estilos delas e foi me inspirando. Ninguém trabalhava com moda na minha família, mas toda vez que eu viajava comprava livros, revistas, pedia de presente”, lembrou.

Arlindo com seus dois livros (Foto: Reprodução/Instagram)

Formado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Pernambuco, pós-graduado em Marketing pela FGV e com mestrado na Federal Rural de Pernambuco, Arlindo respira moda. “Na época da minha graduação não tinha essa opção no Recife, então fui fazer comunicação social, depois MBA em marketing e mestrado. Paralelamente a isso trabalhei com produção de moda, tinha uma carreira de figurinista no Recife”, lembrou. Foi quando, em 2003, recebeu o convite para trabalhar em São Paulo, mais especificamente na revista Estilo. A partir daí, ministrou aulas de produção para catálogo comercial e editoral de moda no Istituto Europeo di Design (IED), assinou diversos editoriais nas principais publicações nacionais, concebeu figurinos e styling de campanhas, desfiles e catálogos e foi responsável por capas em revistas como Estilo, Marie Claire, Boa Forma e Playboy. “Vim para cá e comecei a fazer as revistas da editora Abril, depois fiz todas as revistas da editora Globo, até que eu recebi o convite para o ‘Esquadrão da Moda’. Minha vida deu um giro de 360 graus, uma guinada. Em 2012, eu tive um programa só no SBT chamado ‘Tenha estilo’”, lembrou ele.

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Um dos nomes mais procurados quando o assunto é estilo, o que ele mais gosta da profissão é a troca. “No ‘Esquadrão’ sempre tem histórias boas. Amo o convívio com a Isa Fiorentino, que é linda por dentro e fora, é fantástico. A troca de experiências com as pessoas é incrível. Principalmente quando as participantes entendem que a mudança vem de dentro surgem programas emocionantes. Mas tem coisas engraçadas, por exemplo, a piriguete que nunca deixa de ser. Aí acha que tem que nos agradar, compra as coisas e na segunda volta a ser piriguete. Esse não é o espírito do programa. A ideia é que a pessoa entenda realmente o que é o melhor para ela”, afirmou.

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