Jacqueline Sato conversa com exclusividade com o site HT e conta tudo sobre os novos projetos: ela está em uma série na televisão e arrasando no teatro


A atriz também se dedica às carreiras de cantora e apresentadora e revela como foi começar a trabalhar cedo: “Eu sempre me diverti no palco”

Jacqueline Sato é um dos rostos de PSI, que estreou no canal HBO. A série, baseada em “Conto de Amor”e “A Mulher de Vermelho e Branco”, livros do psicanalista Contardo Calligaris, conta a história de Carlo Antonini (Emílio de Mello), um psicanalista, psicólogo e psiquiatra que atende na cidade de São Paulo e resolve investigar, por conta própria, crimes na capital. Se na primeira temporada Jacqueline fez apenas uma participação, agora defende a jornalista Harumi com mais intensidade. A cena em que entrevista o protagonista foi ao ar no episódio 10 e também foi responsável pelo convite na segunda temporada. “Fiquei muito feliz em ganhar mais espaço dentro deste projeto que, particularmente, gosto muito. Quem antes era apenas ‘a jornalista’, agora tem um nome, ‘Harumi’”, contou, emendando que ficou empolgada ao ler os roteiros. “A segunda temporada promete ser ainda melhor do que a primeira. Os episódios estão muito interessantes e tocam em assuntos bastante polêmicos”.

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Jacqueline Sato é cantora, atriz e apresentadora e trabalha desde cedo (Foto: Gustavo Arrais)

Paralelamente a isso, a atriz se dedica à peça “A Lenda do Vale da Lua”, em cartaz em São Paulo. Ela, que sempre foi ligada às artes, pensava em seguir profissões que tivessem mais estabilidade, mas, aos 16 anos, em uma conversa franca com a mãe, decidiu que não dava para fugir do ofício pelo qual era apaixonada. “Desde pequena gostei de cantar e, mais tarde, somou-se a isto a vontade de viver várias histórias”, contou. O canto e o teatro, então, entraram na vida de Jacqueline, que já tinha experiência em frente às câmeras como apresentadora. Nem por isso deixou os estudos de lado. “Me formei em Rádio e TV. Apesar da certeza de que queria ser atriz, busquei a segurança de um curso e que, de certa forma, também estivesse ligado a minha escolha número um. Foi muito bom saber como é o lado da produção, da direção, do roteiro, da edição, enfim, tudo o que envolve o desenvolvimento de uma obra audiovisual. Dentro da faculdade o que mais me interessava era o roteiro. Também pratiquei muito em frente às câmeras, o que me deu mais segurança e experiência”, analisou ela, que, aos 12 anos, havia apresentado “Sessão Super Heróis?” produzido pela CNT. “Na época, eu levava aquilo tudo como uma brincadeira, me divertia muito fazendo”.

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Jacqueline Sato e o elenco da peça “A Lenda do Vale da Lua” (Foto: Gustavo Arrais)

Atuando, cantando ou apresentando, Jacqueline se dedica com afinco. Perguntada qual das três carreiras prefere, afirmou que são tão interligadas que não conseguiria escolher. “Essa é a pergunta que eu mais me faço. Sempre acho que eu gosto mais da que estou no momento, mas uma, sem dúvida, ajuda a outra”, afirmou, ressaltando que sabe da importância de todas em seu crescimento artístico. “Para todas exige-se um equilíbrio entre talento, técnica e carisma e é isso que busco”, garantiu. Qual dos mercados é mais difícil? “Ser uma atriz, cantora ou apresentadora que marque é um segredo impossível de ser desvendado, um encontro entre preparo e oportunidade”. A vontade de fazer sua história é tão grande que, garantiu, sente prazer no caminho. “Não importa quão difícil o mercado é, quando amadurecemos entendemos que é quase impossível querer fazer outra coisa. Posso dizer que todas exigem uma paixão infinita”.

