Nosso colunista de arquitetura, design e decoração, Newton Lima fala sobre a arte de inspiração japonesa nas cerâmicas de Hideko Honma e no Sumi-Ê de Suely Shiba


Newton, com seu olhar apurado e dedicado, apresenta os trabalhos de duas pessoas que encontraram na arte e no design suas ressignificações mais profundas. Vem que está imperdível!

 

Nosso colunista de arquitetura, design e decoração, Newton Lima fala sobre a arte de inspiração japonesa nas cerâmicas de Hideko Honma e no Sumi-Ê de Suely Shiba

Ilustração: Claudia Liz

Uma pausa para pensar

* Por Newton Lima (@newtonlimaofficial)
www.newtonlimainteriores.com.br

Não é de hoje que volta e meia nos percebemos descontentes com rotinas e atividades com as quais não temos afinidade. Em contrapartida, estabelecemos um senso de equilíbrio ao avaliar que tais ações nos proporcionam algo bom em troca. Essa negociação interna é bastante particular e critérios de tolerância se perdem nas águas da comodidade, e assim vamos “levando”.
No meio do caminho esbarramos com pessoas que deram um basta nessa situação e mudaram de vida, muitas vezes, radicalmente! Admiramos, nos espelhamos e vislumbramos possibilidades de melhoria. Porém essa força motivadora dura pouco e o fôlego não parece ser suficiente. Nos falta coragem?

Como um novo alerta busquei referências inspiradoras para nossa coluna de hoje; pessoas que encontraram na arte e no design suas ressignificações mais profundas. Para elas o reconhecimento veio quando assumiram com autenticidade suas próprias verdades.

Disciplina, leveza e perseverança

Bancária, comerciária, empresária. A trajetória da paulista Suely Shiba passou por uma reviravolta desde que resolveu mudar para o Japão, onde morou por três anos. O contato com suas raízes culturais moveram suas aptidões, em que 18 anos atrás teve aulas de Sumi-Ê com Rita Dohn, discípula do mestre precursor Massau Okinaka na arte de pintura em papel.

O gatilho para entrada nesse mundo veio a partir de uma necessidade de autoconhecimento – era preciso um tempo para reflexão – e foi desenvolvendo tais habilidades que Suely encontrou seu ponto de equilíbrio. “Inicialmente pensei em desistir, pois acreditava não ter habilidades para o desenho. Com o treino contínuo, entendi que o Sumi-Ê vai muito além de traços mecânicos e ensaiados. É preciso observar os movimentos e a coordenação. Me percebi alfabetizada nessa técnica”, conta.

(Fotos: Divulgação)

NL – Suely, qual é a origem do Sumi-Ê?
SS – Ao contrário do que muitos pensam, o Sumi-Ê teve sua origem na China, mas existem rumores inclusive na Índia. A técnica foi levada ao Japão que atualmente mantém suas características iniciais com maior fidelidade no traço simples, leve e ritmado. Atribui-se aos chineses produções de maior complexidade e cor, com derivações aos padrões originais.

NL – E qual o significado?
SS – Sumi: carvão / ê: pintura. Temos o mesmo ideograma na China e Japão, com pronúncias distintas e mesmo significado.

NL – E quando você vislumbrou a possibilidade de ensinar essa técnica?
SS- Eu já praticava há diversos anos quando minha professora – Rita Dohn – retornou para a Alemanha. Na oportunidade conversamos e fui motivada por ela a dar continuidade nas aulas. Como qualquer habilidade, o Sumi-Ê requer treino, disciplina e determinação. Parece fácil, mas é uma atividade que requer domínio e concentração.

Registro da visita ao atelier da artista

Atualmente Suely dá aula em três localidades:
– Associação Tottori, no bairro da Saúde em São Paulo
– Associação Tochigi, na Vila Mariana, São Paulo
– Academia Escola de Filosofia, em São Bernardo do Campo.

Com exclusividade para nossa coluna, Suely produziu um autêntico Sumi-Ê! Vejam isso!

Contato:
www.suelyshibasumie.wordpress.com
Facebook: Sumi-ê Suely Shiba
Instagram: @suelyshiba

Os quatro elementos em harmonia

(Foto: Araquém Alcântara)

Com a cerâmica Hideko Honma transcende sua essência e encanta. Suas peças exclusivas enchem os olhos de quem chega. Terra, água, ar e fogo: é na fusão desses elementos que seu trabalho ganha forma e faz do seu nome um referencial na arte de esculpir verdadeiras joias num sítio da família no interior paulistano.

(Fotos: divulgação)

Submetido às altas temperaturas do forno, o material colhido transforma-se em cinza vegetal. Das cinzas faz-se o esmalte, onde são banhadas as peças. Palha de bananeira, galho de eucalipto, revelam-se em verdes, azuis, marrons e tantos outros matizes. Produzir o próprio esmalte a partir de cinzas vegetais é a marca registrada de Hideko, que trouxe a técnica do Japão. Também das cinzas vem os efeitos da pintura: acetinados, salpicados, escorridos.
Por Mariana Mello Moraes

“As pessoas das grandes cidades distanciam-se dos elementos primordiais da natureza. Esquecem-se da sensação dos dedos afundando na argila mole assim como se esquecem das primeiras brincadeiras com o fogo perigoso que queima e faz hoje do nosso simples olhar, o olhar brilhante e transformador.”

(Fotos: divulgação)

“Nesta cerâmica que desenvolvo, a Natureza está sendo transformada, pela mão do Homem em benefício do Homem. Nas grandes metrópoles, esta filosofia garante o equilíbrio entre a Natureza e os avanços tecnológicos.”

(Fotos de Hideko Honma por Araquém Alcântara e Demais Fotos: Divulgação)

Além de produzir suas próprias peças, Hideko também dá cursos nas modalidades que estão detalhadas no seu website. Imperdível!

Contato:
www.hidekohonma.com.br
e-mail: [email protected]
Avenida Jacutinga, 434 – Moema – São Paulo-SP – 04515-030
Telefone: (11) 5042-4450 e (11) 4052-4459

Nos encontramos na próxima coluna!

Até lá!

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*Formado em administração de empresas e com MBA em gestão de Negócios, o designer de interiores, realizador e cenógrafo se reinventou recentemente, quando abriu a Newton Lima Interiores e viu seu nome crescer. Nas redes sociais ele já soma mais milhares de seguidores no Instagram (@newtonlimaofficial), por conta da sua curadoria de imagens e assuntos, fruto de seu olhar atento e muito criterioso. E é isso que podemos esperar em sua coluna semanal no site HT: o design brasileiro e do mundo, arquitetura, decoração e o que mais couber e vier do seu radar ligado 24 horas por dia