Giorgio Armani anuncia que não usará mais pele em suas marcas: “Isso reflete crescente atenção aos problemas críticos do meio ambiente e dos animais”


O Grupo Armani que controla as grifes Giorgio Armani, Armani Privé, Emporio Armani e Armani Exchange se uniu a outras marcas como Stella McCartney e Calvin Klein contra práticas cruéis aos animais

Notícia boa para os amantes da moda cruelty-free: o Grupo Armani, que acumula as etiquetas Giorgio Armani, Armani Privé, Emporio Armani e Armani Exchange, declarou, na manhã dessa terça-feira, 22, que não fará mais uso de pele animal. Após anos de críticas, as coleções de inverno 2017, que foram recentemente desfiladas nas semanas de moda de Milão e Paris e chegam às lojas no segundo semestre, já são completamente criadas sem nenhum tipo de pele animal. “É com muito prazer que anuncio que o Grupo Armani estabeleceu um firme comprometimento em abolir o uso de pele animal em nossas coleções. O progresso tecnológico dos últimos anos nos permite ter uma série de alternativas a nossa disposição, todas excluindo práticas cruéis e desnecessárias contra animais. Minha empresa está dando um passo enorme, que reflete nossa crescente atenção aos problemas críticos do meio ambiente e dos animais”, explicou Giorgio Armani, em declaração oficial.

armani1

Giorgio Armani anunciou o fim do uso de pele animal em suas marcas (Foto: Reprodução)

A novidade, em parceria com as organizações Fur Free Alliance e The Humane Society of The United States, surgiu depois de diversas críticas contra a grife – principalmente por parte da ONG PETA, que luta constantemente pela abolição do uso de peles no meio fashion. Com essa decisão, a etiqueta italiana responde pela crescente demanda dos consumidores por moda ética e sustentável. De acordo com Adam M. Roberts, CEO da Fundação Born Free, de preservação da vida selvagem, o passo à frente de Giorgio Armani deve influenciar outras marcas da indústria. “Essa decisão de parar de usar peles, declarada por um dos designers mais emblemáticos e talentosos do mundo, é uma vitória importante para os animais e moda. Nós não poderíamos ser mais gratos à liderança que a marca Armani tem mostrado, e nós esperamos que esta ação influencie fortemente o resto da indústria da alta moda. Com cada designer parando de explorar pele, milhares de animais serão salvos de torturas bárbaras. Agora que o nome Armani está ligado à compaixão para com o bem-estar dos animais, sabemos que o público irá certamente tomar conhecimento como nunca antes”, comemorou.

armani2

(Foto: Reprodução)

Ao se comprometer com a política fur-free, a Armani se junta a outras marcas como Stella McCartney, Calvin Klein, Tommy Hilfiger e Hugo Boss e reconhece as preocupações éticas de uma nova geração de consumidores. Joh Vinding, chairman da Fur Free Alliance, disse que a criatividade não necessita de mortes e dor: “O anúncio da Armani deixa claro que os designers e os consumidores podem ter liberdade criativa e luxo sem apoiar a crueldade animal. Senhor Armani tem sido um criador de tendências no mundo da moda há décadas e esse último anúncio é a prova de que a compaixão e inovação são o futuro da moda”, analisou.

O passo é ainda maior: a oposição de longa data entre o público e a indústria de pele já levou países como Reino Unido, Áustria e Croácia a proibir a produção de pele. Além disso, em todo o mundo, debates sobre a proibição desse tipo de cultivo estão se tornando cada vez maiores. Agora, espera-se que, com a decisão do Grupo Armani, outras grifes sigam o exemplo e adotem a nova política. Nós, de HT, ficamos na torcida.