Ela, que em 2014 fez sucesso como a sensual tatuadora Jessie Tattoo na novela “Além do Horizonte”, da Rede Globo, comparou o ritmo das gravações de uma novela ao do seriado. “Quando dizemos que em série é mais calmo não significa que se trabalhe menos. Enquanto nas novelas temos duas ou três câmeras rodando, no seriado é uma só, então a cena tem que ser gravada várias vezes”, explicou ela, que, antes de PSI, teve outra experiência em séries. Em “Na mira do crime”, da Rede Record, interpretou Sandrinha, a “parte leve” da história que abordava temas como estupro e assassinato e virou longa-metragem na FOX. “O público recebeu muito bem. Falar de impunidade e injustiça mexe bastante com o espectador. O ‘Na Mira’ conseguiu apontar algumas questões bem relevantes”.

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A atriz durante a novela “Além do Horizonte”. Sua personagem era uma tatuadora e os desenhos no corpo eram feitos quase que diariamente (Foto: Reprodução/TV Globo)

Jacqueline contou que o resultado das gravações trabalhosas é gratificante. “Há um extremo cuidado com a fotografia e temos que seguir à risca todas as marcas, como um balé. O desafio é enorme, mas o ganho estético é valioso”. Essa riqueza de imagens e conteúdo tem feito o formato cair nas graças do público brasileiro. Para a atriz, a popularização de seriados é um ganho enorme. “As novas tecnologias vieram para acrescentar e vão ficar. Fico extremamente feliz por isso, porque significa mais conteúdo, concorrência e qualidade”, opinou.

Ainda assim, a televisão aberta continua sendo a maior fonte de informação no Brasil. Jacqueline reconhece isso e garante que o papel em “Além do Horizonte” foi especial para sua carreira. “Fazer novela é uma das coisas que mais gera visibilidade. E a Globo continua sendo a maior referência neste formato. Foi muito importante para mim. Não só pelo fato de a personagem ser um desafio, mas também por poder tornar meu trabalho mais conhecido”, contou.

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Jacqueline adotou uma franja para viver Sandrinha em “Na mira do crime” (Foto: Reprodução)

Se na televisão já trabalhou com vários formatos, no teatro a experiência não é tão vasta quanto, mas a dedicação sim. “Fiquei quatro anos estudando com o Grupo Tapa e faço workshops e cursos sempre”, contou ela, que desde novembro estudava o método de “Biomecânica de Ritos”, desenvolvida por Janssen Hugo Lage, diretor da Confraria dos Ritos. “Estive em cartaz com os integrantes do grupo durante dois meses com a performance teatral ‘Osho- Fendas da Alma’, que aliás está em sua segunda temporada lá no teatro Espaço Confraria, na Bela Vista. Vale a pena conferir. Não pude permanecer, pois seria muita coisa ao mesmo tempo. No entanto, temos dois projetos em andamento para 2016, o ‘Sonata para Elefantes’ e o ‘Labirinto Kafka’”, adiantou, emendando que quer se dedicar sempre aos palcos. “O teatro é sagrado para mim”.

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A atriz declarou que o teatro é um lugar sagrado para ela (Foto: Gustavo Arrais)

Com tanto trabalho, o canto, sua primeira expressão artística, não ficou abandonado. “A vontade de explorar uma identidade musical própria vira e mexe bate no meu coração”, confessou. Como tem trabalhado muito, ainda não teve tempo, mas quer se aprofundar na música e aprender a tocar piano e violão para compor. “Se, algum dia, eu tiver uma carreira paralela como cantora será algo bem autoral que tenha muito a ver comigo”, garantiu. Por enquanto, os planos ficam na interpretação. “Ano que vem, a princípio, pretendo passar um tempo estudando em Los Angeles. É algo que sempre quis fazer, mas por diversos motivos ainda não tinha tido oportunidade”. Mas os fãs brasileiros não precisam se preocupar: Jacqueline revelou a possibilidade de ingressar em uma novela logo. “Só deve começar a ser produzida no segundo semestre de 2016. Até lá tem muito chão”, contou ela, que caminha passo a passo. E nós acompanharemos todos.