Em “Enjoy”, websérie com a Cavalera, Regina Guerreiro fala de realidade virtual, cinema, vitrines e pede: “Socorro! O glamour não pode acabar!”


A jornalista traça uma linha de parcerias bem sucedidas entre aa indústrias fashion e cinematográfica, critica as vitrines nacionais e exalta o virtual no episódio “Não, eu não quero cair na real”

A essa altura, já no sexto episódio da segunda temporada, a websérie “Enjoy”, apresentada por Regina Guerreiro e produzida em parceria com a Cavalera, já é um sucesso. Mais do que acumular cliques na internet, o programa online é uma verdadeira aula semanal, quase essencial para quem não se cansa de alimentar a alma e a mente com cultura e informação de qualidade. Agora, no episódio liberado hoje, a ex-editora de moda da Vogue Brasil consegue mais uma vez despertar a curiosidade e impulsionar o conhecimento alheio, falando da relação entre realidade virtual, cinema, moda e as vitrines “P.F.” do Brasil. Como? Vem que HT explica.

Em “Não, eu não quero cair na real”, Regina começa falando sobre os recém-inventados visores de realidade virtual, inovação – ou seria revolução? – tecnológica que foi comprada pelo Facebook por cerca de U$2 bilhões. “Fala sério, tudo vai ficar infinitamente mais interessante, mais emocionante. Vamos sair pelas ruas devidamente plugados!”, frisa a jornalista, enquanto levanta o questionamento: “Por que será que viajar em outras ficou sendo, de repente, tão importante? Por que será que a gente precisa, o tempo todo, ficar se apoiando nessas muletas virtuais? Tá difícil  segurar a real!”.

A escapatória, na opinião de Regina Guerreiro, é viver integralmente em um cenário, como a própria faz. “Cinema o tempo todo, sabe como?”. E é com esse gancho que ela parte para a relação “moda e cinema”, usando como exemplo “Aconteceu naquela noite” (“It Happened One Night”, de 1934). Estrelado pelo galã Clark Gable, o longa traz uma cena em que o ator precisava tirar a a camisa e, contrariando a moda vigente, não usou nenhuma camiseta por baixo da roupa, deixando o peito à mostra nas telonas. Resultado: revolução fashion, queda nas vendas de camisetas e toda uma rede de varejo revoltada com o diretor Frank Capra. Sim, queridinhos, o impacto de um ídolo e de um imaginário cinematográfico vai muito além das fãs histéricas.

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Eis que surge então a figurinista Edith Head – responsável pelos looks cinematográficos de nomes como Grace Kelly, dentre outras musas – e Regina conta como a moda deu as mãos definitivamente ao cinema. Para ilustrar essa sublime parceria, não faltam exemplos: o icônico vestido branco de Marilyn Monroe, o afiado e amplamente desejado guarda-roupa de Tom Ford em “A Single Man” e as coleções inspiradas de forma literal em “O Grande Gatsby” (“The Great Gatsby”, de Baz Luhrmann), que foram parar nas vitrines da Harrods.

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A teia de significados e imagens vai se costurando daquele jeito que Regina faz tão bem e o que começou em realidade virtual acaba parando em vitrines e a falta de glamour dos dias de hoje – provavelmente um reflexo mais do que esperado da crise econômica que vem assolando o globo já há alguns anos, ou mesmo do vazio criativo de algumas marcas. “Tem que provocar encantamento, desejo, ironia. Arregalar o olho da gente!”, clama a editora.

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Claro, isso que HT frisou acima é só uma amostra do que Regina questiona, debate e rebate no vídeo. O episódio na íntegra, com muitos outros exemplos e irreverências da jornalista, você confere abaixo: