Fashion Rio #day 3: do preto & banco protesto da R.Groove ao jardim das delícias da TNG!


Em noite onde o masculino imperou, o evento ainda contou com elementais no Cantão, tubarões e sereias no Victor Dzenk e a Polinésia estilizada da Salinas!

* Por Alexandre Schnabl

Grifes com DNAs tão diversos desfilaram no terceiro dia do Fashion Rio, em noite que fechou com a participação, na TNG, de Reynaldo Giannechini e as duas atrizes que interpretam as personagens que viverão um romance homossexual na novela das 9, “Em família”, Giovanna Antonelli e Tainá Muller. Obviamente, esse tipo de recurso funciona no sentido de imprimir maior visibilidade midiática à marca, mas nem era necessário, pois a grife de Tito Bessa apresentou uma das melhores coleções já realizadas.

 A primeira a desfilar, a R.Groove, apostou em branco e preto, fugindo do badalo das cores que costuma lhe ser característico. O motivo? Bom, além da questão de esses neutros estarem em alta, os temas da coleção, “Paradise Motim” e “There’s no New Black”, que propõe uma revisão acerca das manifestações públicas nos últimos tempos – da Primavera Árabe aos recentes levantes ocorridos em 2013 no Brasil. Inspirado por marcas anarquistas, atitude punk e hip hop da cena underground angelenha, Rique Groove prova que moda masculina com pegada de esporte vai muito além de regatas e bermudas, mesmo se quando se desfaz a montagem do bom styling. Minimalista – mas, nem por isso, sem graça em um segmento onde muitas vezes menos não funciona tão bem assim – a coleção traz camisetas e regatas compridas, listras esportivas em barras ou localizadas, bayadère estilizadas em preto, banco e cinza e tecidos em tela furadinha – hit que está na ordem do dia -, linha, neoprene e sarjas. Na proposta do evento, só vai pegar pra os moderninhos, mas as ótimas peças têm ótimo potencial individualmente.

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Fotos: Agência FotoSite / Divulgação

Vídeo: Divulgação

A Salinas pegou seu veleiro em direção à Polinésia e se refastela nessas praias imortalizadas na obra de Paul Gauguin, tema que não é novidade, volta e meia comparece nas semanas de moda, mas que pode ser sempre repensado. Em um cenário bacaninha, concebido por Clécio Regis – um bamba –, a grife mandou ver como sempre, com destaque para as ótimas estampas estilizadas – que combinavam com o sol da boca de cena e que têm a ver com o estilo gráfico-expressionista do pintor. Uma beleza. Flores tropicais e coqueiros rebordados com miçangas irromperam na passarela, assim como listras largas e costas vazadas, standards do estilo criado por Jacqueline de Biase. E a cartela compacta de preto, cru, amarelo, vermelho e bordô é a prova de que esse jeito de enxergar moda praia pode ser econômico em elementos, que não perde a alegria tropicalista da moda praia. E bem é preciso dizer que os acessórios de Claudia Savelli, parceria longeva já, fizeram toda a diferença. Magia!

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O Cantão, por sua vez, também foi em direção à natureza para conceber o seu verão. Mas, ao invés de um lugar ou referência específica, flutuou em torno dos quatro elementos, em looks que conversam com o natural, valorizando o artesanal e as estampas que tanto lhe são caras. O trio Lanza Mazza (direção de estilo), Telma Azevedo (estilista de desfile) e Geórgia Buckley (acessórios) deu seu costumeiro showinho de estilo com uma coleção leve, fluida e com formas soltas, nas quais cores terrosas, neutras (off white e preto) ou fortes – como turquesa, marinho, cereja e laranja – se encarregam de dar vazão a estas forças elementais. Ah, e os tamancos de holandesa são mesmo de dar água na boca!

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Victor Dzenk desceu no fundo do mar rumo à Atlantis, a capital do continente perdido de Atlântida. Mas, se esse tema já foi desenho da Disney, o estilista prefere homenagear outro clássico do estúdio, “A Pequena Sereia”, muito mais famoso. O colorido do desenho, com os cabelos cor de fogo da protagonista, muita areia das praias e os turquesas e acquas do mar, pontuou o desfile, mas também poderia aludir à própria das águas e corais, em cartela semelhante à da Água de Coco no desfile da semana passada, na SPFW. Como o tema permite, além dos vestidos e túnicas, há muitos maiôs, saídas de praia esvoaçantes, biquínis, hot pants e transparências dando as cartas, com acabamentos ramificados nos ombros e decotes que lembram as colônias de coral, além de muitas pérolas e brilhos irisados em aplicações e nos acessórios de Lita Raies.

Na linha masculina, predominaram os tons de areia e os prints de cartas náuticas, como no look de Raphael Sander, o top que é o Sr. Carol Castro. Aliás, belos parkas e cabans compareceram em ambos os sexos.  O desfile, com cadência definida pela harpa e vocal de Cristina Braga, foi lindo, mas podia ter sido um pouquinho mais enxuto. E uma ressalva: o lindo colorido suave, bem seapunk, podia ter ter sido trabalhado em styling mais arrojado e menos clássico.

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Fechando a noite, a TNG apresentou uma coleção masculina de terninhos e peças em alfaiataria dignas de fazer Alfie – o Sedutor – querer dar um rolezinho na loja para adquirir looks capazes de encantar o mulherio (ou a rapaziada alegre). A inspiração? O Jardim Botânico do Rio, daí a cartela de cores com muitos azuis (inclusive lavagens clarinhas no jeans) e cores fortes que vêm das corolas das flores, com rendas e tecidos diáfanos para as mulheres. E, claro, muitas floradas localizadas e corridas, exuberantes ou liberty, para eles e elas. Amei!  Confira detalhes do backstage da marca em Gente & Badalo.

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Fotos: Agência FotoSite / Divulgação

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