Na cirurgia plástica, dr. Alessandro Martins e dr. Gabriel Basílio apontam crescimento da procura pelos homens, novas tecnologias para pele negra e perfis dos pacientes de hoje


Segundo os médicos, há quem procure por um resultado mais natural e outros que querem uma aparência bem marcada, mostrando que fez um procedimento. No entanto, dr. Alessandro destacou os riscos de quem exagera no número de operações. “Cirurgia plástica não é algo simples. É uma cirurgia como outra que possui todo um processo de cicatrização que não é brincadeira”

Parceria, dobradinha, cumplicidade. Não importa muito qual a palavra escolhida para traduzir esta relação, desde que explique a sintonia de dr. Alessandro Martins (Instagram: @dr.alessandromartins) e dr. Gabriel Basílio (Instagram: @drgabrielbasilio). Médicos com especialização em cirurgia plástica, o carioca e o capixaba se conheceram durante os anos de Residência – mesmo sendo em formações diferentes – e nutrem esta parceria até hoje. Há sete anos, os cirurgiões dividem as experiências e conquistas à frente da Clínica Inova, em Botafogo, no Rio de Janeiro, e os conhecimentos na vida acadêmica. Enquanto dr. Alessandro Martins é coordenador do curso integrado dos serviços de cirurgia plástica do Rio de Janeiro, dr. Gabriel Basílio trabalha com os residentes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

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A relação de nove anos é uma das coisas que o acaso – ou os cosmos – explicam. No Instituto Nacional de Câncer, dr. Alessandro Martins fez sua subespecialização em reconstrução de mama pós-mastectomia. Em outro ponto do Rio de Janeiro, no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, dr. Gabriel Basílio focou sua carreira em cirurgias craniofaciais. E, em um dos encontros e eventos da profissão, os dois pontos de conectaram. “Logo que a gente se formou na especialização em cirurgia plástica, a gente teve uma grande parceria, inclusive de aprendizado. Eu aprendi muito de estética com ele e ele de cirurgias reparadoras comigo. Então, na verdade, a gente foi se complementado e isso evoluiu para o dia-a-dia”, contou Alessandro.

Dr. Alessandro Martins e dr. Gabriel Basílio são cirurgiões plásticos (Foto: Sergio Baia)

Em sintonia, o próximo passo da dupla foi inaugurar a Clinica Inova, que, desde seu conceito, já traz uma proposta diferente aos pacientes. “A clínica começou em abril de 2011. Eu tinha acabado de sair da prova de especialista e a gente alugou um consultório menor porque precisávamos começar. E aí as afinidades começaram a surgir. Cada dia um usava a sala e ia dividindo tudo. Hoje, nós somos dois cirurgiões e temos uma equipe multidisciplinar que presta assistência aos nossos pacientes de forma complementar. Então, nós temos fisioterapeuta, nutricionista, endocrinologista e terapeuta. A ideia é ter um espaço em que podemos oferecer todas as opções e etapas de um tratamento”, contou dr. Gabriel.

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E foi em Botafogo que tudo isso ganhou forma. Na clínica, situada na Rua Real Grandeza, os cirurgiões começaram a consolidar a carreira. No entanto, dr. Alessandro lembrou que o começo não foi tão simples. “A gente não tinha cirurgiões na família e, por isso, tivemos que montar tudo do zero. Compramos juntos nossa primeira maca, aparelhos, material cirúrgico etc. Tudo o que era preciso para operar era dividido. Inclusive o valor das cirurgias. No começo, cada um recebia a mesma coisa porque precisávamos de dinheiro para continuar construindo as coisas”, lembrou.

Hoje, eles dividem muitas outras experiências. Inclusive, dentro do centro cirúrgico. “É muito bom dividir o consultório com uma pessoa que você confia muito. E, ainda bem que, desde quando nos conhecemos, ele é a pessoa que eu confio e que quero que me opere e esteja do meu lado. Na nossa profissão, nós precisamos ter conosco uma pessoa em quem confiamos os nossos pacientes. Se algo acontece, ele é o médico que eu sei que pode me substituir e o resultado ficará tão bom quanto se fosse eu. Para tudo a gente precisa de um piloto e um copiloto”, disse dr. Gabriel.

