Paula Klien, artista contemporânea carioca, fala sobre novos rumos de seu trabalho: “Eu sou arte; como arte, respiro arte.”


O momento atual de sua carreira é inspirado em elementos como o silêncio e a espiritualidade, e por isso exige muita introspecção, diferente do trabalho consagrado que desenvolveu por muito tempo como fotógrafa de moda

*Por Maria Eduarda Monteiro de Barros

Paula Klien é uma artista de nascença, como ela mesmo afirma, pois atravessou o mundo das artes nas suas mais diversas vertentes: trabalhou com música, dança, fotografia e pintura. Nascida no Rio de Janeiro e moradora da cidade até hoje, estudou história da arte e fez cursos livres no Parque Lage. Suas principais influências estão relacionadas à fluidez e aceitação das imperfeições, e vêm da China, do Japão e da Alemanha. Em 2017, participou de consagradas exposições – em Nova Iorque, Londres, Buenos Aires e Berlim – e esse ano não está sendo diferente. Paula já está familiarizada com as viagens internacionais, e especialmente com a capital alemã, onde fez residência artística em KUNSTGUT, no ano de 2015: “Berlim é o berço dos artistas, lá eu me sinto em casa, em contato com os artistas de alma.” A Paper Positions Berlin, que rolou Berlin Gallery Weekend, em abril, é uma feira de arte que exibe obras feitas em papel e contou com 46 galerias internacionais, sendo 6 obras da artista.

A técnica utilizada nos trabalhos de Paula, que foram exibidos por lá é o nanquim sobre tela. Paula fala com empolgação sobre a singularidade desse processo criativo: “Utilizar o nanquim é aceitar os acidentes no meio do caminho. É como um rio, que sabe onde quer chegar, mas aproveita os imprevistos do percurso”, filosofa. O momento atual de sua carreira é inspirado em elementos como o silêncio e a espiritualidade, e por isso exige muita introspecção, diferente do trabalho consagrado que desenvolveu por muito tempo como fotógrafa de moda: “Apesar de muito extrovertida, o meu trabalho anterior estava sempre ligado ao glamour, e fez eu me afastar da minha essência. Eu preciso ficar sozinha, refletir”, sentenciou.

No cenário brasileiro, a obra Marga Moon Ridas de Paula dividiu espaço com trabalhos de apenas outros dezesseis artistas na coletiva Desver a Arte, na Galeria Emmathomas, em São Paulo. “Desver a Arte é coletiva com curadoria de Ricardo Resende, e a proposta é diversificar”, explicou. Emmathomas reabriu as portas neste ano, sob nova gestão do empresário e artista plástico Marcos Amaro. “A obra da Paula Klien é forte – fala sobre dor e sofrimento numa atualidade fugaz”, afirmou Marcos. Os próximos eventos internacionais já confirmados em que os trabalhos da artista serão expostos são a Bienal de Arte Contemporânea de Salerno e a Arte Pavoda, ambos na Itália.