No dia em que À La Garçonne estreia na SPFW, Herchcovitch fala sobre elitização: “Sempre acreditei que design e assinatura poderiam chegar a todos”


No début na 41ª edição da maior semana de moda da América Latina com nova marca, Alexandre disse que é “sempre um grande desafio trabalhar para outras grifes” e que necessita “dessa troca”

Horas antes de estrear na São Paulo Fashion Week à frente da À La Garçonne – marca de seu companheiro, Fabio Souza, voltada para antiquário de móveis e objetos de decoração -, Alexandre Herchcovitch conversou com exclusividade com HT. Com todos os detalhes do desfile prontos desde domingo e calmíssimo, bom citar, Alexandre disse que é “sempre um grande desafio trabalhar para outras marcas” e que necessita “dessa troca”. “Meu olhar sobre À La Garçonne está sendo impresso em roupas masculinas, femininas e infantis, além de uma grande variedade de acessórios. Toda minha experiência de mais de 25 anos fazendo roupa aparecerá nas coleções”, garantiu.

Fabio Souza e Alexandre Herchcovitch (Foto: Reprodução)

Fabio Souza e Alexandre Herchcovitch (Foto: Reprodução)

Paralelamente, Herchcovitch, lançou, há menos de um mês, uma coleção para a fast fashion C&A. O destaque ficou por conta de um vestido de noiva, com a etiqueta premiada do sobrenome de Alexandre, que está sendo vendido por…R$ 300. Seria o caminho das pedras para o fim da elitização da moda? “Sempre acreditei que o design e assinatura poderiam chegar a todos. Foi por isso que direcionei minha carreira e ideias para todos os públicos. Fazer um vestido de noiva e de festa por menos de R$ 300,00 é um trabalho árduo. Tivemos que achar o melhor fornecedor, o melhor tecido para que chegasse a este valor, grande mérito desta parceria”.

E mais: Alexandre ainda desfilou modelos “reais”, com diversas alturas e pesos, corroborando com aquela ideia de moda democrática, indo na contramão da maioria dos desfiles de moda que ainda apresentam aquela uniformidade de modelos altas, magérrimas e homens sarados. Questionado se está remando contra a maré, Herchcovitch discordou. “Não é questão de remar contra a maré e sim uma questão de como mostrar as roupas. As marcas normalmente fazem roupas de todos os tamanhos e decidem mostrar em corpos tamanho 38. Quem procura acha. Há roupas para todos os corpos por aí”.