No Rio, a italiana Marilisa Allegrini afirma: “A nova safra de consumidores precisa aprender a degustar um bom vinho!”


A raposa e as uvas: de olho tanto no público gourmet quanto nas novas classes sociais, a proprietária da badalada vinícola Allegrini, no Vêneto, também se revela uma entusiasta da natureza brazuca!

O Rio recebeu nesta quinta-feira (28/8) Marilisa Allegrini, proprietária da marca de vinhos italiana Allegrini, localizada na região do Vêneto, próxima a Verona, e que produz vinhos de três variedades: Valpolicella, Amarone e Ripasso. O motivo da vinda da loura? Seus vinhos, apesar de já estarem presentes no Brasil há mais de 20 anos, agora estão sendo trazidos pela importadora Inovini – Fine Wines by Aurora, que oferece mais de 150 rótulos de 25 vinícolas de 12 países – , razão suficiente para um almocinho na Cavist, em Ipanema, harmonizado com esses vinhos.

O Grupo Allegrini é uma das marcas mais importantes da Itália e do mundo, com quatro vinícolas: Allegrini, Corte Giara (também no Vêneto, mas com abordagem moderno-jovial e a caçulinha da empresa, fundada em 1989), Poggio al Tesoro e San Polo (ambas na Toscana). A principal vinícola da empresa, a que leva o nome da família, fica em Valpolicella, à leste de Vêneto e perto do Lago de Garda, área que produz vinhos desde a Antiguidade, daí o nome (Val Polis Cellae, que significa “vale de muitas adegas”). Daí  a produção de pérolas como o Allegrini Amarone Della Valpolicella DOC 2009, tinto seco que é um néctar para paladares exigentes.

O negócio de família começou em torno de 1750, mas a família já cultivava uvas desde o século XVI. Quem modernizou a gestão e a trouxe para o formato atual foi Giovanni Allegrini, morto em 1983, e nem é preciso dizer que se trata de um daqueles tradicionais negócios de europeus que vão passando de pai para filho. Hoje já está na sétima geração, com Marilisa e o irmão Franco tocando o business familiar com o mesmo cuidado com que resolvem questões de foto íntimo, mas sempre expandindo territórios. Por isso, não dispensam a abertura de novos mercados: “O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes, e seu povo tem muitas semelhanças com o italiano. Por isso, tem potencial para consumir o vinho italiano como ninguém”, revela Marilisa. A Allegrini hoje possui sete vinhedos na região do Vêneto, todos legítimos Crus que garantem uvas de altíssima qualidade.

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Fotos (Divulgação)

Animada com as novas perspectivas, Marilisa afirma que a visibilidade do Brasil através dos atuais eventos internacionais põe o país em uma posição privilegiada: “Basta levar em conta a ascensão de certas classes sociais, que precisam ser informadas, pois são consumidores em potencial neste segmento. É preciso trazer informação a este novo público e formar clientela, por que não?”, levantando a lebre da educação e pondo a política nacional em cheque.

Além disso, a italiana se diz encantada com a exuberância tropical e revela o desejo de fazer um tour pelas favelas cariocas, tanto quanto uma viagem ao Pantanal matogrossense. Além das plumagens de pássaros exóticos, se mostra extasiada com as vitórias-régias, mencionando uma expedição que fez pela Amazônia peruana: “Aquelas plantas enormes me chamaram atenção, uma beleza sem igual!” Faz sentido: italiano no Brasil curte o calor e não dispensa uma boa pluma ou mesmo o desabrochar de uma planta tropical, seja no Sambódromo ou circulando por paraísos calientes.