#Atitude50: Kika Gama Lobo analisa um hábito recorrente de sua vida e que faria Freud corar. Vem entender!


“Quando estou no metrô, avião, coletivo ou em algum espaço de aglomeração, com muita gente, adoro blefar”, conta, se divertindo, nossa colunista

*Por Kika Gama Lobo
Eu minto. Finjo ser quem não sou. Adoro ser Valéria, veterinária. Tem algo mais libertador do que fugir de si mesma? Nada que tire pedaço, mas quando estou no metrô, avião, coletivo ou em algum espaço de aglomeração, com muita gente, adoro blefar. Imagino histórias na hora. Viro outra. E sigo, num devaneio racional, em uma bipolaridade que faria Freud corar, inventando um novo eu.
Preciso apenas aprimorar. Sou sempre baratinha. Tenciono ser grande. Já pensei em dizer que sou prima do Sérgio Moro. Ia dar ibope. Mas não tenho jargão constitucional. De lei, só conheço a da sobrevivência. Apresentadora de canal hispano, em tv americana? Ninguém aqui assiste nem CNN que dizer de alguma outra gringa? Assessora de imprensa da Fernanda Montenegro? Iam me azucrinar atrás de entrevistas. Coach de carreiras de jogares de futebol? Não sei nem a escalação do Vasco, meu time do coração.
Volto cabisbaixa a mim mesma. Eufemismos, me entrego a minha condição de Kika. Melhorar aqui, investir ali, arrumar acolá. Estou mesmo em formação. Espero até bater as botas, progredir. Sou melhor quando inquieta e busco compartilhar minhas conquistas com aqueles que amo. E assim, caminho diariamente em minha insignificante vida gigante. Obrigada Deus por essa chance!