Ora dividindo um centro cirúrgico, ora separados, os médicos vêm trilhando uma carreira paralela desde a formação. Seja na vida, na clínica ou nas salas de aula, dr. Alessandro e dr. Gabriel estão crescendo juntos na profissão e acompanhando as novidades da Medicina contemporânea. Dentro da especialidade deles, a cirurgia plástica, inclusive, dois perfis diferentes de pacientes vêm ganhando força nos últimos tempos. De acordo com dr. Alessandro Martins, hoje em dia há uma divisão entre aqueles que querem mostrar a existência de um procedimento e os mais discretos que valorizam um resultado natural. “Tem paciente que quer a característica da cirurgia plástica. Ou seja, querem mostrar que fizeram os procedimentos. Isso aponta para lábios mais marcados, mama com prótese grande ou silhueta bem definida. O outro grupo de pacientes é formado por aqueles que entendem a importância da cirurgia plástica, mas passam por ela de maneira mais suave. Não é que as alterações sejam menores, mas não são tão impactantes”, explicou.

De acordo com dr. Alessandro, há dois perfis diferentes e opostos de pacientes de cirurgia plástica (Foto: Sergio Baia)

Nos dois casos, o cirurgião destacou o crescimento de procedimentos no rosto, como botox, preenchimento e laser. Ainda mais em tempos de selfies, a procura, de acordo com o médico, tem aumentado. E sem distinção de idade. “Isso é algo que vem crescendo nos últimos cinco anos e, inclusive, está sendo bem-visto como retardo do envelhecimento para pacientes mais jovens às senhorinhas de 70 anos”, apontou dr. Alessandro sobre os procedimentos que passaram a ganhar força dentro da especialização. “É muito interessante ver esse crescimento da cosmetologia dentro da cirurgia plástica. Antes, a gente só fazia as operações e os dermatologistas esses procedimentos menos invasivos. Mas essa é uma área em que ambas as especialidades participam, até de forma integrada”, disse.

Por falar nas cirurgias e procedimentos mais procurados do meio, existem clássicos que não mudam com o tempo. Considerada o símbolo da cirurgia plástica brasileira, a operação para contorno corporal continua como destaque entre as opções da especialização. “No Brasil, ainda mais no Rio de Janeiro com essa variedade de praias, a cirurgia corporal ainda é muito visada. Aqui a gente faz muita lipoaspiração, abdômen e mama. No Sul, que é mais frio, por exemplo, as principais cirurgias são de face”, contou dr. Alessandro.

Inclusive, o médico disse que as cirurgias de contorno corporal realizadas no Brasil se destacam entre as pacientes mundo afora. “O que as pacientes que moram fora mais comentam é que aqui nós temos um refinamento maior no resultado. Lá fora, isso pode ser escondido dentro da roupa. Porém, aqui no Brasil, precisa ser mais preciso porque essa silhueta marcada é para a praia e o biquíni não cobre uma cicatriz malfeita, por exemplo. Então, o que acontece é que há um cuidado maior nos detalhes”, explicou.

No entanto, com esta qualidade a níveis internacionais disponível em nosso país, aparece outra questão entre os cirurgiões. Mesmo sendo um procedimento para puxar aqui ou ali, dr. Alessandro Martins destacou que a cirurgia plástica é uma intervenção séria no corpo humano, com tudo o que isso traz como consequência. “Existe um ponto que precisa ser levado muito a sério por todos os envolvidos. Cirurgia plástica não é algo simples. É uma cirurgia como outra que possui todo um processo de cicatrização que não é brincadeira. O problema é que a gente vê alguns pacientes que preferem entrar na faca a ter uma rotina de exercícios, por exemplo. Não é comer tudo e no ano que vem fazer uma lipo. Por mais que essa seja uma ideia sedutora, precisa ser vista com responsabilidade”, alertou o cirurgião que acredita que a prática em excesso possa se tornar um vício entre os pacientes.

