Em sua coluna no site HT, Dr. Alessandro Martins desmistifica a relação entre gravidez e procedimentos estéticos


Existem diversas dúvidas sobre os tipos de cirurgias que podem ser feitas antes da gravidez e se haverá perda de resultado durante a gestação. De uma forma geral, quase tudo é permitido e cabe à paciente se cuidar durante este período para não precisar refazer a operação. Além disso, o doutor esclareceu que não é aconselhável fazer qualquer procedimento antes de um ano após o nascimento do bebê

A paciente que fez abdominoplastia não terá espaço para o bebê crescer? A lipoaspiração pode gerar uma gravidez de risco? A mulher que se submeter a uma mamoplastia redutora não conseguirá amamentar o seu filho? Quando o assunto é gravidez e cirurgia plástica existem muitos mitos e estigmas que levam muitas pessoas a terem receio de operar. No entanto, em sua coluna semanal no site HT, o doutor Alessandro Martins vai desmitificar alguns preconceitos e explicar qual a verdadeira relação entre a gestação e os procedimentos estéticos.

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Dr. Alessandro Martins é um dos nomes mais importantes da cirurgia plástica carioca. O médico é formado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) e divide a sua rotina entre os procedimentos, as consultas e a vida acadêmica. Com os anos de experiência e o destaque profissional, dr. Alessandro hoje também é coordenador do curso integrado dos serviços de cirurgia plástica no Rio de Janeiro (Foto: Sergio Baia)

Muitas mulheres que desejam fazer a mamoplastia redutora têm medo de não conseguir amamentar os seus filhos e esta teoria não é tão falha. “Existem várias técnicas para retirar a mama e, dependendo do procedimento, o médico pode desconectar um número maior de glândulas do bico do peito, que é por onde sai o leite, o que pode comprometer a amamentação. Isto não representa um erro cirúrgico, é apenas uma preferência médica”, informou o doutor. A escolha do tipo utilizado não tem uma relação com qual será o melhor resultado estético, na verdade vai de acordo com a técnica que o cirurgião possui um maior domínio. Além disso, a quantidade de retirada contribui muito para este resultado final. Na década de 80, por exemplo, o padrão de beleza era ter seios menores, por isso o número de glândulas desconectadas era muito maior.

Muitas mulheres que colocam silicone têm medo de perder o resultado com a gravidez, já que é comum a queda da mama. “No final da gestação, as glândulas mamárias são substituídas por gordura, sendo assim a mama fica mais mole, independente de ter ou não uma prótese”, comentou. Portanto, pode-se dizer que haverá, sim, uma perda de resultado, mas é preciso tomar cuidado para não engordar muito durante a gravidez, já que uma coisa é ganhar gordura na mama devido a amamentação e outra é ganhar por causa do aumento de peso.

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Há alguns anos, existia a ideia de que uma paciente que se submete a abdominoplastia não poderia ter filhos já que não haveria espaço para o bebê crescer e se desenvolver. A cirurgia, de fato, retira um pedaço de pele e fecha o músculo da região e por isso acreditava-se ser prejudicial para a formação desta criança. “Esta dúvida existia porque o procedimento era característico de mulheres de meia-idade, ou seja, pessoas que não tinham mais a pretensão de engravidar. Na verdade, o que as levava a este procedimento era a flacidez na região devido à gestação. No entanto, com o aumento da cirurgia bariátrica, muitas jovens tiveram perda de peso e precisaram recorrer a esta operação e mesmo assim se casaram e conseguiram ter filhos. A gravidez é um processo de expansão gradual, sendo assim o resultado será o mesmo em um corpo operado ou não”, explicou o doutor. Dessa forma, os riscos são os mesmos entre pessoas operadas ou não, o que significa que a mulher poderá voltar a ter flacidez da mesma forma que alguém que nunca havia tido. Além disso, mesmo se retirando um pedaço de pele na cirurgia, a paciente terá uma probabilidade de ter estria igual a de outros indivíduos. Tudo isso depende muito da característica genética e dos cuidados tomados durante a gestação.

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Assim como a abdominoplastia, a lipoaspiração na região da barriga gera um certo receito entre algumas pacientes que querem engravidar.  O número de jovens que procuram por este procedimento estético é muito alto e por isso é comprovado que não existe nenhum problema para uma possível futura gestação. “Esta operação não tem nenhuma correlação com a gestação, mesmo que seja na barriga, no sentido de trazer riscos ou prejuízos”, afirmou. No entanto, a paciente pode perder um pouco do resultado da operação após a gravidez dependendo da forma como a gestação evolui. Existe uma crença de que a pessoa nunca mais terá gordura naquela região, mas isto não é verdade. Se há um ganho de peso muito grande, provavelmente ela vai engordar novamente no local lipoaspirado.

Além disso, as cicatrizes de todas estas cirurgias podem mudar durante a gravidez. “Neste período, a mulher fica suscetível a vários hormônios e um deles aumenta a pigmentação da aréola dos seios, de cicatrizes e, até mesmo, de manchas no rosto, chamadas de melasma. No entanto, um tempo depois da paciente ter o bebê, a coloração voltará ao que era antes”, explicou o doutor Alessandro. Sendo assim, será apenas uma alteração passageira.

A perda do resultado cirúrgico é uma possibilidade alta depois da gravidez, mas isto depende muito da paciente. Neste período, é necessário prestar muito atenção na alimentação e nas atividades físicas realizadas, pois somente assim a paciente irá conseguir manter as cirurgias estéticas previamente realizadas. “Uma pessoa que engordou 8kg terá uma perda de resultado cirúrgico muito menor ou quase nenhum em comparação com quem ganha 20kg. Sendo assim, o ganho de peso, a prática de esportes e a alimentação vão interferir muito na estética”, assegurou o cirurgião plástico.

Mesmo sabendo que o resultado da cirurgia pode ser alterado, isso não significa que a paciente deve evitar fazer procedimentos estéticos antes da gestação. “Uma das melhores fases da vida é a juventude, quando a mulher está ativa, independente e produtiva no mercado de trabalho. Não vale a pena ter algo em seu corpo que incomoda, mas não mudar visando ter um filho no futuro. Não se pode ter medo de se mostrar esteticamente por não estar se sentindo bem consigo mesmo. A pessoa deve se submeter a um procedimento cirúrgico para se sentir bem e ter a sua autoestima melhorada, maridos e filhos são consequência”, garantiu Alessandro Martins.

Quem não conseguiu manter uma rotina de exercícios adequada pode até pensar em fazer uma cirurgia plástica, mas terá que esperar no mínimo um ano após o nascimento do bebê para se submeter a qualquer procedimento estético. Durante a gestação e depois do parto, não é aconselhável que a paciente faça nenhuma operação do gênero ou, até mesmo, o preenchimento de botox. “Logo depois que a mulher tem neném, ela passa pela fase do puerpério, aonde está inchada, se recuperando da anemia devido ao sangue que perdeu e o organismo está voltado para a produção de leite e para a cicatrização do parto. Sendo assim, esta lenda de que se opera logo depois do nascimento não é verdade, ou, pelo menos, não deveria ser, porque o corpo não está preparado para ser submetido a uma cirurgia plástica”, explicou. O ideal é que a mulher não faça nenhum procedimento até um ano após o parto e seis meses após terminar a amamentação.

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