Antes do Lollapalooza, Skrillex leva jovens à loucura enquanto Major Lazer reinventa o batidão do funk na Estação Leopoldina


DJs se apresentaram com Dillon Francis e Zz’s em mais uma das Lolla Parties que têm tomado conta do Rio nesta semana

A história de amor entre Diplo/Major Lazer e o Brasil já é antiga e os fãs sabem disso: o produtor, seja como artista solo, seja ao lado do amigo Walshy Fire, vem direto ao Brasil, referencia o funk carioca em grande parte de suas produções e ainda se diverte sempre que pode nas favelas, como aconteceu na noite desta quarta (25/3), quando tocou com Skrillex no Morro do Vidigal, em festa private organizada pela The Black Haus, nova empresa de branding comandada por Cadinho, ex-Aüslander. Não à toa, o duo foi a atração mais empolgante da “Lolla Party” que tomou conta da Estação Leopoldina nesta quinta-feira (26/3).

A noite foi dedicada a alguns dos maiores DJs e produtores de música eletrônica do Lollapalooza 2015, com nomes como Dillon Francis, a dupla do Major Lazer e o próprio Skrillex comandando o line-up. Assim como aconteceu no MECA Festival e é quase de praxe em eventos realizados por ali, os vagões dos antigos trens foram transformados em mini-boates para 80 pessoas, com o pessoal da Wobble comandando o som. Entretanto, com os ingressos a R$120 por meia entrada, o nível de pessoas blasés era um pouco maior do que o esperado, todas aguardando a fritação do batidão que só chegaria após a meia-noite.

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Quem começou o som de verdade foi o pessoal do Zz’s, comandado por Zeh Pretim e Zedoroque, com participação especial de BNegão, que conseguiu empolgar ainda mais o pessoal chegando atrasado no melhor estilo carioca. Ao contrário do que a onomatopeia do nome possa sugerir, o som do trio foi de primeira qualidade, misturando clássicos nacionais a internacionais e, claro, muitas batidas eletrônicas com o rap do ex-Planet Hamp.

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A primeira atração internacional foi o americano Dillon Francis que, apesar da empolgação, não conseguiu surtir grandes efeitos na pequena multidão que deixava um espaço constrangedoramente vazio na área VIP em frente ao palco (algo que foi rapidamente consertado quando a cerca se abriu até que aquele ambiente lotasse). A melhor prova disso é que os vagões tinham tanta gente quanto (ou mais) que a pista durante o set do DJ.

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Com a faixa etária a partir dos 16 anos, a grande maioria dos presentes não passava dos seus 25. Bernardo Santos , por exemplo, tem 22 anos e estava por lá porque adora Skrillex: “E Diplo também. Conheci através do meu ex”, comentou o estudante de moda que, junto ao amigo já formado, Dré Mata (24), confeccionou os looks de plástico-bolha usados por eles: “Estamos testando ainda para ver como fica”, disseram sobre a possibilidade de venderem as peças. O rei do dubstep parecia realmente a atração principal para os jovens, como conta Ludmila Coelho (18), estudante de direito na UFRJ: “Conheci ele na internet há uns dois anos e adorei!”. Já sua amiga Vivian Mascarenhas (21), que cursa engenharia naval na mesma faculdade, também gosta do DJ e produtor, mas graças ao irmão: “Ele tem um CD e é muito bom, fiquei apaixonada quando ouvi”, enfatizou.

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Apesar de Skrillex ter sido o mas aguardado, o prêmio de atração mais empolgante da noite fica com o Major Lazer, que soube dar um verdadeiro espetáculo no palco da Estação. Assim como fizeram no Hotel Budweiser durante a Copa do Mundo, Diplo e Walshy Fire chegaram com as duas dançarinas rebolativas, jogaram dinheiro personalizado (e fake, claro) da dupla no público e ainda apresentaram seus maiores sucessos – os quais a galera conhecia de cor -, incluindo o seu recente single com , “Lean On”. Diplo, como era de se esperar, ainda foi mais ousado que o parceiro e bancou o Jesus da Eletrônica, andando sobre a plateia dentro de uma bolha de plástico gigante. O ápice disso tudo? O momento do set dedicado ao funk, com hits como “Dom Dom Dom”, “Créu”, “Beijinho no Ombro” e até os proibidões em versões ainda mais dançantes que as originais.

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A noite terminou com Skrillex e suas batidas mecânicas, quase maquinais, mas altamente contagiantes, levando o público à insanidade. O cara mostrou o porquê de já ter ganhado três Grammys e ter sido eleito como o melhor DJ do mundo pela revista especializada DJ Mag. Se lhe faltou a versatilidade apresentada pelo duo anterior, Sonny John Moore esbanjou em viradas de dubstep e bass, subiu na mesa de som e soube muito bem como comandar um público afoito para extravasar suas energias. E isso foi apenas um aperitivo do que está por vir neste fim de semana no Lollapalooza.

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