Exclusivo! Léo Pinheiro lança DVD ao vivo e fala com HT: “Se a gente não se adequar ao novo formato do mercado, fica para trás”


“Léo Pinheiro – Ao Vivo Em Casa” sai hoje na FNAC, com direito a pocket show exclusivo, e o artista aborda questões sobre raízes musicais, a nova supremacia do sertanejo e a série na qual ele está participando pelo Canal Brasil, “Insônia”

Léo Pinheiro cresceu com a música na família. Mas, ainda assim, é de se estranhar que uma criança com 10 anos já tenha lançado um CD – batizado “Coração de Menor” – produzido por Moacyr Franco. O tempo foi passando e o garoto foi amadurecendo, criando uma identidade musical própria e misturando referências. Passou pela oficina teatral de Oswaldo Montenegro, expandiu como ator e, hoje, volta a investir na carreira de músico – que pretende levar paralelamente com a de ator –  lançando o DVD “Léo Pinheiro – Ao Vivo Em Casa”, com direito a pocket show na Fnac.

O registro intimista mostra a diversidade de influências musicais do cantor e compositor, que cresceu ouvindo música sertaneja no Tocantins e, aos poucos, foi aumentando suas referências, citando o rock dos Beatles como um divisor de águas. Entre as canções com pegada acústica, “Voa Longe” e “Cuida do que é seu em mim”, os maiores sucessos do artista, se destacam dentre a direção musical de Serginho Chiavazzoli.

Abaixo, você confere o bate papo de HT com Léo Pinheiro, no qual ele fala sobre suas raízes musicais, a nova supremacia do sertanejo, as particularidades dos ritmos brasileiros e a nova série na qual ele está participando pelo Canal Brasil, “Insônia”. Vem com a gente!

Léo Pinheiro – “Voa Longe”

HT: Sua música tem influências diferentes, mas soa bastante brasileira em todos os sentidos. Como você chegou a esse resultado?

LP: A música que eu faço é o resultado de uma série de vivências, fala muito da verdade que eu trago. Fui criado ouvindo sertanejo em rádio AM/FM, depois descobri o resto. O diferencial da música brasileira é a identidade do povo, essa mistura de influências da Europa, da África etc. Eu não defino o bom ou ruim pelo gênero, tem muita coisa boa sendo feito pelo Brasil.

HT: Você é do Norte e muitos projetos são feitos por lá – com movimentos e artistas independentes – e não chegam ao resto do Brasil. Como você encara isso?

LP: A internet leva a gente para outro lugar, abre a possibilidade de você mostrar aquilo que faz para o resto do mundo. Em Tocantins, por exemplo, há um movimento chamado “Abacateiro”, que acontece na casa de alguns amigos, mas o grande provedor é o Tião Pinheiro. É uma espécie de musicalização dos poemas dele. Fora isso, tem muita coisa boa acontecendo, como Genésio Tocantins, Juraildes da Cruz, Família Braga, Júlia Vargas etc… A internet ajuda a sedimentar isso.

HT: Recentemente, parece que o sertanejo se tornou um dos ritmos de maior popularidade entre as rádios, o que gerou algumas reclamações de artistas dos outros gêneros. O que você, um amante declarado do gênero, acha disso?

LP: Eu tenho o maior respeito por todos os ritmos, não compartilho dessa reclamação. Se o sertanejo está sendo tão consumido assim, é pelo povo. Quem escolhe clicar e comprar o disco, é o povo. Na época do axé e do funk também vieram críticas, mas eu compreendo bem esse movimento. O rock voltar para o underground, por exemplo, pode até ser bom para o gênero. Algo que preciso ressaltar é a qualidade desses shows do “novo sertanejo”. É nível de mundo! Um show do Luan Santana não perde em nada para um do Coldplay.

Léo Pinheiro – “Cuida do que é seu em mim”

HT: Você citou um fator muito importante para esse novo cenário da música: a internet. O que acha da disponibilização gratuita de músicas online?

LP: A nossa sociedade é muito imediatista. Acho legal a música online, já coloquei bastante trabalho meu. Infelizmente, não dá para colocar tudo, mas acho uma estratégia ótima. Se a gente não se adequar ao formato que está sendo colocado no mercado, fica para trás. Olha o U2, por exemplo [a banda “forçou” gratuitamente os usuários do iTunes a baixarem seu novo álbum]. Vi uma entrevista do Zezé [di Camargo] recentemente, dizendo que antigamente ele vendia 1 milhão de discos no dia de estreia do trabalho. Hoje, ele consegue vender 100 mil unidades em um mês. As coisas estão mudando.

Léo Pinheiro durante a gravação de seu DVD ao vivo (Foto: Reprodução)

Léo Pinheiro durante a gravação de seu DVD ao vivo (Foto: Reprodução)

HT: Você também é ator. Como acha que uma profissão contribui para a outra e vice-versa?

LP: Eu acho que contribui bastante. Isso é algo que vem se solidificando: o profissional que atua, dança, compõe etc. Eu gosto muito das duas profissões, apesar de ter mais dificuldade como ator. Essa é uma carreira danada, tem que ser levada muito a sério.

Recentemente, eu estou terminando de filmar uma série no Canal Brasil,“Insônia”, que deve ser lançada no final do ano. É sobre um jornalista que tem uma noite de sexo insano com a musa da redação e acorda achando que virou vampiro, com vários hematomas e fotofobia – claro, eu estou falando sobre isso superficialmente. Eu interpreto o melhor amigo dele, André, que é o contraponto: o perfeito carioca gente boa, uma pessoa mais solar, bem da Zona Sul mesmo. Está sendo muito bom fazer esse projeto, o pessoal é bem bacana e o clima é ótimo.

SERVIÇO:

Pocket Show de Lançamento “Léo Pinheiro – Ao Vivo em Casa” da Coleção Canal Brasil

Data: 26 de março (quinta-feira)

Local: Fnac Barra Shopping – Av. das Américas, 4666 – Barra da Tijuca

Horário: 19h

Duração: 40 minutos

Mais informações: (21) 2109-2020