Interestelar! Direto do espaço sideral, Emilio Pucci prova que a estrela da marca é forte com ou sem Peter Dundas!


Milan Fashion Week: com coleção essencialmente em P&B, cores pontuais, veludos, bondage e grafismos zodiacais, grife sobressai na galáxia fashion!

De repente, o show lembrou a este fashion cinéfilo “Tudo isso e o céu também” (Al This And The Haeven, Too, de Anatole Litvak, 1940), clássico da Warner estrelado por Bette Davis, que poderia perfeitamente dar nome ao desfile de Emilio Pucci que aconteceu na Semana de Moda de Milão neste final de semana (28/2). Conhecida por se inserir dentro do estilo chique al mare, com optical prints que evocam o colorido das profundezas marinhas e combinam tão bem com o espírito de balneário sofisticado, a grife apresentou sua última coleção com Peter Dundas à frente da direção criativa e optou por celebrar a astrologia no outono inverno 2015-16, explorando o céu, mas trazendo também ícones da música – como o dândi Jimmy Page e o estilo gothic glam de Stevie Nicks, tão estelares quanto cometas e nebulosas – para o seu universo.

Dessa vez a marca trouxe uma vibe moderna e urbana, bem dentro da renovação que Dundas imprimiu nas últimas temporadas. Com muito preto & branco, a nova fornada de peças também homenageia uma coleção desenvolvida pela marca em 1950, toda em P&B. Desenhos de estrelas cadentes, sois ardentes, shinning moons e a iconografia zodiacal (pintada à mão) comparecem nas estampas, orbitando em icônicos vestidos t-shirt em crepe de seda. Sistema solar digno de abrilhantar as figuras mais chiques do planeta. Ou do sistema solar.

Signos de Sagitário, Peixes, Escorpião, Libra e Áries ganham novos contornos bordados com pedras e fios dourados em shorts de veludo, mini vestidos e capas, com maxi comprimentos presentes em casacos de veludo, vestidos de malha fina e saias de camurça com aplicações de zodíacos que imprimem certo ar medieval-futurista ou barroco cósmico. E, no meio disso tudo, uma pantalona exagerada surge em look com tartan ou em listras verticais. Luxo. Já as blusas de gola alta elevam as faixas alguns decibéis acima do meramente esportivo. Puro show que evoca os anos 1960/70 – a época que melhor traduz o imaginário da marca – sem repetir o que já foi feito tantas vezes..

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Fotos (Divulgação)

E, para quem não abre mão dos comprimentos curtinhos, o mini aparece em vestidos de segunda pele, shorts e saias que simulam flashes de pele nua, como se fossem estrelas anãs, pequenas, mas cheias de personalidade.

Em meio a esse céu de estrelas, azul escuro, verde garrafa e preto pontificam como tonalidades cósmicas do espaço profundo, que ganha highlights com supernovas em cobalto, vermelho sangue, gema e verde wasabi.

Dentre as peças-chave, estão bomber jackets (olha elas aí de novo!)  e vestidos longos de bondage de malha feitos em patchwork de faixas multicoloridas de píton e camurça metálica, capazes de fazer Leonard Nimoy – o Sr. Spock, falecido neste último final de semana –, querer embarcar nessa glamorosa viagem espacial. Tudo isso junto poderia até virar um exagero, mas Pucci… é Pucci! O resultado prima pelo bom gosto e ninguém com as peças compostas por faixas fica com cara de múmia do Quadrante Alfa, au contraire!

Para completar, a marca aposta em botas de salto com cano alto até as coxas levam bordados que combinam com os vestidos, além de ankle boots em solado plataforma e sandálias com espelhos dourados nos saltos que alongam a silhueta. E mais: a bolsa Janis, que dessa vez vem com franjas, além dos óculos redondos com desenho de estrela na lente. Sim, nunca as profundezas cósmicas estiveram tão na moda.