Adaptação televisiva de “Os Homens São de Marte” deixa a desejar e não repete o sucesso que o espetáculo criou nos palcos

*Por Júnior de Paula

“Os Homens São de Marte”, espetáculo que elevou Monica Martelli à categoria de estrela da primeira grandeza no humor nacional, fez este ano uma transição dos palcos para as telonas e, apesar do sucesso estrondoso de bilheteria, já tinha deixado a desejar. Agora, com a adaptação do texto escrito pela própria para o formato de série de TV, a qual estreou semana passada pelo GNT, também deixa a sensação de que alguma coisa se perdeu no caminho.

Monica Martelli, estrela e roteirista de “Os Homens São de Marte” (Foto: Divulgação)

Está tudo lá: a trama de Fernanda, mulher de 40 anos que, ao se divorciar, sai em busca de um novo relacionamento; o amigo gay, vivido por Luiz Salem; a melhor amiga, Nathalie, personagem de Julia Rabello; o tal homem pelo qual ela se apaixona, personagem de Carmo Dalla Vecchia; as cenas engraçadas, vividas pela produtora de evento, incluindo casamentos que ela, ironicamente, comanda e os encontros e desencontros Rio afora. Monica é uma ótima, carismática e divertida atriz, mas a série não contribui para que ela mostre o que tem de melhor. Com pouco cuidado técnico – a luz, por exemplo, é bem fraca –  e texto, às vezes, resvalando no lugar comum, “Os Homens são de Marte” não entrega o que promete.

Com direção geral de Susana Garcia, a série terá 13 episódios nesta primeira temporada, cada um com 30 minutos. A estreia foi bem irregular, mesmo com a participação de Herson Capri, vivendo o ex-marido de Fernanda responsável pela reviravolta na vida da mulher, e a apresentação competente dos personagens principais.Se a série vai repetir o sucesso do filme e da peça? Provavelmente não, já que de partida se mostrou bastante aquém dos outros produtos que levam a grife. Mas, a resposta final a gente só vai ter ao fim da temporada.

Cena da série do GNT (Foto: Divulgação)

*Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura