Saia da Caixa de Helen Pomposelli conta a história de Nina Corrêa, criadora da Bordu, marca na qual ela borda com linha, monogramas, palavras e símbolos em algodão cru


Além dos seus bordados poéticos e sustentáveis, Nina, que completou a faculdade de relações internacionais na PUC há dois anos, já foi voluntária da ONG WGC ( Women´s Global Connection ) em 2012, na qual se formam programas e workshops para o empoderamento feminino e na ONG ITDP, Instituto de Política de transporte de desenvolvimento, especializada em mobilidade urbana

*Por Helen Pomposelli

Amor, respeito e escuta. São essas as palavras que Nina Corrêa, a nossa personagem da “Saia da Caixa” de hoje, escolheu para bordar na primeira coleção da Bordu, marca engajada criada por ela ano passado. Mal sabe, que essas palavras, coincidem com a trajetória da sua vida, onde reuniu em seus 26 anos, sociabilidade e responsabilidade social.

Nina Correa em clique especial para o site sob as lentes do fotógrafo Miguel Moraes

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Nina Corrêa, filha de Sergio Corrêa, lutador de jiu-jistu, tem personalidade forte, é arteira e está sempre pronta para ajudar, queria ser escritora desde pequena e era incentivada pela sua avó Rosalie por mostrar os caminhos do conhecimento e da cultura como a música clássica e suas idas ao Teatro Municipal. “Minha avó sempre me ensinou a ser uma pessoa pensante, ou seja, não existe uma verdade absoluta, você tem que contestar”, diz a inquieta Nina. “Lembro nessa época quando ganhei de castigo da minha avó uma ida ao cinema para ver o clássico filme Olga e mal sabia eu, o quanto através deste filme, aprendi sobre a vida”, lembra Nina, que se emociona até hoje também com a leitura do livro dado pela sua avó.

Nina Correa em clique especial para o site sob as lentes do fotógrafo Miguel Moraes

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Em sua pequena e “grande” trajetória, Nina, que completou a faculdade de relações internacionais na PUC há dois anos, já foi voluntária da ONG WGC ( Women´s Global Connection ) em 2012, na qual se formam programas e workshops para o empoderamento feminino e, nesse período, viajou até o Peru para capacitar um grupo de mulheres. Durante o trabalho social, Nina fazia de tudo um pouco, desde a produção dos encontros, fotografia e coordenação dos workshops. Mais tarde, em 2012, quando voltou ao Rio, trabalhou na ONG ITDP, Instituto de Política de transporte de desenvolvimento, especializado em mobilidade urbana, onde atuou na área de comunicação. “Apesar de saber que a minha realidade não era a de todo mundo, essas experiências mostraram outros caminhos, como por exemplo, que o transporte urbano afeta tanto no dia-a-dia das pessoas. Quando você mora na zona sul, não tem noção da extensão do impacto disso na vida das pessoas. Além disso, essas experiências refinaram valores que eu já acreditava, como a minha experiência no Peru, uma realidade muito dura das mulheres como agressão e diferentes visões sociais de viver”, explica.

Nina Correa em clique especial para o site sob as lentes do fotógrafo Miguel Moraes

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Mas a história de Nina, que “acha” que não conseguiu ser escritora, não pára por ai, além de ser fácil ver a menina-moça de um lado para o outro com sua fiel bicicleta, em 2016, passando por um período de complicado emocional, Nina lembrou que sabia bordar seguindo a técnica que aprendeu com a avó, o ponto de cruz. “Bordar desata todos os nós do caminho que você quer passar”, diz.

Nina Correa em clique especial para o site sob as lentes do fotógrafo Miguel Moraes

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Dessa delicada arte nasceu o projeto Bordu, em que Nina borda com linha, monogramas, palavras, símbolos em algodão cru, que se transformam em bolsas, carteiras e marcadores de livros. “Para a primeira coleção escolhi o tema Palavras, o amor, respeito e escuta. A idéia é que as pessoas espalhem essas idéias quando estiverem levando a bolsa e lembrarem em ter amor naquilo que você acredita”, explica Nina que para seguir o conceito de reutilização e reciclagem, as bolsas da Bordu são embaladas em potes de vidro que Nina recicla dos amigos e familiares. A próxima coleção da marca já está quase saindo do forno e será sobre a valorização dos ritmos musicais brasileiros: maracatu, samba e carimbó.

Nina Correa em clique especial para o site sob as lentes do fotógrafo Miguel Moraes

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Quando pergunto à Nina uma dica para quem quer começar a pensar “fora da caixa”, ela não tem dúvidas e diz: “ É muito importante você se informar com pessoas que se identifica, criando uma relação de trabalho e amizade. A idéia é sempre tentar se aproximar de pessoas que tenham essa mesma visão, como ir a workshops, palestras e eventos sociais que permitam a aproximação e vivências diferentes do cotidiano da sua vida”. Bacana, né?

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