Mesmo com fins estéticos, dr. Alessandro destacou a seriedade de qualquer cirurgia para o corpo humano (Foto: Sergio Baia)

Prova disso são os casos mais sérios que costuram a cirurgia plástica. Em um passado recente, temos alguns exemplos de pessoas que quiseram se transformar em artistas ou personagens e que, por isso, não pouparam procedimentos e intervenções estéticas. E é aí que entra a importância de um bom profissional. “Não é errado um médico dizer que não vai fazer determinado procedimento. Às vezes aquele paciente vai encontrar outro cirurgião que faça. Mas você pode impor os seus limites”, defendeu dr. Alessandro Martins que já passou por uma situação assim. “Eu já tive uma paciente muito preenchida e com procedimentos definitivos, que hoje em dia nem se utiliza mais. Ela chegou a mim querendo preencher mais e eu disse que não tinha mais como fazer. O único procedimento que era possível era botox. Nós fizemos e depois ela nunca mais voltou porque, realmente, queria mais”, lembrou.

Porém, para conhecer os limites de um bom profissional, dr. Gabriel Basílio acredita na potência de uma boa formação, além da responsabilidade com o paciente. “Geralmente eu conduzo os meus pacientes lembrando que, principalmente na parte de cosmiatria, um pouco menos é sempre melhor. Então, grandes mudanças ou muito evidentes que tirem a personalidade ou descaracterize não caem bem. Para mim, é sempre melhor ir com calma nesses procedimentos”, comentou o cirurgião que ainda apontou para outra questão.

De acordo com dr. Gabriel, em alguns casos, essas mudanças estão relacionadas a problemas psicossociais e de personalidade do paciente. Inclusive, em alguns casos, isso pode estar até no subconsciente. “Às vezes, por trás de uma grande modificação, está acontecendo algo que nem a pessoa sabe. E aí, quando acontece, a pessoa não está preparada para receber isso. Por isso que eu acredito que a melhor opção é sempre ir devagar e medindo o resultado”, avaliou o médico especializado em cirurgias craniofaciais. “Eu acho que sempre vão existir pessoas que têm problemas com a sua aparência e o corpo e que querem mudar de qualquer maneira. Porém, hoje vivemos um cenário em que o padrão de beleza está muito diverso. Nós temos muitos exemplos de pessoas lindas dentro de cada etnia, ainda mais no Brasil, que é um celeiro da diversidade”, defendeu.

A bordo desta diversidade apontada por dr. Gabriel Basílio, as características étnicas têm ganhado mais espaço e atenção nos consultórios de cirurgia plástica. Em uma época de empoderamento e representatividade por todos os lados, o cirurgião reconheceu as mudanças em suas experiências. “Hoje nós temos muito mais tecnologias que atendem melhor os negros, por exemplo”, contou.

Os médicos destacaram o crescimento de tecnologias para a pele negra nos últimos anos (Foto: Sergio Baia)

Quem também tem ganhado mais espaço na cirurgia plástica são homens. Embora o público feminino ainda seja o principal consumidor dos procedimentos estéticos e cirúrgicos, hoje, eles não se escondem mais, como destacou dr. Gabriel. “Os homens estão procurando cada vez mais. Antes, eles eram mais tímidos e só queriam fazer procedimentos que ninguém percebesse. Hoje em dia, já tem aqueles que querem ser notados”, contou dr. Gabriel Basílio sobre o público que procura, principalmente, por lipoaspiração, implantes para peitoral e panturrilha. “Nem todo mundo nasce com uma genética que dá resultado na academia”, brincou.

E, por tudo isso, a cirurgia plástica torna-se um campo gostoso de se descobrir. A cada assunto, novas possibilidades, técnicas e avanços ganham destaque e tornam possíveis mudanças que vão de fora para dentro. “A cirurgia plástica é uma das únicas especialidades que trata do cabelo à unha do pé, literalmente. Embora a gente tenha nossas especializações, passamos por todos os setores na faculdade e em uma clínica. A gente faz e gosta de tudo”, contou dr. Alessandro Martins que, como resultado, revelou estar sempre em busca do sorriso e da satisfação do paciente. “Uma cirurgia é sempre uma transformação na vida de qualquer pessoa”, completou.

Para garantir isso, o cirurgião destacou a importância da atualização dos profissionais de saúde. E, como destacou, hoje, isso não tem mais fronteiras. “Com a internet e as revistas internacionais, nós temos uma oportunidade de aprendizado universal. A gente consegue ter acesso a artigos publicados no mundo inteiro, basta querer. Então, não tem mais desculpa para não conhecer ou saber de uma técnica ou pesquisa nova”, completou dr. Alessandro Martins. Que dupla!

Contato: dr. Gabriel Basílio

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Serviço: Clínica Inova

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