Do plus size ao #ProjetoQueSeFoda, reunimos perfis no Instagram que o tiram da paranoia sobre o “corpo perfeito”


HT deu um giro pela rede social e descobriu pessoas que estão fazendo a diferença ao quebrar os padrões exagerados de beleza e as expectativas irreais do que um homem ou mulher deve sentir ao se olhar no espelho

Quantos filtros você testa antes de postar uma foto? Quantos ângulos você experimenta antes de acreditar que tenha tirado a “selfie perfeita”? A tarde de ontem no universo online foi arrebatada por um furacão que atende pelo @EssenaOneill, uma australiana de 18 anos que resolveu abandonar seus mais de 600 mil seguidores no Instagram para se rebelar contra a futilidade e os padrões inalcançáveis promovidos por grande parte dos usuários da rede social. A iniciativa fez HT investigar a questão mais a fundo e procurar outros perfis que também fazem a diferença na hora de promover uma autoestima saudável nas redes sociais.

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Com os cabelos loiros despenteados e o rosto limpo de maquiagem, um look completamente oposto ao que lhe rendeu tanta visibilidade na esfera online, Essena postou um vídeo em seu canal no Youtube intitulado Eu não sou quem você acha que sou”, contando todos os “bastidores” de suas fotos meticulosamente calculadas no Instagram. Relatando que só se sentia realmente bonita e feliz de acordo com os likes que ganhava e se abrindo sobre uma experiência prejudicial à sua saúde, a australiana trouxe à memória ainda o caso do adolescente britânico Danny Bowman, que, aos 19 anos, tentou se suicidar por não conseguir tirar a “selfie perfeita”.

No ano passado, Danny declarou em uma entrevista que passava cerca de 10 horas por dia, realizando mais de 200 tentativas em busca de um autorretrato que lhe agradasse. A pressão foi tanta que o jovem perdeu cerca de 30 Kg, não saiu de casa por seis meses e, em pouco tempo, tentou se matar com uma overdose de comprimidos.

Danny Bowman durante seu surto em busca da "selfie perfeita" (Foto: Reprodução)

Danny Bowman durante seu surto em busca da “selfie perfeita” (Foto: Reprodução)

Bem, mas nem tudo está perdido no meio online. Enquanto há quem continue reforçando os #looksdodia, o #tanquinho do #projetoverão, e a #rotinafitness de todo dia, algumas pessoas estão indo na contra-mão do narcisismo irreal e celebrando as próprias “imperfeições”. É o caso de Megan Jayne, uma norte-americana de 22 anos que, aos 14, sofreu anorexia nervosa e chegou a pesar 28 Kg (!!!), tendo que ser internada e alimentada por tubos. Hoje, ela se curou da doença e coleciona 40.000 seguidores no Instagram, onde posta fotos de biquíni e exibe toda a glória de suas curvas e celulites.

“‘Magro’ nunca será ‘magro’ o suficiente. O distúrbio alimentar me ultrapassou tanto que eu acreditei que isso era tudo o que eu era e tudo o que eu tinha. […] Quando eu olho no espelho, eu vejo gordura, eu vejo celulite, eu vejo um milhão de imperfeições que antigamente me colocavam em uma espiral de ódio contra mim mesma. Mas, desta vez, eu também vejo felicidade”, escreveu a jovem no seu website, onde pretende imprimir essa autoaceitação em outras meninas ao redor do mundo.

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Por sinal, as garotas que não têm cinturinha 36 e se sentem excluídas do universo fashion podem encontrar uma fonte de inspirações através do @stylefiles_plus. Ali, meninas plus size postam montagens de ‘looks do dia’ reais, com peças que não custam o equivalente a uma parcela da casa própria. O mais legal? Além de também não terem vergonha das curvas, as meninas mostram uma variedade abrangente de estilos e gostos pessoais que certamente se encaixam em uma maior variedade de personalidades do que os perfis usuais.

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Os garotos que dispensam o Whey Protein e as horas de academia também conseguem encontrar inspiração naqueles que fogem do padrão tonificado através do perfil @That_Dadbod_Tho. Por ali, são postadas fotos de homens anônimos que conservam a famosa “barriguinha de chopp”, mas também praticam esportes e não são vidrados nos músculos e definição do abdômen. Por sinal, “Dad bod” significa exatamente isso: uma pessoa que até pratica a malhação esporadicamente, mas não abre mão de um bom hambúrguer ou copo de cerveja, com “corpo de pai”.

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Falando em dieta, as pessoas que entram na paranoia da onda fitness conseguem achar um consolo na hashtag #ProjetoQueSeFoda, iniciada por quatro amigas que criaram o perfil de mesmo nome. Ali, ao invés de fotos de saladas, cookies integrais e sementes, as imagens postadas retratam o paraíso das gorduras trans, com bolos, carnes, massas, doces e tudo o que for tão gostoso quanto calórico, servindo ao mesmo tempo como um alívio para quem não segue a dieta perfeita.

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Por aqui, HT reforça uma ideia que vem disseminando desde o começo: corpo bonito é corpo saudável, não importa o tamanho ou a forma.